01- Cíntia Albuquerque

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Capítulo 1

Estamos nos exames finais do primeiro Bimestre do ano, e sinceramente como professora de Filosofia e sociologia minhas matérias não são levadas a sério. As vezes isso me deixa chateada, mais eu as escolhi precisamente para me aprofundar no conhecimento do Pai celestial de forma abrangente, e deste então tenho focado no nosso relacionamento.
Contudo, preciso trazer a minha mente para o momento presente, e na vã tentativa do tempo passar mais rápido e sem parar de observar meus queridos alunos nervosos começo a recitar um poema mentalmente.

O verdadeiro amor lança fora todo medo,
Faz com que os caminhos antes
Cheios de segredos,
Sejam abertos pelo poder do quarto
Segreto,
O

verdadeiro amor não se deixa enraivecer,
Pois ele se preocupa com a fruta que vai florescer ,
Esse amor que Cristo ensina
E Norte e o Sul da minha vida.

Com os olhos de professor observo,
Meninos se tornarem homens
E outros virando servos,
Com os olhos de educadora me pergunto
Como ama-los e ensina-los de um jeito profundo,
Com o coração em busca de Jesus
Me pergunto: Será que conseguirei guia-los
Nos caminhos pesados e muitas vezes profundos?
Como Jesus, o maior professor, e Mestre do mundo
Peço nesse segundo.
Guia-me para ser uma profissional
Que o orgulho ate o final
Vivendo o propósito que Ele escreveu
E guiando os paços dos pequeninos seus.

🌼🌼🌼🌼

Me atento a uma conserva disfarçada no fundo da sala, e pego o exato momento que Henrique vira-se para seu colega em meio ao horário de prova, é exatamente por isso que em minhas orações suplico por domínio próprio.

- Já terminou sua prova Henrique? - O fito de forma incisiva.

- Claro professora. - Me lança um sorriso cínico, esse jovem ama me enfrentar.

-Então me entregue por favor.

O desgosto pela sua postura não passa despercebido pelas minhas feições. Henrique se levanta e me entrega a prova, a mesma estava em branco, Henrique Cavaliere havia feito seu primeiro pedido silencioso de socorro naquela manhã de maio de 2021.

- Vamos conversar depois da aula. - Digo após colocar a prova de lado

- Por que eu deveria permanecer na sala de aula após o horário escolar com você? - O Rapaz exalava rebeldia, mordo meus lábios em desaprovação ao seu ato e para conter meu gênio forte, permaneço em silencio olhando-o mais profundamente percebo que seus belos olhos azuis transmitiam dor.

- Henrique. - Suspiro. - Você me respeita? - Ele meneia a cabeça. - Ótimo, partindo dessa lógica, peço que respeita a minha decisão afinal sou autoridade nessa sala. - Minha voz sai seria, porém, tentando ser o máximo de delicada possível, o que o deixa atordoado. - Enfim, agradeço sua atenção agora sente-se em seu lugar por favor.

Enraivecido ele sai sem dizer nada, e a sala começa com seus burburinhos

-Já posso recolher as provas? Afinal a muito barulho na sala isso só pode ser sinal de que finalizaram, não é mesmo? - Todos ficam em silencio na hora, tal ato quase me faz rir, contudo mantenho a postura.

Ao findar da aula consequentemente o horário de voltar para casa todos arrumam suas coisas, eu observo cada um e o Henrique que não bobo, tenta se aproveitar do fluxo de alunos saindo ao mesmo tempo, porém o seguro pela manga da roupa. Silenciosamente indico com as mãos a cadeira a minha frente o mesmo se senta sem cerimonias.

- Tem alguma explicação a respeito dessa prova? - Ele não me responde. - Você realmente não estudou? Sinto que você é um rapaz inteligente Henrique. - Digo sincera mais o jovem de cabelos prestos continua em silêncio.

- O.k. pelo visto você quer me deixar falando sozinha. - Pego uma cadeira e faço um coque solto em meus cabelos ao me sentar em sua frente. - Sabe Henrique, eu já me comportei como você no ensino médio. - Ele fita-me incrédulo, e levanta as sobrancelhas com ar de " A é mesmo" porem não diz nada. - Nessa época eu sofria abusos físicos do meu padrasto, e bullying na escola pelas roubas grandes tampando o corpo já que o mesmo quando ele ficava com raiva batia em mim e na minha mãe. - Engulo em seco por mais que tenha perdoado é desconfotável contar para alguém. - Fico feliz em dizer que ele nunca fez nada de maior do que isso, apesar de ter algumas cicatrizes em meu corpo, minha mãe sempre me protegia como podia e se culpava diariamente por ter conhecido alguém como Eurico Nunes.

- Sinto muito professora. - Henrique diz baixando a guarda.

- Tudo bem-querido, não podemos mudar o passado mais eu fiz questão de mudar o presente, claro, tudo isso depois que conheci o homem que mudaria a minha vida. - Ele revira olhos. - Calma lá, isso não é uma história de romance clichê, e a história de como eu conheci o meu PAI.

- Então no caso você vai me contar como conheceu seu pai verdadeiro, sem ser seu padrasto? - Me pergunta se ajeitando na cadeira com interesse disfarçado. - Essa história toda e para tentar se aproximar de professora? Ou por que tem pena do filho rebelde e adotado do senhor Cavaliere, um dos empresários mais ricos e egocêntricos da nossa cidade? - Me lança um olhar profundo como se quisesse avaliar a sinceridade da minha alma.

- Querido, entenda uma coisa sobre mim, não ajo por interesse, nunca contaria a minha história para através de você ter acesso ao Sr. Cavaliere. - Digo ajeitando meus óculos em um movimento consternado. - Mas para que você tenha futuramente conhecimento que pode ter acesso a meu Pai e pedir por ajuda, ouso acrescentar ainda, que Ele é mais importante e conhecido do que o seu. - A convicção em minha voz o deixa impressionado, e lentamente relaxa se dispondo verdadeiramente a me ouvir.

- Certo, conseguiu me deixar curioso, conte-me tudo não me esconda nada- Fala calmamente.

Rio alto, acho que ativei o lado fofoquei de Henrique Cavaliere. Contudo somos interrompidos por uma batida na porta que permaneceu aberta.

- Professora Cintia Madison Albuquerque. - O diretor está te chamando na sua sala. - Senhorita Sarah secretaria fiel do diretor Alex está na porta com sua expressão neutra.

Dotada de uma beleza incrível, sua pele negra retinta e seus olhos castanhos claros, portadora de uma cabeleira ondulada grande estando os mesmos bem amarrados em um rabo de cavalo, a faziam uma das mulheres mais lindas que já conheci.

- Certo, logo estarei em sua sala. Muito obrigada pelo aviso Senhorita Sarah. - Ela assente com a cabeça e se retira.

- Bom querido vamos ter que deixar para outro dia. - Pisco para ele que parece chateado com a ideia. - Me parece que alguém gostou de ficar Depois da aula. - Portando um sorriso insinuativo aproveito para soltar meus cabelos os ajeitando.

- Não fique convencida Professora Cintia - Diz passando por mim e indo embora.

- Garoto presunçoso. - Ajeito meu óculos e respiro fundo, hora de enfrentar a fera.

🌼🌼🌼🌼

Notas finais

Agradeço a todos que Começaram a ler está linda obra, hoje eu começo a postar aqui para a honra e gloria de Deus. A paz e prosperidade a todos.

Cingida de GraçaOnde histórias criam vida. Descubra agora