𝟎𝟎𝟏

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—Ok mãe, já entendi — Revirei os olhos empurrando o carrinho de supermercado — Vou desligar — Avisei encerrando a chamada e procurando a lista que eu tinha montado no bloco de notas do aparelho

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—Ok mãe, já entendi — Revirei os olhos empurrando o carrinho de supermercado — Vou desligar — Avisei encerrando a chamada e procurando a lista que eu tinha montado no bloco de notas do aparelho.

Eu odiava tanto fazer compras, nessas horas que eu sinto falta de morar com minha mãe, simplesmente eu abria o armário e todo mês como um passe de mágica os armários e a geladeira estavam reabastecidos.

Passei no corredor de limpeza que desde que me mudei tem se tornado meu preferido, acho que estou me tornando uma bela de uma senhora que fica abrindo cada amaciante e cheirando.

Acho não, tenho quase certeza que me tornei isso por que me pego cheirando um amaciante — Esse é muito bom.

Agora só faltava passar no outro corredor pra pegar um desodorante, por que ninguém merece ficar fedendo.

Empurrei mais um pouco o carrinho com preguiça virando no corredor ao lado, olhei para as prateleiras analisando os produtos e estava tão distraída que não vi outra pessoa vindo na direção contrária e batendo o carinho contra ao meu.

Merda.

Mil vezes merda.

Só senti o cheiro horrível de ovos e algo respingando sobre meu vestido, tomei coragem e abri os olhos devagar. E simplesmente a cartela de ovos tinha sido arremessada pra fora do meu carrinho e voado metade dos ovos no meu vestido. Analisei minha roupa que era metade ovo e a outra metade casca de ovo.

—Que droga — Falei um pouco irritada com a situação.

—Porra mano, me desculpa não foi por mal — O homem com a voz carregada de sotaque falou, tirei meu olhar da sujeira que estava o chão e subi parando no homem a minha frente.

Sim, era Matuê.

Porra, o Matuê.

O maior cantor de trap da atualidade está bem parado aqui na minha frente e ele acabou de trombar com o carrinho dele no meu, qual era a chance disso acontecer?.

Ele estava com uma cara de espanto. Se  aproximou parecendo preocupado — Eu vou pagar pelo ovos — Passou a mão pelo dreads nervoso.

—O mínino já que derrubou no chão — Falei sarcástica.

—Não foi eu que estava no mundo da lua empurrando um carrinho — Ele ergueu a sobrancelha dando um sorrisinho de lado.

Que filho da mãe.

—Já que eu estava no mundo da Lua porque você não desviou senhor atento? — Ele ficou quieto — Ata. Foi oque pensei, também estava no mundo da lua que nem a mim.

—Você é bem marrenta né? — Ele falou pondo as mãos na cintura e me encarando e eu apenas ri.

—Impressão sua — Eu não era marrenta, só um pouco talvez — Não sou marrenta apenas estou fendendo a ovo, alguém ficaria feliz nessas circunstâncias?.

—Você tem toda razão — Disse abaixando as mãos como se estivesse se rendendo — Posso te acompanhar nas compras e quando acabar eu pago o bagulho do ovo pra você, beleza?

Ele jogou os dreads pro lado e pressionou seus lábios um contra o outro. Oque me chamou atenção fora seus labios, foi seus braços que estavam a amostra revelando todas suas tantuagens, eram tantas que eu até me perdi olhando.

Como pode uma pizza tatuada no braço deixar uma pessoa tão atraente, loucura.

—Ta tudo bem? — Ele estalou os dedos na minha frente — Já percebi que você vive no mundo da lua — Falou dando uma risada e eu o olhei fazendo uma careta.

—Eu já acabei minhas compras — Uma senhora passou pela gente e começou a limpar a lambança — A senhora quer ajuda? — Perguntei envergonhada pela situação.

—Não precisa — Falou simpática.

—Certeza? — Concordou com a cabeça.

—Sim querida, é o meu trabalho — Sorriu pra mim e eu me afastei e fui andando com o carinho pelo corredor. Quando olhei pra trás simplesmente Matuê estava me seguindo com o carrinho dele.

—Peraí, você nem me respondeu ainda — Falou atrapalhando minha passagem.

—Oque? — Olhei meu celular —Merda, quase esqueci o desodorante — Estiquei meu corpo até a prateleira ao meu lado pegando o produto.

—Se eu posso te acompanhar na compras pra poder pagar.

O interrompi — Eu já acabei minhas compras.

—Eu já acabei a minha também, vamos pegar o ovo e ir no caixa — Concordei com a cabeça, fomos caminhando lado a lado em silêncio até pararmos em um estande de cartelas de ovos, ele pegou a cartela e me acompanhou até o caixa.

Enquanto ele passava as compras dele eu só conseguia pensar em como esse homem veio parar em um mercado no Rio de Janeiro?.

Se eu fosse ele com toda certeza iria pedir alguém pra fazer compras pra mim. Sério, qual é a graça de vir fazer compras?.

Outra coisa, o cara está em pleno mercado sem segurança e não tem nenhum fã pedindo pra tirar foto. Olhei ao redor e confirmei que talvez seja por que só tem velho, metade da velha guarda não escuta Matuê isso é óbvio.

Vi ele passar a cartela de ovos —Passa mais uma vez por favor, quebrei uma cartela no corredor — A menina do caixa fez oque ele pediu.

Depois de passar suas compras ele ficou esperando eu passar as minhas, coloquei as sacolas no chão e ele se aproximou me entregando a sacola com os ovos.

—Me desculpa pelos ovos — Apontou pros respingos que tinha no meu vestido — E por te sujar — Deu um sorriso.

—Tudo bem, sem problemas. Já foi resolvido.

Ele estendeu sua mão em minha direção e eu peguei fazendo o comprimento, ele virou as costas e saiu.

Peguei minha compras e segui minha vida indo até meu carro.

Tô muito animada em postar essa historia, espero que gostem!

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Tô muito animada em postar essa historia, espero que gostem!.

Me falem aí as primeiras impressões que tiveram dos personagens.

𝐋𝐮𝐠𝐚𝐫 𝐃𝐢𝐬𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞 - 𝐌𝐚𝐭𝐮𝐞̂Onde histórias criam vida. Descubra agora