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Matuê tá bem sentado na minha frente faz alguns minutos e nada da minha mãe vir, ela me obrigou a fazer sala

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Matuê tá bem sentado na minha frente faz alguns minutos e nada da minha mãe vir, ela me obrigou a fazer sala.

Encarava Matuê que agora parecia estar em outra dimensão olhando pro nada.

Ele era um homem bonito, que tinha uma presença sabe. Parecia ser saber dos borogodos, achar estranho a tatuagem de pizza atraente o pior era achar esse bigode de Nescau atraente.

E eu achava.

Olhei pro corredor da sala e nada de dona Camila aparecer, e eu estava a ponto de surtar. Tentava me destrair olhando pra qualquer lugar, mas sentia seu olhar sobre mim.

—Por um momento eu achei que fosse você que fazia as tranças — Puxou assunto novamente.

—Não, é minha mãe. Apesar de eu saber fazer algumas — Rolei meus olhos por sua bermudinha tactel que estava apertada.

Será que ele não percebeu que isso está arrochado?.

—Você sabe fazer dreads?.

—Não tão bem quanto ela, mas sei — Quando você cresce com uma mãe que sempre fez trança desde pequena você acabada aprendendo, eu passava horas esperando minha mãe terminar de trançar um cabelo e observava por horas também.

—Você trabalha com oque?.

—Sou figurinista — Ele abriu um sorriso.

—Que foda, já fez algum clipe conhecido?.

—Ainda não, tô começando agora — Dei um leve sorriso. E observei dona Camila se aproximando, graças a Deus porque eu não aguentava mais fazer sala.

—Boa tarde, desculpe a demora. Matheus né? — Se virou para o homem que parecia estar em outro planeta e não aqui.

—Sim, tudo bem com a senhora? — Uma coisa que reparei, é que ele é super educado.

—Tudo sim, vamos começar? — Levantei prontinha pra me retirar e sumir pelo quintal da casa de minha mãe, já tinha alguns planos como: tomar um belo banho de piscina, dorar os pelinhos ou tomar sol — A mocinha está achando que vai aonde? Já que está aqui pode separar o cabelo pra mim — Apontou pro carrinho de apóio e eu sorri frustada.

Encarei o homem que deu um sorrisinho debochado pra mim, minha vontade era de respondê-lo mostrando o dedo do meio, mas me contive e fui separar o cabelo.

Enquanto ela faz as divisões lá, o Matuê puxava assunto — A senhora trabalha com isso a muito?.

—Desde que me conheço por gente eu faço isso — Minha mãe sorri e eu estendo uma mecha e ela pega — Você trabalha com oque?.

—Eu sou Cantor.

—Que tipo de música você canta? — Fiquei quietinha ouvindo tudo.

—Canto trapper — Falou orgulho e senti seu olhar vagar sobre mim.

—Você podia cantar uma parte — E agora? Que parte ele iria cantar? Famoso comedor de Prima? Não me contive e soltei uma risada fazendo com que os dois olhassem pra mim.

Minha mãe me encarou sem entender nada e eu desviei meu olhar voltando a fazer a separação das fibras.

—Estamos anos luz daquele lugar,
nem sei como vim parar aqui. Tua língua eu não entendo , eu só sei que tu é chata e muito gata pra mim — Ouvi ele cantar uma parte de Anos Luz.

—Acho que conheço essa música, minha filha vive ouvindo — Nesse momento eu queria me enfiar dentro de um buraco e nunca mais sair. Eu gostava de escutar as músicas dele e de vários outros artistas, quero saber como a mente dela só lembrou especificamente dessa música.

—Sério? Minha fã? — Falou com um sorrisnho debochado e me olhou, devolvi um sorriso amarelo pra ele.

—Não sei meu filho, mas ela escuta muito essa música quando está fumando aquelas plantas dela. Já falei que isso faz mal , depois fica esquecida — Ele me olhou com uma cara que dizia "Sabia que você fumava um".

—Graças a Deus eu não fumo essas coisas, não gosto muito, sabe? — Minha vontade era de dá mais uma risada, mas me contive.

—Que bom meu filho, porque essa aí não tem mais jeito, já falei pra ela parar — Deu uma pausa — Toda vez que fuma fica cheia de fome.

—Mãe, eu tô aqui tá?.

—Mas é verdade — Ela diz fazendo um bico.

—É assim mesmo, maconha não é bom não. Eu já até tentei, mas não é pra mim — Disse por fim.

O resto do atendimento foi minha mãe conversando com ele. Sério, ela amou ele. Ainda mais quando ele falou que tentou fumar, mas viu que aquilo não era pra ele

Chega a ser piada, ele é o próprio Beck.

—Gostei muito, ficou brabo — Falou ficando de pé e se olhando no espelho, nesse momento eu já estava sentada e com a mão doendo de tanto separar cabelo — E aí gostou?.

Chamou minha atenção pros dreads que tinha as pontas loiras — Quem tem que gostar é você, os dreads estão bonitos.

—E eu?.

—Você tá você.

—Acho que você tinha que fazer a análise completa — Arquiei a sobrancelha.

—Minha mãe arrasa no trabalho dela — Me levantei abrindo a porta da sala e indo até portão com ele atrás de mim — O modelo não ajuda muito, mas até que dá pro gasto.

—Tô começando a achar que você é uma fã encubada — Passou minha frente parando de frente pra mim — Pelo que sua mãe falou você escuta minhas músicas, hum?.

—Só por isso sou sua fã? — Cruzei os braços.

—Não só por isso — Deu um sorriso de lado — Fuma maconha também? Será que tem influência minha nisso?.

—Você não se acha demais não? — Bufei já irritada.

—Não vou ligar se você assumir que é minha fã.

—Tchau Matuê — Simplesmente empurrei o portão batendo na cara dele, e virei as costas irritada.

—É Matheus pra você — Gritou.

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Espero que gostem porque foi uma luta pra escrever esse capítulo.

Me falem oque estão achando.

𝐋𝐮𝐠𝐚𝐫 𝐃𝐢𝐬𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞 - 𝐌𝐚𝐭𝐮𝐞̂Onde histórias criam vida. Descubra agora