Capítulo 3

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DIAS DEPOIS

Lucero e Manuel estavam cada vez mais próximos. Se antes a mulher vivia em casa e o homem no bar com os amigos, ao se conhecerem, na maioria das vezes trocavam qualquer programa para fazerem algo juntos. Era fim de tarde de um sábado e por isso os dois não estavam trabalhando, o que possibilitou que eles se encontrassem mais cedo em um parque florido, pois estava na época do outono, deixando Lucero encantada por ser a estação que ela mais gostava. Ao chegar, a moça deu logo de cara com o amigo, sentado em um banco.

− Oi. Demorei? – Lucero beijou o rosto de Manuel que já estava de pé para recebê-la.

− Imagina, eu que me adiantei mesmo, não tinha nada para fazer. – Manuel riu e Lucero o acompanhou.

Lucero já ia começar outro assunto quando notou Manuel inquieto, coçando o ouvido e sem olhá-la nos olhos. Ela o conhecia há pouco tempo, mas ele sempre era divertido e atencioso, não costumava ficar calado quando estava com ela.

− Manuel, aconteceu alguma coisa? – Lucero perguntou preocupada.

Desde que se aproximou mais de Lucero, Manuel andou pensando muito na própria vida e percebeu que precisava de alguém como ela por perto, mas não somente como amigo, pois além de ser uma pessoa admirável, ela também era muito linda e se tornou impossível não se atrair por ela como homem.

− Lucero, é que eu andei pensando... – Manuel encarou a expressão confusa de Lucero e continuou. – Eu sei que nós conversamos muito e ambos gostamos muito de ter a nossa individualidade, mas não podemos viver eternamente assim e eu acho que somos tão compatíveis que deveríamos tentar ser dois um com o outro, o que acha? – ele perguntou nervoso.

Lucero se assustou quando viu Manuel puxando uma caixinha preta do bolso. Ela estava mesmo sendo pedida em namoro pelo único homem que ela aceitou ter uma amizade verdadeira?

− Manuel, eu acho que estamos indo rápido demais. – Lucero falou trêmula.

− Calma, isso aqui é um presente de amigos independente da sua resposta, eu juro. – Manuel levantou as mãos. – Aceite como um agradecimento por todos esses dias em que nos divertimos juntos, sim?

Mesmo sem entender direito, Lucero estendeu a mão para Manuel colocar o anel. Se ele estava dizendo que era só um presente inofensivo, ela não faria desfeita em recusar. A única coisa que não entrava em sua cabeça era por que se estava tudo bem daquele jeito, ele queria mudar a situação?

− Por que você quer me namorar se também está gostando de como estamos?!

Manuel parou por alguns instantes. Como explicar para Lucero que ele queria fazer algumas coisas com ela que amigos não podiam fazer?

− Porque eu quero te beijar. – Manuel falou sincero.

Lucero abriu a boca, surpresa, e o seu coração palpitou. Era impossível negar que algumas vezes, ela chegou a imaginar como seria beijar Manuel, mas logo afastava os próprios sentimentos e se chamava de louca, porém com a declaração dele, mostrava que ela não era a única surtada da história. O homem resolveu ajudar a moça a pensar em uma resposta e puxou a cintura dela, colando os lábios. Ela se assustou mais e segurou as mãos dele, mas foi só as línguas se encontrarem que ela se esqueceu das dúvidas que tinha e se estava entre as condições de Manuel namorar para poder beijá-la, pois que fosse feita a sua vontade.

− Eu aceito o que você quiser. – Lucero falou ofegante com os lábios ainda colados aos de Manuel.

Manuel sorriu, voltando a beijar Lucero que enlaçou os braços no pescoço dele para ficar mais perto e dar mais intensidade ao beijo. Minutos depois, ela já estava sentada no banco da praça novamente enquanto ele continuava em pé, caminhando de um lado para o outro até resolver brincar com ela.

− Pensa rápido, Lucero. – Manuel falou e fingiu jogar algo em Lucero.

Lucero gritou e começou a se sacudir, tentando tirar o que quer que fosse de cima dela porque na sua cabeça, Manuel tinha pegado um bicho no ar e jogado nela, até que o viu rindo e entendeu que tudo não passava de uma brincadeira. Ela avançou em cima dele, o enchendo de tapas enquanto ele ainda ria.

− Achou engraçado, não é, seu bobo? – Lucero falou entredentes ainda batendo em Manuel.

− Você precisava ver sua cara. – Manuel falou rindo, mas puxou Lucero pela cintura e a beijou novamente.

Lucero sorriu entre o beijo. Além de ser lindo, inteligente e beijar muito bem, Manuel ainda a fazia rir como ninguém. Realmente ela acertou em cheio em ter ido ao cinema sozinha naquele dia só para encontrá-lo.

                                                                             ~ * ~

Com esse capítulo, trago novidades. Hoje fiquei sabendo que amanhã vou precisar fazer exame de vista e como vocês devem saber, precisa dilatar a pupila. No meu caso, às vezes ela demora muito a voltar ao normal, por isso decidi que hoje vou postar dois capítulos para o caso de eu não conseguir aparecer amanhã.

Destino O CasualidadOnde histórias criam vida. Descubra agora