Capítulo Quatro

101 19 2
                                    


  Amélia Pov

Naquela manhã eu já estava em Union. Fui levada até lá estábulo da colônia por aquele senhor do dia anterior. Ele me mostrou o lugar, passou as funções que eu deveria cumprir, os cavalos que eu cuidaria. Sem contar que eu faria trabalhos fora da colônia como as vendas de seus mantimentos. Aquela seria uma oportunidade de ouro para mim, mesmo que o trabalho fosse pesado.

—Você entendeu tudo?

Amélia: Sim, senhor. Entendi perfeitamente.

—Ótimo. Você pode começar por este estábulo. Depois partir para os outros. — Ele aponta para o estábulo vazio ao nosso lado.

Amélia: Pode deixar comigo. Farei o trabalho do jeito que me explicou, senhor... senhor... — Gueguejei algumas vezes pois não sabia o nome daquele homem.

—Bartolomeu. Me chamo Bartolomeu.

Amélia: Me chamo Amélia. Com tanta correria esquecemos de nos apresentar. — Nos cumprimentamos.

Bartolomeu: Agora que nos apresentamos você já pode começar o seu trabalho. Um dos rapazes virá aqui para lhe ajudar no que for preciso. E não se esqueça, tudo o que for retirado do estábulo deve ser despejado longe da colônia.

Amélia: Não se preocupe. Farei tudo da maneira que o senhor me explicou.

Bartolomeu: Perfeito! Vejo você mais tarde, menina. Preciso arrumar a carreta para fazer as próximas entregas.

Amélia: Está bem. Assim que terminar o trabalho por aqui, irei ajudá-lo.

Vejo o velho homem caminhar em direção a porta do celeiro, desaparecendo logo em seguida. Deixei minhas coisas na porta do estábulo e comecei meu trabalho. Basicamente eu teria que limpar o lugar, retirar o feno que permanecia ali por dias, e depois partir para os outros estábulos.

Passou algum tempo desde que comecei a limpar do estábulo, quando ouvi a voz de alguém vindo da porta atrás de mim.

—O que faz aqui?

Por conta do susto me virei rapidamente para ver quem estava atrás de mim. Era um rapaz alto, com a aparência devastadora, suja. Cabelos de tamanho médio, roupas um pouco rasgadas e sujas. Não deixei de sentir uma coisa ruim ao olhar para aquele homem.

—Mulhres no estábulo? Isso é totalmente proibido aqui na colônia.

Amélia: Estou apenas trabalhando... — Ouvi uma baixa risada saindo de seus lábios.

—Uma mulher fazendo o trabalho de um homem? Essa é nova pra mim.

Amélia: Pois é, mas este é o meu trabalho. Eu ganho a vida desta maneira... se me der licença, preciso voltar para o meu trabalho.

Me virei de costas novamente para continuar meu serviço, mas aquele homem que estava na porta do estábulo me puxou pelo braço. Não pude deixar de sentir um pouco de medo, mas não me intimidei.

—Sabe o que fazemos com mulheres que tentam dar uma de homens? Acabamos com elas... existia uma garota que era igual a você, fazendo trabalhos masculinos. Sabe o que fizemos com ela? Enforcamos a maldita na árvore que está ali fora.

Aquele maluco apontou para a árvore que estava a alguns metros de distância do celeiro.

—Se eu fosse você se colocava no seu lugar. Não vai querer que aconteça a mesma coisa com você,  vai?

Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, escutei um grito vindo do lado de fora do estábulo. Assim que ouviu o grito, aquele doente soltou meu braço e foi para fora do estábulo. Aquela voz pertencia a Isaac.

Um Amor de Outra Vida - Fear Street 1666 ( Abigail Berman )Onde histórias criam vida. Descubra agora