Capítulo Três

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  Amélia Pov

O sol já estava se pondo. Eu já estava saindo da colônia vizinha, voltando para Union. Havia conseguido vender os mantimentos daquele senhor e os lucros foram altos. Aposto que mudarei seus pensamentos em relação a mim depois de me ver voltando com duas sacolinhas cheias de moedas prateadas.

O sol estava quase desaparecendo no horizonte, mas eu já estava próxima à colônia. Ao longe, pude avistar aquele mesmo senhor em frente a colônia provavelmente esperando pela minha volta. Com um sorriso nos lábios, continuei cavalgando até está próxima o suficiente daquele senhor, do qual eu ainda não sabia o nome. Assim que me aproximo, ouço sua voz me cumprimentando.

—Olá, minha jovem moça. — Ele deu uma breve olhada em sua carreta que estava entrelaçada no meu cavalo. — Pelo que vejo, você conseguiu vender as minhas mercadorias.

Amélia: Eu disse que conseguiria. — Desci do cavalo parando em frente a ele. — Aqui está o seu dinheiro. Ganhei muito vendendo aqueles mantimentos.

Desamarrei as duas sacolas de dinheiro da minha cintura e entreguei ao homem, que olhava espantado para sacolas em suas mãos.

—Como... como você conseguiu tantas moedas? Eu não conseguiria isso em uma única tarde de trabalho. — Dei uma pequena risada enquanto desamarrava a carreta do cavalo.

Amélia: Nada que um bom diálogo não possa resolver.

—Você realmente leva jeito nisso. Devo confessar que estou impressionado.

Amarro meu cavalo em uma estaca de madeira que estava ali próximo, e começamos a andar pela colônia em direção a sua casa. Eu mesma empurrava a carreta até lá. Conversamos até chegar na porta de sua casa, onde foi o lugar da nossa despedida.

—Mais uma vez, eu agradeço muito pela sua ajuda.

Amélia: Não precisa agradecer. Eu faço com muito prazer. — Estaciono a carreta em frente a sua casa, a colocando no chão.

—Mesmo assim, eu estou muito agradecimento. Não é todo dia que alguém se oferece para me ajudar no trabalho... aqui, leve isto com você. — Aquele senhor pegou uma das sacolas cheias de pratas e deu para mim. — Você merece depois de ter me dado essa ajuda. — Um pouco em choque, eu peguei a sacola que estava em sua mão.

Amélia: Mas... senhor, eu não posso aceitar. — Digo sem graça. — Esse dinheiro pertence ao senhor. É fruto do seu trabalho.

—Você está errada, menina. Foi a única que estendeu a mão para me ajudar e fez um trabalho que nem se quer era seu. Você merece isto.

Amélia: Não, isso está errado... eu não posso aceitar. — Tento devolver a sacola, mas ele recua.

—Por favor, aceite. Veja isto não como uma caridade, e sim como um trabalho. Ficarei chateado se não aceitar.

Fiquei algum tempo pensando se deveria ou não aceitar aquele dinheiro, até porque ele não era meu. Mas por um momento pensei na minha mãe e o quanto esse dinheiro ajudaria em casa, e como seria ignorante da minha parte recusar o presente que aquele senhor estava me oferecendo com tanta bondade.

Amélia: Tudo bem, eu aceito. — Digo enquanto amarro as cordinhas da boca da sacola em minha calça. — Mas somente se me deixar ajudá-lo mais uma vez no futuro.

—Se é assim que você quer, assim será. Apareça aqui amanhã cedo e me ajude no estábulo.

Amélia: Fala sério?

—Claro que sim. Depois de hoje deu pra ver que você é uma garota esforçada e trabalhadora. O que me diz, vira trabalhar comigo?

Amélia: Vai ser um honra. Esse trabalho é o que eu mais preciso. — Digo contente.

Um Amor de Outra Vida - Fear Street 1666 ( Abigail Berman )Onde histórias criam vida. Descubra agora