𝐃𝐢𝐚𝐯𝐚𝐥

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Pela manhã o sol batia diretamente para dentro de seu quarto, a luz que clareava seu rosto logo incomodou sua visão. Tentando tapar os olhos ainda fechados, ficou ali criando coragem e despertar completamente. Depois de minutos, ela se levanta ficando sentada na cama e repara uma movimentação de algo na janela, era um pássaro preto. Impressionada pela aparição, se aproximou da ave com cautela para não assustá-la. A ave então a olha, enclinando um pouco sua cabeça em um sinal de que Giulia poderia tocar. A garota levantou seu braço direito bem devagar e alisou o indicador suavemente na cabeça do pássaro. Alguns movimentos repetitivos foram feitos, até que o pássaro então voa para a direção oposta de sua casa.

一  O que está fazendo?
一  Por Deus, Leonor! 一  Ela se vira rapidamente para atrás.
一  Desculpa, eu te assustei? 一  Riu baixo.
一  Claro que não, até porque é todos os dias que um fantasma vem me visitar!
一  Ei, não me ofenda assim! 一  A figura da garotinha vai até ela e a belisca de leve. 一  Por acaso um fantasma pode lhe tocar?
一  Ai! Eu não quis te ofender, desculpa Leonor.
一  Tanto faz, só vim aqui porque você parecia em perigo.

Ela olhou ao seu redor tentando procurar algo de errado.

一  Se isso é estar em perigo, eu realmente não sei o que é estar seguro... 一  Se senta em sua cama.
一  Um dia você vai entender, agora me escuta. Você não vai poder mais ficar com os seus pais, terá que vir comigo e abandonar tudo pelo seu destino.
一  Como assim? Não! Eu não posso deixar eles aqui, sozinhos! Eu não vou a lugar nenhum, meu lugar é aqui. O meu destino sou eu que escolho e ninguém pode mudar isso. 一  Com a voz um pouco alterado mas nem tanto para não acordar seus pais ela expressa sua indignação.
一  Giulia, por favor, eu preciso que você entenda. Isso é algo muito maior do que você pensa, é importante. Não pense que só estou aqui porquê eu quero, é a minha obrigação te guiar, assim como você tem a obrigação de seguir esse caminho e cumprir com seus deveres nesse mundo. 一  Leonor segura suas mãos firmemente. 一  Por favor, você precisa deixá-los...

Com o rosto tomado pelas lágrimas e o nariz corizando, Giulia apenas se permite aliviar suas emoções, tentando não fazer barulho. A respiração acelerada e as fungadas estão se tornando incontroláveis. Aos poucos se acalmando, ela então enxuga seu rosto e olhando para suas mãos, respira fundo.

一  Tudo bem? Você estava chorando? 一  Sua mãe fecha a porta logo em seguida e se aproxima da cama.
一  Tudo sim, foi só um pesadelo. Eu prefiro não falar...
一  Não precisa, e também lembrar só piora mais. 一  Ela enrola seus cachinhos, logo em seguida recebendo um abraço de Giulia.
一  Eu te amo muito, mãe! E o papai também!
一  Nós também te amamos, amor! 一  Riu abraçando de volta.

Seus olhos lacrimejavam. Aproveitando o máximo de tempo, se reconfortava nos braços de sua mãe.

♡                                  

一  E aí, ela disse alguma coisa?
一  Não, só disse para tomar cuidado no lago.
一  Ótimo. O lugar que a gente vai é um pouco longe, mas só irei dizer o que é quando chegarmos lá. Apenas me siga.

Leonor seguia a frente enquanto Giulia ia um pouco atrás, passando pelas pessoas até saírem pela entrada que dá ao centro do comércio. Estando mais afastadas, elas passam por onde está a casa da Hanna. Giulia então para no meio do caminho.

一  Por que parou? 一  Leonor para junto.
一  Eu preciso falar com a Hanna, é rapidinho. 一  A mesma sai andando em direção à casa.

Ao chegar mais perto ela observa Hanna sentada na varanda sozinha. Foi até em sua direção.

一  Hanna? Oi!
一  Oi. 一  Cumprimentou sem muita importância.
一  Eu queria pedir desculpas por ter saído daquele jeito, eu devo ter causado uma má impressão para você.
一  Tudo bem, eu não me importo. O que 'tá fazendo aqui?
一  É que eu estou viajando com uma garotinha para longe daqui e eu vim falar com você.
一  É aquela dali? 一 Ela aponta para onde está Arvid e Leonor brincando um pouco afastado.
一  Oh, é ela mesma, haha. 一  Se senta junto no chão. 一  Enfim, e essa viagem é para um lugar desconhecido mas que eu tenho grande importância para ajudar nessa questão de perseguições às bruxas. É um destino que aparentemente não posso mudar. A Leonor é tipo minha guia nessa missão.
一  Certo, entendi. Bom, se isso for verdade mesmo, boa sorte, espero que consiga mudar essa situação e confrontar a igreja. 一  Diz em um ar de deboche.
一  Eu estou falando sério, Hanna. E eu quero que você vá comigo.
一  Com você? Nem fodendo.
一  Sinto que é importante você ir, até por causa da sua mãe, isso tem a ver com ela. Eu quero tentar te ajudar a vingar a morte de sua mãe de algum jeito.
一  Por que se importa tanto com ela? Ela já morreu, não quero mais ficar remoendo o passado. 一  Giulia segura em suas mãos.
一  Me importo porque você foi a primeira pessoa legal que conheci e acho que você merece fazer alguma coisa pela sua mãe, ajudando outras pessoas que podem ser acusadas de bruxaria injustamente... 一  Ela olhava profundamente em seus olhos.
一  Ok, eu aceito ir com você. 一  Sorriu minimamente.

Giulia acenou com a cabeça desprendendo suas mãos das de Hanna.

一  Eu vou guardar algumas coisas importantes minha e do Arvid 'pra gente ir. 一  Se levantou indo em direção ao quarto.
一  Claro!

Depois de um tempo Leonor vinha acompanhada de Arvid em sua direção.

一  Eu gostei muito do irmão dela, podemos levá-lo?
一  Ebaa, viagem!
一  Claro, e ela também vai!
一  Ainda bem, não aguentaria passar a viajem toda contigo.
一  Não tem problema, a Hanna aguenta.
一  Você que pensa. 一  Ela volta a puxar o garotinho para brincar longe.

Giulia apenas riu baixo e entrou na casa para verificar Hanna.

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⏰ Última atualização: Dec 08, 2022 ⏰

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