Capitã Mackenzie Coyle

48 7 0
                                    

12 anos depois...
É aqui que a nossa história começa!

A Brandman rapidamente acorda, suada. Achando esquisito ter sonhado justo com o dia em que conheceu Erin. Ela se levantou, pegou uma lamparina e foi até a gaveta, removendo o seu fundo falso e pegando a moeda em forma de colar.
Aquilo era tão bonito, mas parecia tão errado.
Ela o pegou, colocando em seu pescoço, mas se assustou ao ouvir batidas incessantes na porta.
Por sorte, era o seu pai.
- Karina? - disse ele, parecendo preocupado - Está bem? Está vestida?
Enquanto isso ela tentava colocar alguma manta por cima, e cobrir o colar, o  colocando entre suas roupas.
- Sim! - disse ela, desesperada - Sim.
Seu pai entrou com uma criada, Karina a observou abrir as janelas, desviando um pouco o olhar por causa da claridade.
- Ah, ainda deitada a essa hora! Está um dia lindo, e eu tenho um presente para você. - ele disse, pegando uma caixa que estava em cima da mesa e entregando Karina,  ela rapidamente abriu.
- Ah, pai! É lindo! - disse encantada, pegando o vestido - Mas posso perguntar a ocasião?
Seu pai a olhou, brincalhão.
- E desde quando tem ocasião para presentear a minha filha?
Ela sorriu ,indo atrás de um tipo de porta, para colocar o vestido.
- Na verdade eu... - disse o  seu pai-Gostaria que o usasse na cerimônia de hoje.
- Cerimônia? - perguntou ela
- Cerimônia de promoção do capitão Norrington.
Karina colocou a cabeça a vista do seu pai só pra lhe lançar um olhar traído.
- Eu sabia!
- Comodoro Norrington, como ele está prestes a se tornar.
A antes menina, agora uma jovem mulher franzia a testa em negação. Achava aquilo tudo uma tremenda bobagem.
- Um gentil cavalheiro, não acha?-continuava seu pai - Ele gosta de você!
As criadas a apertaram de uma forma absurda para a por naquele vestido.
Ela ofegou, em busca de ar.
- Karina? - disse seu pai - Como está ficando?
- É difícil dizer.- disse ela, sentindo se esmagada
- É a última moda em Londres. - seu pai falou
- Então as mulheres de Londres devem ter aprendido a não respirar. - disse Karina convicta,ofegando mais, para respirar
Seu pai sorriu com isso. Mas um homem chegou no quarto.
- Você tem vista, milorde.
Sr. Brandman assentiu e desceu lá em baixo.
Abaixo da escada, Erin Tieng esperava ansiosamente pelo pai de Karina com uma espada em mãos.
- Senhorita Tieng. - disse Sr. Brandman - Me espanta a senhorita não estar com roupas apropriadas.
Erin olhou para as roupas que usava, que eram basicamente usadas e de homem. Mas ela não conseguia ver nenhum problema nisso.
- Ah, sinto muito senhor...
O Sr. Brandman negou com a mão, indicando que não era grande coisa.
- Aqui a sua encomenda. - disse, lhe entregando a espada - A lâmina é de aço forjado. Tem uma filigrama de ouro incrustada no punho.
O governador analisava a espada, com olhos atentos como se buscasse algo a mais.
Ela levantou as mãos, olhando para ele.
- Se me permite?
Assim que o governador assentiu ela pegou a espada e a rodou em suas mãos parando reta, mostrando equilíbrio.
- Totalmente equilibrada!
O Sr. Brandman aplaudiu.
- Impressionante. O Comodoro Norrington ficará contente. Transmita meus comprimentos ao seu mestre.
Erin sempre tentava mostrar suas habilidades pois queria entrar para lutar, mas sabia ser impossível, por ser mulher.
Ao ouvir este comentário seu ânimo murchou um pouco. Seu mestre era um velho bêbado.
- Ah, claro. - ela disse, abaixando levemente a cabeça - Um artesão sempre fica satisfeito, quando apreciam a sua obra.
Sr. Brandman assentiu e olhou para escada, deslumbrado.
- Karina! Você está incrível, minha filha!
Erin a  observou com sorriso no rosto.
- Erin! - disse Karina indo abraça-la - Como é bom ver você.
- Karina! - disse o pai dela - Tenha modos, minha filha.
- Kj! - sussurou baixinho o modo como a sua amiga gostava de ser chamada - É bom ver você.
Karina era como uma irmã para Erin, e são inseparáveis desde o dia em que se encontraram naquele navio.
- Na noite passada eu sonhei com o dia em que resgatamos você, se lembra?
Tieng negou brevemente, sorrindo.
- E tem como esquecer?
Elas se deram mais um abraço e Karina partiu, caminhando para fora.
Kj era sua única família no mundo, pois não se lembrava de quem era, ou seus pais.
                               **
Mackenzie Coyle se encontrava em cima de um mastro e ela havia mudado muito  nesses 12 anos, seu cabelo estava maior, caindo em suas costas, tinha algumas tranças firmes  e usava um tipo de pano na cabeça.
E o melhor para descreve-la, era que usava as típicas roupas de piratas, tinha colares, uma tinta escura forte nos olhos e um sorriso pouco provocador.
Olhando para vista, por um segundo ela olhou para baixo, e viu a situação em que se encontrava.
Com o  barco  furado, desceu rapidamente e tentou tirar a água com um pequeno balde, não botando muita fé no que estava fazendo, ela parou.
Observando 3 caveiras dependuradas pelo pescoço com a mensagem:
PIRATAS
QUE SIRVAM DE AVISO
Ela bateu uma pequena continência em homenagem aos falecidos,e seguiu em frente, ficando novamente em cima do mastro dando um passo a frente um segundo antes do seu barco afundar completamente.
Alguns homens a olharam estranho mas ela não ligou, por enquanto o dia ainda não estava dos piores.
- Bom dia! - ela disse para um homem enquanto passava por ele
- Hey! Espere aí, senhorita.- Custa 1 xelim para amarrar seu barco no cais. E preciso saber seu nome.
Mac ponderou por um segundo e fez um sinal de espera com a  mão, pegando algo em seu bolso.
- O que me diz de 3 xelim, e esquecermos o nome?
O homem prontamente acertou a oferta, oferecendo um sorriso a ela.
- Bem-vinda a Port Royal, senhorita Smith.
Mac sorriu, juntando aos mãos em sinal de agradecimento e indo para a frente, não sem antes pegar um pacote preto cheio de moedas e rapidamente enfia-los em seu bolso.
Trombetas tocavam para todos os lados, e Karina Brandman se encontrava passando mal, por não conseguir respirar bem.
Ela abanava o leque freneticamente, embora não achasse que fizesse algum efeito.
Já Mac sorriu quando encontrou um navio ótimo a sua espera, mas antes de conseguir entrar, dois guardas a pararam na entrada.
- É proibida a entrada de civis nesse cais.
- Sinto muito, eu não sabia. Caso veja algum informarei imediatamente.
Disse a Coyle, tentando passar novamente, mas foi barrada.
- Soube que há um evento elegante no forte. - disse ela, cordialmente - Como dois cavalheiros honrados como vocês não receberam esse convite?
- Alguém precisa impedir a entrada de civis no cais.
- Um objetivo admirável, mas me parece que um navio como aquele...-Mackenzie disse, apontando para outro navio mais longe - Deixa este aqui um pouco antiquado, não acham?
Os guardas olharam entre os navios e se viraram para frente de novo.
- Realmente. - concordou um dos guardas - O destemido tem uma potência nessas águas... Mas nenhum navio se compara ao Interceptor na velocidade.
Mackenzie assentiu, feliz por terem mordido a isca.
- Ouvi falar de um. Que parece ser muito veloz, quase inalcançável. O pérola negra.
Mac olhou de um guarda para outro, vendo se conhecem a história.
- Nenhum navio de verdade se compara ao Interceptor. - disse um dos guardas
- O pérola é um navio de verdade. - disse o outro guarda
- Não é não.
- É sim. Eu o vi.
- Você o viu?
- Sim.
- Você viu um navio com velas negras, tripulado por amaldiçoados e um comandante tão maldoso,que o próprio inferno o rejeitou?
- Bem, não.
- Ahh, não?
- Mas eu vi um navio com velas negras.
Mac, vendo que eles estavam discutindo e que seu plano havia dado certo, correu para o navio.
Mas quando menos esperou, os guardas se deram conta que ela escapou e foi atrás.
- Hey!! Você aí!! Não pode civis no cais!
Mackenzie tentava a todo custo sair rapidamente, mais infelizmente não deu tempo e os dois guardas apontaram suas armas para ela, que rendeu as mãos os olhando com calma.
- Ah, me desculpem. É que é um barco tão bonito. Oh... Navio. - ela rapidamente se corrigiu
- Me diga o seu nome.
- Eu sou Smith, ou Smity. Como os senhores preferirem.
- E o que veio fazer em Port Royal, senhorita Smith? - o guarda disse, zombando
Mac se mexeu um pouco para o lado e as armas as acompanharam.
- E sem mentiras!
- Tudo bem... Eu confesso. - Mac disse, indo mais para o lado - Eu queria confiscar o navio ,conseguir embarcar  na Ilha de Tortuga... e depois atacar, pilhar e saquear até não aguentar mais.
O guarda franziu a testa.
- Eu disse sem mentiras!
- Eu acho que ela está  falando a verdade.
- Se ela tivesse dizendo a verdade, não nos contaria. - o guarda falou
- A menos que eu dissesse a verdade, sabendo que não acreditaria. - disse Mac
Os guardas se olharam, e depois se viraram para Mackenzie.
Enquanto isso, Karina Brandman se encontrava sem fôlego algum, aquele vestido estava a sufocando.
Ela estava no meio do pequeno salão, batendo o seu leque sem parar, e  observou, com certa impaciência o Comodoro Norrington chegar perto de si.
- Com licença, senhorita Brandman. Pode me dar um minuto?
Ela acenou com cabeça, sem forças para dizer qualquer coisa.
Eles estavam na ponta do forte, e Karina estava na beira, ainda com seu leque em busca de ar.
- Você está admirável, Karina.
Ela sorriu um pouco forçado para ele.
- Eu peço desculpas se parecer ousado, mas tenho que me expressar como penso. Esta promoção, ressalta o que eu ainda não tenho. - disse se virando para ela - O casamento com uma bela mulher. E você se tornou uma bela mulher, Karina.
Ele se virou de costas novamente e ela se dobrou em busca de mais ar.
- Não consigo... respirar!
Ela conseguiu balbuciar se virando de costas, vendo tudo escurecer na sua frente. E a única coisa que se lembra é de sentir um vento bom no rosto, antes de perder a consciência.
- Sim, eu também me sinto um pouco nervoso. - disse o Comodoro Norrington antes de se virar pra trás
- Karina? - disse ele indo para a beira e percebendo o que aconteceu - Karina!!
Ele começou a tirar a roupa para pular mas um dos guardas o parou.
- As rochas! Senhor, é um milagre ela não ter caído sobre elas.
Mackenzie ainda contava a sua incrível história para os guardas no navio.
- Então, eles me nomearam capitã!
Os guardas e a pirata se viraram quando viram uma moça caindo na água.
- Então... - Mac disse se virando para os guardas - Não vão salva-la?
O guarda negou.
- Não sei nadar.
Mackenzie fez uma ótima cara de desacreditada.
- E são o orgulho da marinha real? - ela os entregou suas armas - Não percam isso, está bem?
E mergulhou no fundo da água atrás da mulher que havia caído. Conseguiu a segurar pela cintura e puxar para cima. Jogando ela no chão firme, Mac percebeu que ela ainda não respirava e pegou o seu vestido, rasgando-o no meio.
- Eu nunca pensaria nisso! - exclamou um guarda surpreso
A mulher tossiu água pela boca e se virou para cima, respirando novamente.
Mac olhou para o guarda, achando ele um imbecil.
- Isso é porque nunca esteve em Cingapura.
A mulher era bonita, com cabelos cacheados e um rosto realmente admirável. Mackenzie tentou não olhar para o seu decote, mas algo chamou sua atenção. Uma moeda em forma de colar, feita de outro com uma caveira nela.
Ela pegou a moeda entre as suas mãos e olhou desacreditada para a mulher.
- A onde foi que conseguiu isso? - perguntou para ela mas não obteve resposta nenhuma
Em segundos, muitos guardas estavam ao seu redor.
- Levante-se. - disse um deles para Mac.
Ela foi obrigada a levantar vendo espadas apontadas para a sua direção.
- Karina! - disse O Sr. Brandman, levantando sua filha e a abraçando.
Olhou para Mac e deu a famosa ordem.
- Mate-a.
- Não, pai! - disse Karina - Vai mesmo matar a minha salvadora?
Mac não tratou de juntar as mãos, e lhe dar um gesto de agradecimento.
Um homem chegou a frente e disse, estendendo a mão:
- Um obrigado deve bastar.
Mac observou ele por um momento antes de estender a mão  e o homem levantar a sua manga da blusa.
- Você é uma pirata. Mackenzie Coyle hein?-como o guarda sabia seu nome, ela não conseguia dizer- Uma mulher nesse ramo não é nem um pouco comum. Nunca tentou apresentar outros serviços, senhorita?
Ele disse e os homens ali gargalharam.
Correntes foram postas em seus braços. E Karina tentou intervir.
- Por favor. Pirata ou não, essa mulher salvou minha vida.
- Pessoas assim não tem salvação. - disse o homem e Mac se irritou
- É capitã Mackenzie Coyle. - disse indo na direção do homem, e outros calaram a boca para ouvir
Mac estava a poucos centímetros do rapaz, podendo ver a sua cara feia de perto.
- E vamos apenas dizer que eu prefiro matar homens, do que ficar com eles.
Assim ela agiu, empurrando quem tivesse pela frente e usando suas correntes para coloca-las no pescoço de Karina, andando para trás.
- Não atirem! - gritou o chefe dali para os seus homens
- Sabia que seria minha amiga. - Mac disse para a garota
- Agora, senhores. Meus pertences. Comodoro! - Mac disse - Karina... É Karina, certo?
Assim as coisas de Mac,foram jogadas para a Brandman.
- Pra você, é senhorita Brandman.
- Tudo bem, querida. - Mac disse, virando  de frente para ela - Agora se você puder me fazer o favor.
Assim de perto Mac notou o quanto Karina Brandman era realmente bonita, ainda mais com raiva.
Ela grunhiu, antes de colocar o chapéu na cabeça de Mac, o colete e o resto das suas coisas.
- Hey, cuidado com meus pertences.
- Você é desprezível. - disse Karina,  olhando para Mac
Mackenzie sorriu, a segurando como se fosse a jogar de algum lugar.
- Palavras não me afetam, amor. É o seguinte, eu salvei sua vida, e você a minha. É tudo questão de equilíbrio!
E assim a jogou de volta para os soldados.
- Lembrem senhores. Esse foi o dia em que vocês quase pegaram, a capitã Mackenzie Coyle!!
- Atirem!! - gritou o governador
E assim ela  tirou o parafuso de uma máquina a fazendo ir para cima, com tiros sendo disparados por todos os lados.

Mackenzie Coyle - Piratas do Caribe Onde histórias criam vida. Descubra agora