Karina era levada com um pequeno barco na direção do navio dos piratas.
Ela estava com medo, isso era um fato. Mas tentaria sobreviver a qualquer custo,e por mais idiota que seje admitir estava adorando a sensação eletrizante que aquilo a causava.
O navio tinha velas negras, uma mulher esculpida na frente com uma expressão de terror no rosto.
Parecia assustador e incrível ao mesmo tempo.
Chegando ao navio um homem grande e com aparência séria a olhou feio.
- Não sabia que levávamos prisioneiros.- disse ele para os dois piratas que a pegaram
- Ela invocou o direito de Parlamentação com o capitão Barbossa. - o pirata o respondeu
Karina corajosamente deu um passo a frente.
- Eu estou aqui para...
Um estalo foi ouvido e Brandman recuou, tocando em seu rosto que foi batido pelo pirata.
- Você fala quando falarem com você!
Ele levantou novamente a mão, mas ela foi parada no ar.
- E você não tocará em ninguém sob a proteção da Parlamentação.
O rapaz grunhiu irritado mas assentiu com a cabeça.
- Sim, senhor.
O capitão que estava a sua frente parecia assustador, e lembrava a Brandman de alguém embora ela não consiga dizer quem.
- Minhas desculpas, senhorita.
Karina se recompôs, tentando parecer firme.
- Capitão Barbossa... Estou aqui para negociar a cessação das hostilidades.
O capitão ergueu as sobrancelhas.
- Quantas palavras difíceis. Somos só humildes piratas. O que a senhorita quer ?
A Brandman ergueu seu queixo, mostrando superioridade.
- Quero que vá embora, e nunca mais volte.
Os piratas começaram a rir e ela os olhou, confusa.
- Estou inclinado a aquiescer a sua solicitação. Ou seja, NÃO. - disse o capitão
Karina sorriu, irônica. Tirou o colar que estava no seu pescoço, e foi para a beira do navio.
- Tudo bem. - disse ela - Vou solta-lo.
Ela conseguiu ver a aflição no rosto dos piratas ali presentes.
- Por que importariamos? - disse o capitão, um pouco tenso - Nós já saqueamos o suficiente.
- Então não se importariam se eu...-ela
fingiu que ia jogar mais o pegou de volta
Os piratas hesitaram.
- Não! - gritou um deles
Karina ergueu as sobrancelhas e o capitão cedeu chegando perto de si.
- Muito bem...E você tem nome ? - perguntou o capitão
- Karina...Tieng. - disse se curvando brevemente - Sou criada na casa do governador.
O capitão a olhou, parecendo surpreso.
- Senhorita Tieng! - ele disse alto
Karina observou confusa, o sobrenome ser sussurrado pelos piratas.
O capitão voltou a encará-la.
- Como uma empregada tem uma joia como essa? - ele se aproximou - É uma herança de família?
A Brandman o olhou com desprezo.
- Eu não roubei, se é o que pensou.
Ele assentiu, alisando a barba, e estendendo a mão.
Mas não parecia ter acreditado.
- Muito bem, me entregue. Que vamos embora para nunca mais voltar.
Brandman relutantemente o entregou, e assim que ele o pegou; ela viu que não teria mais o que falar caso os piratas resolvessem mata-la.
O capitão fez um sinal aos outros piratas, indo embora.
Karina o seguiu, sentindo um desespero crescer em si.
- E o nosso trato? - perguntou ela
- Calar os canhões. Preparar para levantar ferro!-os piratas gritavam ordens para se retirarem
- Espere! - súplicava a Brandman-Tem de me levar a terra. Segundo o código...
O capitão que estava na sua frente se virou, um pouco impaciente.
- Primeiro! O seu retorno não foi negociado, logo não "tenho" de fazer nada. Segundo, o código aplica-se a piratas; coisa que a senhorita não é.-ele fez uma pausa, como se saboreasse a ideia de estar certo - E terceiro, o código é o que chamamos mais de orientação, do que regras.
O capitão sorriu, gesticulando as mãos pelo navio.
- Seja bem-vinda a bordo do Pérola Negra, senhorita Tieng!
Karina sentiu algo afundar dentro dela, e percebeu que era a esperança que tinha de sair dali viva.
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Mackenzie Coyle tentava abrir a sua cela com uma vareta inutilmente, quando ouviu passos pela escada.
Ela deitou-se no chão, tentando parecer menos culpada, mas sua expressão murchou um pouco ao perceber que era só a garota com quem ela tinha lutado antes de ser pega.
- Você!-disse a menina-Coyle!Conhece o pérola negra?
Mackenzie não se deu nem o trabalho de a olhar.
- Já ouvi falar.
- Costuma ancorar onde?
A pirata levantou a cabeça, um pouco descrente.
- Onde fica ancorado? Não ouviste as histórias?
Vendo que a garota a sua frente não fazia ideia do que estava falando, Mac revirou os olhos e disse:
- O capitão Barbossa e sua tripulação de confederados fazem-se a partir da temível Isla de muerta. Uma ilha que não pode ser encontrada.
-Exceto!-Coyle sorriu levantando a sua mão - Por aqueles que já sabem onde fica.
- O navio é bem real, logo o seu ancoradouro também deve ser. Onde fica? - disse Erin, ansiosa
Mac a olhou com tédio.
- Por que me pergunta?
- Porque és uma pirata.
Coyle sorriu novamente, irônica.
- Então você também quer ser uma? É isso?
Erin se aproximou mais da cela, colocando suas mãos nas barras e se controlando para não dizer algo bem sujo.
- Nunca! - ela silibou, mas depois se recompôs - Eles levaram a senhorita Brandman.
Mac franziu a testa.
- Levaram a bonitinha? Por que?
A Tieng a olhou com ódio.
- Certamente não estaria aqui se soubesse.
Mackenzie assentiu, ainda a olhando zombeteira.
- E então? O que eu tenho a ver com isso?
Erin hesitou, antes de dizer:
- Posso tirar você daqui.
Mac ergueu as sobrancelhas, não acreditando.
- Como? A chave fugiu.
Erin analisou a cela, pegando um pedaço de madeira.
- Ajudei a construir estas celas. Isto são dobradiças de espigão. Com a força certa e mediante... - ela forçou a madeira em um ponto específico - A porta saí em um tilintar.
Vendo a menina forçar a cela, Mac a perguntou:
- Como é o seu nome?
- Erin Tieng. - disse ela, ofegante
- É um nome bonito. E significa Irlanda para sempre. Seu pai foi um homem forte, imagino.
Ela pensou por um breve momento.
- Acho que sim.
Coyle assentiu, se levantando .
- Ah. Bem, Tieng, mudei de ideia. Se me libertar dessa cela, juro pelas dores da morte que te levarei até o Pérola Negra, e consequentemente até a bonitinha.
Mac estendeu a mão para Erin.
- Temos um acordo?
Ela hesitou antes de apertar sua mão de volta.
- Sim. - disse Erin e Mac sorriu
- De acordo então. Agora me tire daqui.
A Tieng forçou a cela e ela saiu com facilidade.
- Depressa! Alguém pode ter nos ouvido.
- Não sem os meus pertences.
Disse a pirata, pegando suas armas e seu chapéu.
Elas saíram correndo, tomando cuidado para ninguém as reconhecer e parando a borda da praia, debaixo de uma ponte.
- Vamos roubar um navio? - sussurou Erin, apontando para um que estava ao longe- Aquele navio?
Mackenzie olhava para os guardas, analisando a situação.
- Vamos nos apossar dele. - Mac corrigiu - É um termo náutico.
- Só uma pergunta, querida, ou não vale a pena irmos.- continuou Mackenzie - Até que ponto você está disposta para salvar Karina?
Erin a olhou seriamente.
- Eu morreria por ela.
A pirata suspirou aliviada, mas sem estar muito surpresa.
- Ah, então tudo bem. Não há problema.
Assim começou o início do plano, elas pegaram um bote virado para baixo indo para o fundo do mar, e de algum jeito, tinha sobrado um pequeno espaço onde poderiam respirar.
- Isto é loucura ou genialidade.-admirou-se Erin
- É espantosa a frequência com que esses dois aspectos coincidem! - disse a pirata, gabando-se
Livraram-se do bote e escalaram até chegar no mastro do navio.
Erin tirou sua espada e Mac sacou sua arma, a levantando levemente para o alto.
- Fiquem todos calmos! - alertou a pirata - Vamos assumir o comando do navio.
Mac e Erin se aproximaram dos guardas que haviam ali.
- Pois é. - disse Tieng, apontando a espada para eles - Rendam-se!
Os guardas riram e Mac olhou para Erin, como se dissese : Você acabou com o clima!
A garota ao lado da pirata só encolheu os ombros, como se dissese: desculpe.
O líder dos guardas chegou perto de Mac, a zombando.
- Este navio não pode ser tripulado por duas mulheres. Jamais sairão da baía.
A Coyle engatilhou a arma apontando para a testa do guarda, que engoliu em seco.
- Ah, querido... - murmurou ela erguendo uma sobrancelha, zombando dele de volta - Eu sou a capitã Mackenzie Coyle. Topas?
E então...
Duas mulheres se apossaram do navio.
Já na beira da praia, um guarda falava algo ao Norrington.
- Comodoro. - disse ele, um pouco desacreditado - Eles tomaram de assalto o destemido.
Norrington olhou mais além, notando um pequeno bote com os guardas.
- Comodoro! - gritou o líder deles -Elas tomaram o navio. A Coyle e a Tieng tomaram o navio!
Comodoro viu as duas no mastro e fez uma careta.
- Essa é a pior pirata que eu já vi.
Erin observou o navio dos guardas virem em sua direção.
- Estão vindo! - alertou ela
Mac deu um grande sorriso.
Era a hora do espetáculo!
Os navios estavam rentes um ao outro, Mac e Erin se esconderam no canto atrás das velas e assim que os guardas pularam para o navio delas, elas pularam para o outro.
A Tieng tomou o controle enquanto Coyle cortava as cordas, para os guardas não terem como voltar.
Do mastro, Mac acenava para Norrington com um grande sorriso no rosto.
- Obrigado, Comodoro, foi uma grande gentileza preparar a partida. - ela debochou - Íamos ter uma imensa dificuldade para fazermos sozinhas!
Mac viu, com certa alegria o rosto do Comodoro ficar vermelho de raiva.
Tiros foram disparados e Erin se abaixou, mas Mac continou parada, olhando para ele com um claro desafio.
- Tirem a âncora, e limpem essa porcaria. - disse Norrington para os seus homens
- Com este vento, não os apanharemos. - alertou o guarda
- Não precisamos pega-las. - disse o comodoro - Só as coloquem na mira do canhão.
- Vamos afundar o nosso navio? - O guarda perguntou
Comodoro fez que sim, com raiva.
- Prefiro vê-lo afundar a cair nas mãos de uma pirata.
- Comodoro! - gritou um homem - Ela inutilizou o leme. Não dá para atirar!
O bote dos homens que estava vindo em uma tentativa inútil de para-las ficou frente a frente com o navio.
- Abandonar o escaler! - ele gritou e os homens pularam do bote
Norrington fechou os olhos, não aceitando sua óbvia derrota.
- Aquela deve ser a melhor pirata que eu já vi! - disse o guarda ao seu lado, maravilhado
- É o que parece. - resmungou o Comodoro
Já longe dos guardas, o navio que Mac e Erin havia roubado ia calmamente pelo mar.
- Minha mãe me criou sozinha enquanto criança, na Inglaterra. Após a sua morte, vim pra cá, a procura do meu pai.
Mac a olhou com tédio novamente.
- Não me digas?
Erin arregalou os olhos.
- O meu pai...- ela disse, indo atrás de Mackenzie que insista em ignora-la-Ector Tieng? Só depois de saberes meu nome é que decidiste me ajudar.Como era o que eu queria, não quis discutir.
- Não sou idiota, Coyle.-continuou Erin-Tu conhecias meu pai.
No mastro Mackenzie suspirou, como se estivesse cansada de a ignorar
- Sim. - concordou Mac- Devo ser uma das poucas que o conheciam como Ector Tieng. Quase todos o chamavam de boudstrap, ou boudstrap Ece.
Erin franziu a testa.
- Boudstrap? - perguntou, confusa
- Um bom homem, e um bom pirata.-Mac disse, a analisando um pouco -És a cara chapada dele. Só que na versão mulher.
O rosto de Erin se contorceu de descrença, e depois raiva.
- Mentira! - gritou ela tirando sua espada, e apontando para a Coyle - Ele era da marinha mercante. Um homem respeitável, cumpridor da lei.
Mac revirou os olhos virando o navio um pouco para a esquerda.
- Ele era um maldito pirata. Um malandrão.
Erin grunhiu de raiva.
- O meu pai não era pirata!
Coyle olhou para cima, como se buscasse paciência, que ela não tinha.
- Abaixe a espada, querida. Não vale a pena apanhar para mim de novo.
Tieng a olhou com desprezo.
- Você não me venceu, ignorou as regras de combate. - corrigiu ela - Em uma luta correta, eu teria te matado.
Mackenzie sorriu, se virando para ela e pouco se importando de ver a lâmina da sua espada a centímetros do seu rosto.
- Isso não me motiva a lutar corretamente.
Mac girou uma alavanca e um pedaço de madeira foi em direção a Erin, que largou sua espada e se agarrou para não ser derrubada na água.
Coyle pegou a espada dela, apontando na direção de Tieng.
- Enquanto está aí pendurada, ouve-me. As únicas regras que importam, são essas : o que uma mulher pode fazer, e o que uma mulher não pode fazer.
Erin fez uma careta.
- Não preciso que me diga isso, as pessoas já fazem. O tempo todo.
- Não estou falando disso, sua estúpida.-Mac disse a ela revirando os olhos-São regras de levar para a vida. Nada a ver com vestidos e como se portar em lugares chiques.
- Por exemplo, você pode aceitar que seu pai era um pirata, e um bom homem, ou não. Mas tem a pirataria no seu sangue. Vai ter que lidar com isso.- continuou a pirata
Mac andou para o lado, a observando atentamente.
- Eu, por exemplo. Posso deixar você morrer afogada, mas não posso levar o navio sozinha até Tortuga. - Mac disse e girou a alavanca de novo, trazendo Erin de volta
Ela caiu com um baque surdo no chão.
- Então... - Coyle disse e estendeu a espada novamente para ela - Pode navegar sob o comando de uma pirata, ou não ?
Erin pegou sua espada, olhando para Mac surpresa.
- Tortuga?
- Tortuga. - concordou a pirata, sorrindo.
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Notas finais : Me digam se estão gostando. Fiz esse capítulo com muito carinho. E " Topas", a expressão usada nesse capítulo quer dizer "Sacou", ou "entendeu".
Até a próxima!♡
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Mackenzie Coyle - Piratas do Caribe
FantasyMackenzie Coyle, uma famosa pirata do Caribe, que não tem modos ou regras pra viver acaba caindo em terra firme, onde Karina Jude Brandman mora. Uma jovem donzela, que vai se encontrar em muitas situações de perigo. A pirata busca uma coisa, ou melh...