Minha Dama da noite,
Será que algo nesse mundo é real?
Eu apenas... O rumo não existe mais em mim, isso é crucial, pois com ele estavam todas as minhas alegrias e decepções. Torno-me uma massa cinza, e eu sequer morri, essa minha velhice sombria veio junto de ser um total segredo, eu vejo as mulheres jovens passando pela rua, meu único estado é a melancolia, mal sabem pobres mulheres.
Um pensamento vem me enforcando esses dias, meu amor esses anos todos não fomos nada, apenas mulheres, o que não é muito para este mundo. Queria de todas as formas possíveis acreditar só no mundo do qual criamos, aquele do pequeno apartamento, onde éramos casadas apenas no nosso íntimo. Não existe um bom mundo para as mulheres, apenas o mundo da sobrevivência, o mundo lá fora lhe matou e me matou junto, vai continuar matando mulheres e consumindo o sangue de todas nossas antigas e novas gerações.
Contudo, toda mulher em seu íntimo tinha um grande mundo como o nosso, assim sobreviveremos a nossa infinita guerra. Se torna um tanto difícil quando as próprias mulheres não querem lutar contra o ataque nessa guerra, seria uma guerra civil?
Me vem à memória muitas mulheres que nunca gostaram de nós, nenhuma delas lutaria contra a guerra conosco, minha bela nunca foi rancorosa, porém que tu guardaste o nome de todas essas damas no coração, este fato é real e palpável. Sempre existiram mulheres em situação idêntica ou pior do que nós, conhecimento dos mais básicos, afinal, as companheiras com coisas diferentes abaixo das saias sempre nos poderão ajudar, mesmo em lençóis muito piores que os nossos.
Só me resta dizer que depois de tudo isto eu sou uma miserável, amarga e sem um pingo de paixão. O que fiz de mim, minha querida?
Eu não consigo fazer mais nada, eu me tornei uma invalidada sombria, sem sangue, sem dentes, sem alma, eu não existo, fui corrompida por muitos anos me pergunto se sequer existe, a flâmula da minha dor se encontra em todos os lugares, eu não sinto nada, deitada, sempre deitada.
É nesse grito que eu invoco meu puro ódio a tudo, na luta que parei de lutar, parei, simplesmente parei de ter um gota sequer de pura vontade, eu me sinto uma inútil, eu me sinto nada, algo do qual as angústias e lutas não valem a pena em serem postas em jogo. Acredito sentir um pouco de raiva a respeito de ti, não por sua raiva, não por você, eu só sinto raiva.
Eu não sou especial, eu não sou importante, eu não sou genial, eu sou só uma gosma, a melhor representação da minha total falta de cerne, falta de existência, eu sinto falta de me sentir humana, me sentir bem, me sentir adequada em algum espaço, eu me pergunto se já me senti assim.
Ps. Seria você uma doce manhã com passarinhos? seria você feliz? Seria você a criatura das criaturas? Minha querida Oh minha querida
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Olá leitores,
Sim, eu sei que demorei kkkkkk
Eu sinto que passei por muitos processos durante esses meses, não sei descrever para vocês as palavras corretas para estas emoções, eu só, não sei.
Esse capítulo tem muitas angústias próprias minhas, muitas reflexões da própria personagem, afinal, Madeline está acima de tudo em constantes momentos de colapso, não considero esse capítulo algo original e forte, eu muito menos acredito que o meu trabalho seja algo surpreendente, como a própria Madeline disse, nem ela e nem eu somos geniais, eu sou o que sou assim como o que eu escrevo.
de música eu recomendo que vocês se lembrem de um cantor do qual grita muito alto em suas músicas e no meio do caminho estoura os ouvidos de quem escuta,
É isso então,
Até o próximo capítulo ;)
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Dama da noite
Romance"Nessa dança que nos envolvemos, ficamos horas e horas, do alvorecer ao anoitecer vendo o mundo girar, era curioso o quanto esse amor é a coisa mais valiosa e sombria que temos, pois o mundo nunca vai saber dele, nunca, jamais, você me acharia covar...