Ele era um pintor,
mas ela não era uma tela branca,
muito pelo contrário
a vida já havia a manchado inteira
uma confusão de cores
e pinceladas
suaves,
confusas,
brutas,
e terrivelmente belas
e no final
não deu certo
porque ele estava à procura de um...
Desculpem a demora meus amores, tenham uma ótima leitura!
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Eu estou procurando maneiras de expressar o que sinto
Eu simplesmente não posso dizer que não te amo
Porque eu te amo, sim
É difícil para mim comunicar o que eu penso
Mas hoje eu vou fazer com que você saiba
Me deixe dizer a verdade
Amor, me deixe dizer a verdade, sim
- Die For You (The Weeknd)
- Sente-se - apontei para o homem a minha frente o sofá confortável que havia ali, ele se sentou sem dizer nada, cruzou as pernas e me encarou, da maneira mais pura que eu já havia visto em toda a minha vida. Quase havia me esquecido do que eu iria conversar com Taehyung, mas o suor em minhas mãos me lembrou rapidamente. - Então...
- Respira meu bem - a voz grossa e deliciosa de Taehyung percorreu até meus ouvidos, e eu fechei os olhos e respirei fundo, ele já viu fotos minhas semi nua, o que seria contar sobre o meu passado perto disso?
- Sabe, eu nasci e cresci numa favela em Gangnam, em Guryong Village caso você não conheça, logo atrás dos aranhas céus de Seul - me virei para Taehyung, até o momento eu estava de costas pronunciando tudo com cuidado, encarei seu rosto, o mesmo não tirava os olhos de mim, estava colocando toda sua atenção em mim, e eu não sei se isso era bom ou ruim, eu tinha certeza que ele já havia percebido que eu estava nervosa com o assunto, mas independente se eu estava preparada ou não, estava na hora de eu tirar isso de dentro de mim. - Tanto minha família quanto eu eramos pobres, a vida lá era um lixo, literalmente o fundo do poço. A vida lá é lamentável, vivíamos em condições deploráveis, desumanas. Guryong Village é sujo, cheio de lixo e entulho. As casas, grudadas uma as outras, precariamente feita de materiais, que muitas vezes eram pegadas do lixo, muitas vezes não tínhamos sequer o que comer no dia, não tínhamos banheiro, não tínhamos cozinha, não tínhamos nada, aquilo nem poderia ser chamado de vida, nem de casa, nem de nada referente a um lar.
Suspirei e fechei os olhos, sentindo a fraqueza que eu sempre sinto quando falo sobre o assunto, odiava a sensação de sentir como se eu ainda estivesse lá, o cheiro de lixo e podre misturado com mofo entrou em minhas narinas e me desestabelizou por um momento quase me fazendo cair para trás. Me segurei na mesa de apoio que por sorte estava atrás de mim e tentei voltar ao foco, senti suas mãos fortes e grandes atrás de mim me segurando com tanta segurança que eu nem saberia caso minhas pernas fraquejassem.
- Está tudo bem? - o tom de preocupação de Taehyung me fez sorrir. - Não sorria, você não está bem Candy.
- So Hyeri.
- O quê?
- Meu nome, meu nome é So Hyeri - abri meus olhos e me virei para ficar de frente para Taehyung, com o mesmo ainda me segurando, o encarei e vi a sua surpresa em seu olhar. - O que foi?
- Você me disse seu nome - ele sussurrou.
- Com tudo que eu contei, você ficou surpreso com isso? - o rapaz concordou freneticamente. - Isso sim é surpresa! Bem, eu nem terminei de contar tudo...
- Deixa para outro dia - arqueei as sobrancelhas.
- Por quê?
O rapaz me encarou e acariciou minha bochecha, encarei aquele brilho em seus olhos e senti meu coração se aquecer aos poucos. - Por que independente de você me contar ou não, não vai mudar o que eu sinto por você, você quer contar, mas não está preparada ainda, quando estiver, nos sentamos e conversamos sobre o assunto.
O abracei e senti o mesmo retribuir. - Você é um anjo que caiu do céu, de verdade Taehyung, nunca conheci alguém tão puro como você. Você é meu anjo.
O senti sorrir e sorri também, era uma sensação extremamente gostosa estar junto a ele.
- E então querida So Hyeri, quando vou conhecer meus sogros? - desfiz o abraço e dei um tapa em seu braço, o fazendo rir.
- Pela mor de deus, você acabou de saber meu verdadeiro nome hoje, vai demorar algum tempo para conhecer meus pais.
- Eu sei, eu sei - o garoto disse ainda rindo. - Então vem cá - ele me puxou para perto novamente e senti seu alito gostoso em meu rosto. - Me dê alguns beijinhos.
O beijei sem protestar, me deliciando cada vez mais com meu Taehyung, agradecendo aos seus por este presente divino e não me preocupando com meus problemas e consequências, se amar for crime, que me matem. Mas morrerei amando Kim Taehyung.
