4. Kenma

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Chego em casa uma hora depois de subir no ônibus, as luzes estão apagadas e não tem ninguém dentro de casa. Suspiro em alívio após checar todos os cômodos e vou até meu quarto para tomar um banho.

Saio do banho e recebo uma mensagem da minha mãe, ela avisa que não deixou nada pronto, que eu deveria pedir algo se chegasse tarde. Mas o carro dela está na garagem, resolvo comer algo fora.

Entro no carro após receber a permissão de usá-lo e começo a dirigir ainda sem rumo. Sorrio com a lembrança de todas as vezes que eu pegava o carro para ir à praia de noite, e suspiro ao perceber que talvez essa seja uma das últimas vezes em que vou o pego para um desses passeios idiotas.
Depois disso não tem destino mais óbvio, começo a dirigir em direção à praia, fica a uma hora de casa, mas a vista sempre faz valer a pena.

Peço o prato do dia em um dos meus restaurantes favoritos. É o mesmo que minha mãe me levou após ter alta do hospital, a seis meses. Lembro das palavras dela, ela jurou que iria me proteger e que isso nunca mais ia acontecer, mas no dia seguinte me pediu para perdoar meu pai, pois ele ainda não conseguia aceitar bem as coisas, era um cara de interior com uma criação rígida.
Reviro os olhos com o fim do pensamento, e já estou me levantando da mesa quando avisto os cabelos verdes de Tadashi entrarem pela porta.
Rio comigo mesmo, quais as chances de encontrar o garoto nesse horário e nessa praia?
Quando pago a conta para me retirar ele me avista, acena e puxa um loiro mais alto para meu encontro.

— Oi Kenma. — Diz com um abraço. — É uma surpresa te ver aqui.

— É bem improvável mesmo. — Sorrio.

— Esse é Tsukishima, acho que você pode ter visto ele pela faculdade, ele é do Karasuno também. — Fala se referindo ao time que também faz parte.

— Ah, bom, é um prazer. — Estendo a mão para o outro, que a recebe.

— Digo o mesmo.

— O que os trás a um restaurante tão afastado? — Tento puxar assunto, na maioria das vezes me esforço para parecer um pouco mais sociável com as pessoas que gosto.

— Ah...— Tadashi começa tímido, percebo que fiz a pergunta errada. — A gente está, bom, saindo... Um mês de namoro. Procuramos um local mais afastado, não contamos a ninguém ainda.

— Meus parabéns, vocês são fofos juntos. — Sorrio sincero pois realmente é o que acho.

— Muito obrigado. — É o loiro que responde, enlaçando os dedos no do namorado. — E o que te trás a um lugar afastado? — Ele pergunta, também tentando puxar assunto.

— Digamos que também esteja fugindo. — Respondo.

— Quer se juntar a gente? — Tadashi pergunta.

— Não vou interromper o encontro. — Recuso. — Vou dar uma volta na praia.

— Até mais então. — Tadashi se despede e trocamos abraços.

Saio do restaurante deixando os dois para trás, giro as chaves do carro nos dedos enquanto  vou até ele.
Passo o restante do dia observando o por do sol na praia e passeando pela mesma, antes de voltar para casa a tempo de encontrar minha mãe na sala, sozinha.

— Boa noite mãe. — Digo entrando.

— Boa noite querido. — Ela sorri. — Aproveitou o dia de hoje?

— Sim. — Respondo.

— Seu pai vai chegar em uma hora, quer me ajudar a preparar o jantar?

— Estou sem fome.

Post-it - kurokenOnde histórias criam vida. Descubra agora