7. Kuroo

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Tomo um susto quando saio da cabine e avisto Kenma sentado na bancada da pia, o vestiário estava completamente deserto quando entrei e não ouvi ele chegar.
Encontro seus olhos na tentativa falha de decifrar o que está sentindo. Ele acabou de me confessar a alguns minutos que viu Hinata beijando outra pessoa, e não pareceu muito abalado com aquilo. Ele pode estar escondendo muito bem a sua dor, ou simplesmente isso não o abala mais. Não sei qual das duas opções seria a pior.

- Não te ouvi chegar. - Quebro o silêncio enquanto ajeito o cinto da calça, sinto seu olhar descer até minhas mãos, o encaro confuso.

- Muito barulho lá fora. - Ele diz perdido.

Não consigo desviar os olhos depois que pouso em seus lábios, ele brinca com um pirulito entre eles. Tenho vontade sentir seu gosto.

- Você é interessante, Kuroo. - Ele pontua sem quebrar o contato visual.

- Você também. - Retribuo, sem saber como reagir. - Fugindo da festa? - Pergunto tentando saber a razão de estar aqui.

- Não exatamente. - Ele diz. - Estava te procurando, na verdade.

- Me procurando? - Pergunto confuso.

- Uhum. - Ele diz desencostando da parede e colocando seu óculos, que estava em suas mãos, de volta na cabeça. - Precisava de você, Kuroo.

Ele diz meu nome com a voz mais sexy que eu já ouvi. Entendo suas intenções de imediato, embora ainda esteja confuso. Talvez ele queira me usar para dar um troco em Hinata, se for o caso prefiro pensar se estou disposto a ser usado.
Mas a oportunidade de ter aqueles lábios no meu me convence, ele pode me usar da maneira que quiser, desde que continue me olhando assim e eu possa sentir o gosto de seus lábios. Aceito ser usado.

Me aproximo um pouco mais, afim de colar nossos corpos. A bancada é da altura perfeita para que nossos corpos se encaixem, ele segura as duas mãos na minha cintura e desço uma de minhas mãos até sua perna, enquanto a outra coloca uma mecha de seu cabelo para trás.
Ele tira uma das mãos de minha cintura para retirar o pirulito da propria boca e encara meus lábios.
Aproximo nossos lábios e inicio um beijo lento, lento o bastante para transmitir não só desejo, mas carinho. Nossos corpos parecem em sintonia, e nossas bocas são perfeitas uma para a outra. Começo a perceber que não aceitaria ser usado, eu quero ter aqueles lábios nos meus por mais vezes.
O beijo é acelerado a medida que nossos corpos queimam de desejo e desço meus beijos por seu pescoço, ouvindo um suspiro de prazer sair dos lábios do outro.

- Kuroo. - Ele chama.

- Diga. - Falo cessando os beijos por seu pescoço para voltar aos seus lábios.

- Eu sou um homem trans. - Sua voz falha um pouco quando aperto sua perna. - Caso mude alguma coisa. - Ele conclui.

Sinto o peso que aquela frase tem, tenho vontade de xingar todas as pessoas que o recusaram por conta disso.

- Não muda nada. - Volto a beija-lo. - Mas não tenho camisinha aqui de qualquer forma.

- Droga. - Ele resmunga frustrado.

- Calma. - Digo sorrindo perverso entre os beijos. - Há outras maneiras.

- Seja rápido. - Ele avisa mostrando a notificação no celular, Hinata havia enviado uma mensagem avisando que deveriam ir embora.

- Eu te levo em casa. - Me ofereço.

- Certo. - Ele diz digitando uma mensagem em resposta a Hinata.

Penso no quando Hinata ficaria puto se soubesse por que estou o levando. Se ele soubesse o quanto estou disposto a proporcionar não só prazer, mas todas as coisas que ele nunca pôde fazer, ficaria extremamente puto.

Post-it - kurokenOnde histórias criam vida. Descubra agora