Capítulo 4

416 21 0
                                    

Acordo 8h e me levanto me sentindo cansada. Visto uma legging preta e uma camisa solta branca e saio para caminhar na trilha do parque do lago. Quando estou com coragem eu corro pela principal, mas hoje eu só queria um pouco de paz. A brisa assoprando o meu rosto enquanto eu corro é uma das melhores sensações no verão. Quando estou perto de terminar a trilha recebo outra mensagem do Derren "Reunião às 16h" respondo com um "ok" e caminho de volta para a minha casa. Tirando os dramas da Lily e do fato dela não acreditar que sou a nova garçonete do clube, o meu dia passou rápido sem muitas novidades. Quando cheguei no clube fui recepcionada por outro garçom super gato. Será que todos aqui parecem ter acabado de sair de uma revista? Com essas roupas acho que poderiam ter acabado de terem saído de um filme pornô
- Você deve ser a Luna – O garçom gato estende a mão e eu aperto
- Sim, sou eu – Sorri e ele também
- Ótimo! Meu nome é Bruce. Me acompanhe, por favor! O chefe está te esperando – Concordo com a cabeça e sigo o Bruce pelas escadas da área VIP. Quando entramos na área VIP, ele aponta para um corredor que no escuro eu não havia enxergado
- Segue direto e vira a primeira esquerda – Ele fala sorridente
- Obrigada – Retribuo o sorriso
- Por nada, gata – Ele dar uma piscadela na minha direção e faz um gesto para eu seguir em frente e eu obedeço. Sigo pelo corredor e quando viro à esquerda, sinto alguém me puxando para a porta dourada da direita. Quando olho para trás, pronta para gritar com a pessoa, eu dou de cara com os olhos cor de mel
- Derren? Quase me matou de susto – Ele sorri e fecha a porta atrás de mim
- Acho o outro escritório sério demais e não quero te assustar no primeiro dia de emprego aqui – Ele fala enquanto me guia pela sala clara de móveis de madeira escuro – Sente-se, por favor! – Ele puxa a cadeira para eu me sentar e eu obedeço
- E o que tem na outra sala que você acha que me assustaria? – Olho para ele que se senta na ponta da mesa, próximo de mim e começo a me arrepender da pergunta que eu fiz depois de alguns segundos de completo silêncio
- Espero que em breve você esteja pronta para descobrir – Ele sorri e depois se levanta – Antes de começarmos a sua reunião...- Ele aponta para uma porta de um vidro fosco dentro da sala – Entra lá e já pode colocar a sua farda que está pendurada
- Ok – Levanto-me da cadeira e sigo até o banheiro. O banheiro, diferente da sala do escritório é escuro com os moveis em tons de vermelho e dourado. O vestido preto de couro está pendurado e de perto começo a me questionar se vai caber em mim. Começo a tirar a minha roupa e lembro do material da porta – Você...
- Eu?
- Gosta muito da cor vermelha, né? – Ele sorri e eu tiro a minha camisa. Maldito dia que eu escolhi usar uma blusa que não precise de sutiã. Sei que o vidro é fosco, mas deve dar para ver todos os contornos
- Sim – Ele sorri – Na verdade tons escuros são os meus favoritos e os seus?
- Hm... Está me perguntando sobre as minhas cores favoritas? – Pergunto enquanto fecho o zíper do vestido de couro já na minha pele
- É... Acho que sim- Ele sorri
- Bom, acho que gosto muito de preto, azul e branco – respondo enquanto coloco o salto que eu trouxe na minha bolsa e saio do banheiro. Sem falar nada Derren vem até a mim e conserta a gargantilha de couro preta no meu pescoço. Um gesto bobo, mas o toque quente de sua mão no meu pescoço me faz prender a respiração sem perceber.
- Acho que posso fazer você gostar de vermelho – Ele sorri e me olha devagar de cima para baixo e isso me causa arrepios – Falei que você iria ficar linda, mas não imaginei que iria ficar bastante gostosa – Ele sorri e eu coro, ajeitando a fenda do vestido na minha coxa
- Hm... Eu não sei se vermelho é a minha cor – Dou um sorriso amarelo – E obrigada, a propósito
- Não precisa ficar me agradecendo sempre – Ele sorri e me guia até a mesa novamente. Dessa vez ele se senta na cadeira na minha frente e olha algo no tablet – Então a farda está Ok. Ah, claro...– Ele olha para mim e seu rosto se torna sério no que me faz engolir em seco – Como todo estabelecimento, nós temos regras. Vou falar algumas e você me responde se está de acordo. Caso não esteja, você pode me sinalizar e as outras eu tenho certeza de que você vai aprendendo com o tempo
- Tudo bem – Concordo com a cabeça e cruzo as minhas pernas. Ele mantém os olhos fixos nos meus e folga um pouco a gravata azul marinho que está usando
- Você não pode fumar e nem beber nada durante o seu expediente, exceto na sala em que você quase entrou – Ele me olha para saber se eu tenho alguma dúvida e eu só concordo com a cabeça – Mas caso algum cliente te oferecer um gole, ou uma tragada está liberado, caso confie na pessoa que te oferece
- Entendido
- Ótimo! Como percebi que você já atraiu vários olhares...- Ele pigarreia e desvia o olhar dos meus – Nada de sexo durante o expediente, exceto... Bom, depois vão te passar essa informação
- Claro! Eu também não sou dessas – Falo e me arrependo. "O que estou fazendo? Por que falei isso?"
- Bom. Isso é muito bom– Ele sorri. Parece um pouco aliviado – Tem uma regra que eu deixei por último, mas no estabelecimento ela é a mais importante de todas... Luna, o que acontece em Afrodite, fica em Afrodite, ok? Principalmente na área VIP e na sala da porta vermelha
- Não precisa se preocupar em relação a isso – Respondo
- Ótimo! – Ele sorri – Seus horários.... - Ele olha para o tablete- Você trabalha dia sim e dia não, ou seja, hoje você tá aqui e amanhã não precisa vim. Você possui armários aqui para guardar a sua bolsa durante o expediente e não esquece de deixar o celular no silencioso – Ele abre o armário da mesa e me entrega uma caixa de Iphone lacrada
- O que é isso? – Pergunto sem pegar na caixa
- Seu novo celular – Pisco sem acreditar na naturalidade da fala dele – Ah, não se preocupe. Todos da Afrodite usam produtos da Apple. Não somos patrocinados por eles, mas acho melhor para todos da empresa ter fácil aceso a nossa rede
- Entendi – Respiro fundo – Então você espera que eu aceite um celular caro? – Ele suspira e folga mais a gravata desabotoando o primeiro botão de sua camisa
- Qual é, gata? – Ele me encara – Te ajuda a pensar que é apenas o celular da empresa
- Não mesmo
- Luna, como o seu chefe eu estou... Pedindo para que você aceite
- Tá... Tá bom – Suspiro e pego a caixa de sua mão lhe fazendo ri
- Bom, tem uma equipe te esperando lá embaixo para te treinar. Boa sorte no primeiro dia, gata! – Dou risada quando ele me chama de gata
- Ok. Obrigada – Levanto-me da cadeira e sigo até a porta
- Pois não? – Escuto ele atendendo o telefone antes de eu fechar a porta do escritório dele e tentar lembrar para que lado é a saída

Eu e o meu chefe - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora