Eu e o meu chefe - Livro 1

Capítulo 10

- Tudo bem – Respiro fundo e começo a caminhar para dentro da água – Você é louca, mas pode estar certa
- Vou fingir que isso não foi para mim – Ela sorrir e eu sigo entrando na água – A água já está no seu quadril, amiga. Já pode subir na prancha – Deito o meu corpo na prancha azul e remo até ela gritar – Aí tá bom – Sento na prancha e olho para trás
- Se eu for atacada por um tubarão, eu te mato – Vejo ela rindo e ela manda eu olhar para frente. Uma onda pequena se forma e eu fico de pé, mas logo caio. Subo meu corpo na prancha novamente e quando olho para Lily, ela tá se curvando de rir – Você me paga
- Pare de ficar com medo. Olha aquela ali – Ela aponta e eu olho para uma onda formando e eu vou até ela. Fico impressionada por dessa vez ter ficado em pé e só cair quando a onda se desfaz – Viu? Você conseguiu
- Vou mais uma vez – Falo enquanto remo até onde estava antes. Sento na prancha e espero mais uma onda formar
- É melhor você esperar a próxima – Lily grita quando eu começo a remar para a onda que está se formando
- Relaxa. Eu consigo – Grito de volta e fico de pé na prancha. Fico equilibrada na prancha até eu perceber que ela está virando um caracol e eu estou dentro dela – Não foca no medo – Falo e tremo. Meu corpo desequilibra e sinto a onda me jogar para baixo. Quanto mais tento subir para superfície mais sinto a força da água ainda me empurrando. Começo a perder o meu oxigênio e fecho os meus olhos com força, tomada pelo medo. Sinto a minha garganta queimar e abro os olhos desesperada, mas a luz forte faz com que eu feche novamente. Sinto uma coisa fria alisar o meu rosto e abro meus olhos novamente. Um par de olhos claros estão me encarando. Seu belo rosto a pouco centímetros do meu – Aí, meu Deus! Eu estou morta? Você é um anjo? – O rapaz ri e logo esculto a risada abafada de Lily – Com toda certeza estou viva. Lily não vai para o céu
- Bom, se você lembra o nome de sua amiga, lembra o seu? – A sua voz rouca é quase um suspiro enquanto ele se conserta e puxa o meu corpo devagar para perto do dele
- Claro... O meu nome é Luna – Ele sorri quando eu falo o meu nome e passa algo na minha testa e eu gemo baixo de dor
- É Luna. Sua amiga me falou que você não é muito fã de hospitais, mas como você levou uma pancada na cabeça...
- Não, nada de hospitais. Eu estou bem! – Levanto-me do chão rápido demais e sinto suas mãos me segurar pela minha cintura e o corpo de Lily chegar próximo do meu rápido
- Tá bom, super girl – O rapaz fala e passa uma das mãos pelo cabelo aparentemente tingido de um tom escuro enquanto ele olha para o calçadão da praia – Vocês vieram de carro? – Ele pergunta para Lily
- Sim – Ela responde e aponta para o carro
- Ótimo! Eu ajudo a colocá-la no carro – Ele me carrega antes que eu consiga protestar – Infelizmente não posso ajudar mais do que isso. Aqueles carros pretos...
- Eu sei... – Lily responde com uma voz tímida
- Olha, desculpa tá interrompendo a conversa de vocês dois, mas eu ainda sei como é que se anda – Os dois dão risada como se eu estivesse acabado de contar a melhor piada do mundo. Lily abre a porta do carro e ele me senta no banco e pressiona algo mais uma vez contra a minha testa e eu o encaro
- Você vai segurar isso, tá? Até chegar lá – Ele fala comigo, enquanto leva a minha mão até o que agora sinto que é um tecido frio
- Tenho outra escolha? – Ele dar um sorriso torto que me chama atenção
- Não, não tem – Ele fala e faz como se fosse falar mais uma coisa, mas para e olha para Lily
- Muito obrigada mais uma vez, Ryan – Lily fala e ele sorri
- Não por isso. O prazer foi todo meu em poder ajudar – Ele olha para mim e fecha a minha porta sem fazer muito som
- Ajudar? – Lily sorri para ele – Você salvou a vida dela
- Infelizmente, pode ser que um deles sigam vocês... – Ele começa a dizer, mas Lily o interrompe
- Não tem problemas – Lily fala apertando a mão dele e caminha até o carro. Ela suspira e olha para mim
- Não, nem pense em me dar bronca agora- Falo e ela sorri
- Sé você não estivesse tão acabada, eu te beijaria agora- Franzo o cenho e a encaro – História para outro momento. Agora vamos para o hospital – Ela começa a acelerar o carro para sair do estacionamento
- Dar tempo de não irmos para o hospital?
- Se você quiser morrer... – Ela cometa e eu reviro os olhos
- Eu estou bem – Respondo e ela sorri
- Segundo o Ryan, você vai precisar de uns pontinhos
- E quem esse cara é? Um médico?
- Para de ser rabugenta – Ela fala sorrindo – "Esse cara" salvou a sua vida
- OK – Dou risada e o resto da viagem a gente passa em silencio. Alguns minutos depois noto que Lily fica olhando a cada 15 minutos para o retrovisor e eu resolvo acompanhar o seu olhar
- O que você está fazendo? – Ela chama a minha atenção quebrando o silêncio do carro e me dando um susto – Coloca já essa camisa na sua testa
- Ah, me desculpe doutora – Brinco enquanto levo o que agora sei que é uma camisa para a minha têmpora direita – O que você tanto olha para o retrovisor?
- Que signo é o seu mesmo? Você é extremamente teimosa e curiosa – Rimos de seu comentário e eu reviro os meus olhos
- Sabe que não acredito nessas coisas – Comento enquanto ela entra no estacionamento de um hospital. Um primeiro que vimos depois de uma viagem de 20 minutos.
- Deveria. Seu horoscopo poderia ter alertado algo em relação a isso – Ela para o carro – E isso aí também – Ela aponta para a minha testa.
- Eu não vou morrer Lily – Comento enquanto ela sai do carro e corre para abrir a porta para mim
- Claro que não, mas o seu horoscopo poderia ter me avisado sobre isso também – Ela fala enquanto me puxa para fora do carro e me guia até a sala de espera – Senta aí – Ela fala e eu obedeço, me sentando em uma poltrona verde-claro que possui um material que com o ar ficou muito frio. Lily vai até a recepcionista que olha para mim e arregala os olhos. "Nossa! Estou tão ruim assim?". Olho para o redor para ter certeza de que ela havia me encarado e todos que estão ali, sentados e esperando estão cochichando e olhando para mim. Depois do que eu notei ser alguns telefonemas, uma enfermeira arrasta uma cadeira de rodas até o meu lado.