Capítulo 56

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Acordo com o som de uma panela caindo na cozinha. Fico meia desorientada. Já é noite. Levanto do sofá cambaleante e do nada tudo fica escuro e eu dou um grito
- Shh... Cala a boca sua estupida- Uma voz masculina que não conheço fala enquanto me arrasta para algum lugar. E eu tento me debater- Se você ficar quietinha nada vai acontecer com você. Eu prometo
- Me solta - Grito - Quem é você? - Algo bate na minha cabeça e eu caio no chão. A dor fica intensa quando alguém me coloca no ombro. Sinto os meus olhos tentando fechar e por mais que eu force não consigo evitar
- Você pegou a garota? - Uma voz mais grossa fala - Eu não acredito! Era para assustar. Não sequestrar - Sinto que me colocam em um tipo de cadeira ou poltrona e amarram os meus braços para trás
- E é por isso que você só ganha mixaria em suas missões - A voz masculina rebate - Essa aí é a garota dos Maxwell
- Como você vai ganhar algo se matou a garota? - A outra voz pergunta
- A ordem de Rosemary foi de assustar e não matar, seu babaca - Prendo a respiração quando fala o nome de Rose
- Então liga para os anjos da guarda da garota, enquanto eu tento acordar ela - A outra voz fala e escuto seus passos até a mim
- O Derren tá em viagem. Não sei se vai poder fazer alguma coisa - A voz masculina grita
- Então liga para o outro seu idiota- O outro fala e puxa um saco de tecido que enrolava a minha cabeça. Ele bate em meu rosto algumas vezes e eu abro os meus olhos. A luz forte faz com que eu os feche novamente - Droga! Pera - A voz fala e apaga a luz - Agora abre os olhos - Eu abro os olhos e fixo em seu rosto. É um rapaz baixo. Lucian acabaria com ele rapidinho - Meu amigo é um ogro. Olha só o que ele fez com você- O cara pega uma caixa branca e traz para perto de mim. Eu me encolho - Calma garota. Eu não vou te machucar não. Eu sou o enfermeiro do grupo - Ele fala e abre um sorriso revelando alguns dentes de ouro. Ele não parece ser velho. Seus cabelos compridos mais nem tanto e escuros, presos em um rabo de cavalo te deixam com uma cara de mais velho, mas ele aparenta ser mais novo do que eu
- O que estou fazendo aqui? - Pergunto e quando ele passa um liquido branco na região da minha sobrancelha eu grito de dor
- Se essa garota gritar mais uma vez sem eu mandar eu apago ela mais uma vez - A voz masculina grossa grita da sala e o rapaz que tá comigo revira os olhos
- Não se importe com ele. É um babaca - Ele responde olhando fixamente para a minha ferida e depois passa uma gaze - E por isso não sei o que você tá fazendo aqui. Acho que o grandão ali quer matar todos nós se envolvendo com as namoradas do Maxwell. E acabei com a sua ferida. Pelo menos agora não vai infeccionar
- Obrigada! Eu acho - Falo e ele sorri como resposta e sai do cômodo em que estou. Olho para o lado tentando identificar algo, mas nada me é familiar. As paredes são de madeira, assim como as janelas. Parece um chalé. Onde diabos eu estou? - Ela é gente boa, seu babaca - O rapaz fala
- Que legal! Pega o WhatsApp dela. A chefa falou que ela é uma vagabunda e dar para todo mundo - Quando a outra voz fala isso sinto a minha raiva aumentar. Vagabunda! Eu vou acabar com a vida dela! - Recebi a resposta do Derren e do seu irmão. Ambos são esquentadinho. Querem provas de que estou com a amada deles. Vá tirar uma foto
- Cara, isso vai dar muito ruim. Anota o que estou falando - O rapaz fala e escuto os seus passos para onde eu estou - Se importa se eu tirar uma foto sua? - Ele pergunta entrando no cômodo onde estou. Eu não respondo e ele sorri - Ótimo! - Ele pega o celular e bate uma foto - Pronto babaca. Já enviei para os dois - Ele fala
-Lucian respondeu que se ela tiver um arranhão acaba com a gente - O outro fala e solta uma gargalhada
- Ótimo! E ela está com uma ferida na sobrancelha e nos joelhos - O rapaz parece inquieto
- Se a gente matar ela e fugir? Dar tempo de fazer isso - Meu coração dispara quando o outro homem fala isso
- Mas você é um babaca mesmo, né? - O rapaz ri
-Marcado o ponto de troca- O outro fala sacudindo algo que me parece ser chaves - Vai pegar a garota e vamos. Já estou no carro esperando
- Isso vai dar muito ruim. Escuta só o que estou te falando Henry - O rapaz fala e vem até o quarto - Okay. Vou ter que colocar isso em seu rosto, mas vou ter cuidado com a região da sua sobrancelha
-Por favor! Me solta- Sussurro
-Calma! Seu príncipe vai te buscar- O rapaz fala e cobre o meu rosto. Me coração acelera enquanto ele me guia até o que eu acredito ser um carro - Abaixa a cabeça - Ele fala enquanto me empurra no fundo do que agora tenho certeza que é um carro
- Não - Começo a gritar, enquanto chuto o porta- malas onde estou - Eu não consigo respirar. Por favor! - Grito mais uma vez e sinto um tapa forte na minha cara
- Cala a boca, porra - É o tal do Henry
- Não faz isso caralho! Eu quero viver - O outro rapaz grita
- Eu tenho um plano para nós dois. Fique na sua - Henry fala e meu coração acelera ainda mais - E você - Ele dar mais um tapa no meu rosto - Se não consegue respirar fique quietinha que não morre até chegar onde temos que chegar - Ele bate a porta do porta-malas o que me assusta. Fico ofegante e me concentro para não chorar. Sinto o carro movimentar bem rápido. Começo a contar para saber a distância de onde eu tava até onde eles vão me levar. Sinto o meu corpo todo tremer de medo, porém não paro de contar. Quando chego no 1993 o carro para bruscamente.
-1993 - Fico repetindo para mim mesma até que grito quando o som do porta-malas abrindo me assusta
- Calma, garota! Sou eu - O rapaz fala e me puxa para fora do porta-malas
- Por favor não me mata! - Falo e escuto uma gargalhada
- Isso depende tudo do irmão do amor de sua vida - A voz de Henry me causa arrepios - Bob, tire a toca dela - Henry ordena é um tecido é tirado do meu rosto
- Caralho! Olha o que você fez com o rosto da garota - O rapaz que agora sei que se chama Bob resmunga com Henry - Você é um babaca. Estamos perdido
- Para de me chamar de babaca - Henry aponta uma arma para o Bob
- Aí meu Deus! -  Fecho os meus olhos
- Calma! Você trouxe uma arma? Qual é o seu plano? - Bob fala e eu abro os meu olhos. Henry dar um sorriso maligno e atira em Bob algumas vezes me fazendo gritar. Bob cai no chão e não se meche mais e Henry aponta a arma para mim agora que não paro de chorar
- Cala a boca se não a próxima é você - Ele fala e esconde a arma atrás da sua calça. Minhas lágrimas não param de rolar pelo meu rosto, enquanto olho fixamente para frente, evitando de olhar para Henry. Zero chances de tentar fugir. Na primeira oportunidade ele acaba com a minha vida. Começo a escutar sirenes de polícia
- Droga! - Henry começa a ficar agitado, andando de um lado para o outro - Eu falei para o cara não chamar ninguém - Minhas lágrimas jorram mais, porém agora de alívio  - Tenho que fazer alguma coisa - Henry fica cada vez mais agitado, mas os meus olhos estão esperançosos, fixo no lado do som das sirenes que nem vejo a hora que Henry pega a arma. Só escuto o disparo. Suas mãos soltam as minhas e eu caio de joelhos. Levo a mão ao meu peito, onde a blusa branca agora é vermelha. Henry entra no carro e vai para longe. Começo a pensar no caminho que me levou até onde eu estava no momento. Caio no chão virada para cima. As lágrimas não param de jorrar. Nunca pensei que fosse morrer assim. 

Eu e o meu chefe - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora