Capítulo 26

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- Acordo em um quarto azul escuro com quadros de prancha de surf e mar.
- Meu Deus! - Respondo enquanto lembro do que aconteceu na noite anterior e começo a sentir uma pancada forte em minha cabeça. Do lado da cama de casal com lençóis brancos tem uma mesa de cabeceira de madeira escura onde tem um copo de água com um bilhete me beba e um remédio também com um bilhete só que escrito "me coma". Pego o remédio e coloco na boca e o engulo enquanto bebo a água fria que limpa o meu paladar. Do lado está o meu celular e quando aperto para ver, está sem bateria - Droga! - Respondo e olho para ter certeza se estou vestida. Estou vestida em uma camisa preta que fica um vestido em mim e permaneço com as minhas calcinhas - Graças a Deus - Respondo
- É! Não curto transar com gente desmaiada - A voz de Gustavo me assusta - Calma, só sou eu - Ele fala saindo do banheiro enrolado na toalha
- Ah! Oi- Respondo e ele sorri
- Como você tá se sentindo? - Ele pergunta enquanto olho para o tanquinho definido dele. Nunca havia reparado
- O que aconteceu? - Pergunto desviando o meu olhar e ele da risada
- O que aconteceu é que a senhorita tem que aprender a beber - Ele fala se sentando na cama de frente para mim - Regra número um, nunca misturar as bebidas se você é iniciante e às vezes até depois é bom evitar - Ele pega o copo de água em minha mão e bebe um gole olhando em meus olhos
- A minha cabeça dói- Falo e ele sorri
- Ressaca o nome disso- Ele comenta ainda sorrindo - Você precisa comer. Tem torrada na sala
- Eu... - Passo as minhas mãos pelas minhas pernas por debaixo do lençol
- Moro sozinho. Não precisa se preocupar - Ele fala e eu levanto uma sobrancelha- Quem você acha que tirou a sua fantasia suja de bebida e vômito e substituiu por essa camiseta limpa?
- Ok...- Respondo e mordo os meus lábios - Obrigada? - Ele sorri
- Não sei onde você mora, por isso te trouxe para cá
- Não. Tá tudo bem! Obrigada!
- Por nada - Ele fala levantando da cama enquanto segura a toalha para não mostrar nada - Mas realmente acho que você deveria ir comer algo
- Acho que preciso ir para casa - Falo sorrindo e ele retribui
- Tudo bem - Ele fala e pega uma cueca em seu armário e eu desvio os meus olhos
- Você tem algum carregador? - Pego o meu celular e ele concorda com a cabeça enquanto se veste por debaixo da toalha
- Do outro lado da cama - Eu levanto e vou na direção. Coloco o meu celular para carregar e o encaro - Tudo bem?
- Onde você dormiu? - Ele solta uma gargalhada
- Eu dormi no sofá, Luna - Ele fala e sai do quarto, voltando alguns minutos com a minha bolsa
- Obrigada! - Respondo pegando a minha bolsa em sua mão
- Obrigado do tipo "Obrigado por não transar comigo enquanto estava bebada", ou "Obrigada por me manter fora de perigo?"
- Acho que um pouco dos dois - Falo e nos dois gargalhamos - Bom, posso me trocar?
- Claro! - Ele fala e sai do quarto. Pego uma roupa minha dentro da bolsa e a visto. Quando termino escuto as mensagens chegando em meu celular sem parar. Pego ele e vejo que são chamadas perdidas do Derren e mensagens dele. Resolvo não ver nenhuma. Pego as minhas coisas e caminho para fora do quarto. A casa do Gustavo é extremamente clara e bem ventilada
- Quer que eu peça um táxi ou algo do tipo? - Gustavo levanta meio desengonçado do sofá
- Não precisa se preocupar - Falo sorrindo - E mais uma vez, muito obrigada! E desculpa por qualquer coisa
- Não precisa pedir desculpas por nada, Luna - Ele dar um sorriso amarelo enquanto me acompanha até a porta - Então até amanhã?
- Até - Falo sorridente e dou um beijo em sua bochecha. Ao sair da casa de Gustavo me localizo. Sua casa é apenas dois quarteirões da minha, então decido ir andando para pensar um pouco. Sinto o meu celular vibrar dentro da bolsa, mas o ignoro completamente. Quando chego em casa, subo para tomar um banho e trocar de roupa. Desço as escadas me sentindo renovada e com o cabelo limpo. Preparo um café e bebo, enquanto procuro um filme bom para eu assistir. Sento no sofá e começo a assistir crepúsculo até sentir os meus olhos pesarem e eu cair no sono.
- Luna- Escuto alguém me chamando e batendo na porta. Me levanto assustada e corro até a porta para abrir - Onde você estava? - Derren entra na minha casa
- Tenho que conversar com esse porteiro - Cruzo os meus braços e encaro ele. Seu rosto parece que carrega uma dor

- Luna, sabe quantas vezes eu te liguei? - Ele fala e olha para a minha tv. Passa a mão em seus cabelos e olha para mim aparentemente pensando em algo. Permaneço com os meus braços cruzados olhando para ele - Cacete - Ele tenta me puxar para um abraço e eu me livro de suas mãos
- Não toca em mim - Ele franze o cenho e me encara - Alguém tocou em você sem permissão, Luna?
- O que? - Pergunto sem entender - Claro que não. Gus é uma pessoa maravilhosa - Ele me olha com cara de confusão
- Gus? - Eu reviro os olhos e sento no meu sofá. Ele vem atrás de mim - Gustavo? O que ele tem haver com isso?
- Aí, pelo amor de Deus! Para de drama - Toco com as minhas duas mãos uma em cada lado da testa - A minha cabeça vai explodir com tanto drama
- Você tá de ressaca - Ele fala revirando os olhos - Claro! Aquele canalha se aproveitou...
- Não fala isso sobre ele - Aumento o tom de voz - Você nem o conhece
- Eu não o conheço? Então de qual Gustavo estamos falando? O que passou a noite passada olhando para os seus peitos ou o da festa do píer
- Como você soube da festa? - Pergunto para ele sem acreditar
- Tenho olhos e bocas por todos os lados da cidade, Luna- Fico calada e ele me encara
- Acho melhor você sair - Levanto do sofá e o empurro, mas ele me puxa para perto dele
- Eu não sou o tipo de homem que só quer enfiar o pau em você e sumir - Ele fala com uma voz rouca - Só para deixar claro - Ele olha para os meus lábios e depois para os meus olhos. Que magia é essa que ele tem sobre mim? Eu o beijo como se o seu beijo fosse o último da face da terra que eu poderia ter. Ele me carrega de frente para o seu corpo, sem interromper o beijo e me deita no sofá. Seu corpo quente por cima do meu. Ele vibra a cada carícias minhas por seus braços enquanto ele deslisa as suas mãos pelas minhas pernas. Antes dele chegar onde eu queria que ele chegasse, ele interrompe o beijo e sai de cima de mim. Fico tensa e sem reação. Olho para seu rosto e ele parece confuso
- Você soube? - Sussurro me sentando no sofá

Eu e o meu chefe - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora