Capítulo 57

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O quanto você tá feliz com a sua vida? O quanto você está feliz por ter chegado aonde você chegou? São perguntas simples que não pensamos muito enquanto estamos vivendo, mas agora, sendo carregada por Lucian pelo corredor do hospital começo a ver um filme da minha vida na minha mente. Estou feliz por tudo que passei? Nunca fui rica, sempre tive problemas, mas sempre amei de verdade e sei que eu sempre dava o meu melhor no que eu fazia. Sinto alguns tapinhas no meu rosto
- Abre os olhos, Luna! Por favor! Fica comigo - Escutei a voz de Lucian suplicar
- Você tem que ter paciência, rapaz. O pulso dela ainda tá funcionando, mas vamos anestesia-lá para o procedimento cirúrgico. Tudo pode acontecer, mas ela tá viva - Uma voz feminina fala do meu lado esquerdo. Por mais que eu tente abrir os meus olhos eu não consigo
- Só estou com medo - Escuto a voz de Lucian o trair. Sei que sempre isso acontece quando ele vai começar a chorar - Desculpa, doutora! É a que a minha ex morreu assim
- E essa é a sua atual? - A voz feminina parece está pronta para fazer uma piada para manter Lucian são
- Não. Ela é mulher do meu irmão - Lucian pigarreia
- Ele não pode passar daqui - Uma voz masculina fala quando eu sinto que paro de me mover e algo fura o meu braço, parece uma agulha, mas isso me faz gritar. Estranho, nunca sentir dor assim quando tirava sangue
- Luna! - A voz de Lucian grita - O que aconteceu? Por que ela gritou? - Escuto a sua voz ficando mais distante
- Só colocamos o acesso nela, senhor. Esta agora recebendo medicação para dormir e realizarmos a cirurgia. Fique calmo e fique na sala de espera. Ela vai ficar bem se você confiar - A voz da mulher é tão calma que não sei se relaxou Lucian, mas eu sinto o meu corpo pesar. Não sei se é assim a morte, mas no momento estou satisfeita com essa sensação de relaxamento.
- Como pode deixar aquela vagabunda fazer isso com ela- Escuto a voz de Derren no fundo
- Fala como se a culpa fosse minha - Lucian? Sim essa é a voz de Lucian
- Não entendi. Está me acusando de algo? - Derren pergunta com uma voz ríspida
- Não estou te acusando de nada, mas a namorada é sua. Você que deveria tá aqui para cuidar dela. Talvez se você não fosse tão egoista do caralho e tivesse aqui isso não teria acontecido. São cinco dias que ela não abre os olhos - Lucian grita
- E porque está tão preocupado com a MINHA namorada? - Derren grita de volta
- Porque eu que peguei ela do jeito que ela tava, caralho! - Lucian grita para Derren - Ver ela daquele jeito me cortou em mil pedaços. Você sabe como eu fiquei quando vi a Crystal, seu babaca - Escuto um som alto como se fosse alguém batendo em algo - Se você não tivesse ligado para a polícia e deixado eu resolver essa merda, ela estaria hoje curtindo na festa de despedida da amiga dela
- Tá! Tá! - Derren grita - Eu assumo a culpa, tá? Eu fui um babaca do caralho e não estou falando somente em relação a ter chamado a polícia. Eu fui um merda para a Luna e reconheço isso - Derren grita - Quero mudar para ela. Por ela
- Boa sorte com isso - Lucian fala. Com toda certeza eu não morri. Isso não seria o meu pós morte. Forço os meus olhos para se abrirem e os fecho imediatamente fazendo um gemido de dor
- Luna? - Lucian pergunta e sinto uma mão fria por cima da minha. Essas mãos frias me lembram das mãos dele quando ele tava ruim das drogas
- Ela acordou? - Escuto a voz de Derren do meu outro lado
- Não sei. Vai chamar uma enfermeira seu babaca - Lucian resmunga e escuto o "tesc" de Derren e seus passos pesados se distanciando. Forço mais uma vez os meus olhos abrirem e sinto uma pontada no peito. Levo as mãos imediatamente para o lugar e sinto vários tecidos fazendo pressão no local
- Ai!- Gemo
- Luna? - Lucian pergunta - Tá com dor, meu bem? Fala comigo - Ele súplica - Pelo amor de Deus, abra os seus olhos - Abro aos poucos e ele começa a chorar - Ai meu Deus! Graças a Deus! Graças a Deus! - Ele fala rindo e chorando e beija a minha testa. Depois sai pela porta correndo - Ela acordou! Ela acordou - Ele grita pela porta
- Lucian? - Eu o chamo e ele vem correndo
- Estou aqui. Estou aqui - Ele aperta as minhas mãos e sinto novamente que as suas estão muito frias- Tá tudo bem - Ele fala e eu o encaro. Seu rosto tá pálido
- Precisa de um banho frio? - O pergunto o encarando com uma cara chateada e ele fica mais branco do que já tava. Antes que ele responda algo uma enfermeira empurra ele devagar para fora da sala e um médico se aproxima de mim
- Muito bem, senhorita Armani - Ele fala sorrindo com o prontuário em suas mãos - Seja bem-vinda de volta! - O seu sorriso é de orelha a orelha
- Obrigada! - Respondo tentando me levantar, mas além da dor, duas enfermeiras me impedem
- A senhorita precisa relaxar - Ele fala tocando em minha testa e depois colocando um termômetro debaixo da minha axila - Antes de dar alta para a senhorita, precisamos realizar alguns exames físicos. A senhorita levou um tiro muito próximo do seu coração e isso nos preocupou muito. Toda a nossa equipe tava de olho em cada apito dessa máquina - Ele fala e quando o termômetro apita ele ver o número - 37,6°C. Tá okay - Ele fala e depois puxa a linha d'água em meus olhos - Normocorados. Tá okay! - Ele pega uma lanterna - Siga a luz - Ele manda e eu obedeço. Ele faz movimento para o lado direito e depois para o lado esquerdo - Tudo okay!
- Posso voltar para casa? - Pergunto
- Bom... - O médico começa a falar e pigarreia - Levando em conta o que aconteceu recomendamos que a senhorita fique de repouso em um lugar seguro
- Entendi - Concordo com a cabeça. Só queria descansar
- Ajude ela a tomar um banho e trocar de roupas - O médico ordena para a enfermeira mais baixa que tinha olhos de cores diferente e ela sorri para mim e me ajuda a sair da marca
- A senhorita realmente tá bem? - Ela fala finalmente enquanto caminhamos devagar para o que eu acredito ser um banheiro
- Acho que sim - Falo e forço um sorriso para ela
- Ficamos todos em alerta por causa de você. Você mesmo sem falar nada encantou toda a nossa equipe que se empenharam para te manter viva - Ela fala orgulhosa de si e da sua equipe
- Sou extremamente grata por isso - Falo sorrindo e finalmente entramos no banheiro
- A banheira é um pouco fria e tem um pouco de cheiro de produtos de limpeza, mas juro que não vai doer tanto tomar banho aqui - Ela fala sorrindo enquanto liga a torneira que começa a encher a banheira muito rápido - Pelo menos por dois dias, preciso que você fique em repouso. Que você tenha auxílio para tomar banho, sem sexo, sem subir escadas, sem dirigir e de forma alguma ficar sozinha - Ela fala e me puxa para dentro da banheira, depois tira o vestido de hospital de mim
- Entendi - Concordo com a cabeça
- Enquanto falo isso para você, Doutor Will deve tá passando essas mesmas informações com mais detalhes para os garotos - Ela fala me abaixando aos poucos na água e quando a água toca no meu peito eu quase grito de dor - Tá tudo bem! - Ela me acalma - Vamos passar medicamentos apara você não sentir tanta dor. Vou solicitar ao doutor
- Eu iria agradecer muito - Falo sem ar pela dor. Percebo que quanto menos me mecho, menos dor eu sinto, então deixo com que a enfermeira faça todo o trabalho sozinha. Quando termina o meu banho, ela me seca, refaz o curativo de meu peito e me ajuda a vestir um vestido rosa que eu não sabia de quem era, além de uma calcinha preta
- Pronto! - Ela fala me ajudando a caminhar até onde o médico conversa com Lucian e Derren de costas para mim - Aqui doutor - A enfermeira fala ao parar ao seu lado
- Muito obrigado, Diana! - Ele sorrir para ela e pega a minha mão da dela - Bom, já que você vai ser o responsável por ela e seus horários, te passo a mão da garota - Dr.Will coloca a minha mão por cima da mão de Lucian e isso me deixa confusa
-Obrigada, doutor! - Lucian fala com uma cara de preocupado e olha para Derren. Eu faço o mesmo. Será que o Derren descobriu o nosso plano?

Eu e o meu chefe - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora