Valeska
Acordei sentindo meu braço doendo, abri os olhos vendo que estava deitada em cima do Borges que dormia sem se importar.
Me levantei e mexi com ele que acordou assustado e se sentou no sofá passando a mão no rosto.
Borges: Já amanheceu?- Pego o celular dele na mesinha e olho as horas.
Eu: Duas e pouco da madruga.- Faço careta ainda com o celular em mãos, o mesmo acende a tela indicando uma nova mensagem, por impulso eu acabo lendo.
"Borges, ta rolando uma treta na boca da rua nove, perto de onde tu ta."
Olho pro Borges bocejando e em seguida ele faz uma careta e pega o celular da minha mão lendo a mensagem e me olha de novo.
Borges: Preciso ir. - Se levanta.
Eu: Darlysson... - Olho em teus olhos escuros.- O que significa essa mensangem?
Borges: Nada demais, uns amigos pedindo ajuda.- Ele da de ombros.
Eu: Ajuda com o que? No meio da madrugada em um boca?- Olho pra ele incrédula.- Me fala a verdade Borges.- Peço e vejo ele suspirar fundo.- Por que você sumiu? Onde você estava no últimos anos?- Todas as perguntas que rondam minha cabeça saem até mesmo sem minha permissão.
Ele permanace calado e se senta novamente.
Borges: Tu vai se afastar eu sei, mas melhor ouvir a verdade da minha boca do que da de terceiros.- Me sento na mesinha sabendo que vem coisa por ai.- Passei os últimos cinco anos na prisão, por roubo a mão armada e porte ilegal de arma.- Arregalo os olhos sem acreditar nas palavrad que saem de sua boca.
Eu: Então.... Você... Eu não acredito.- Me levanto mas sinto minha pressão abaixar.
Borges: Não disse nada antes porquê eu achei que iria ser só um lance passageiro, mas eu fui me envolvendo contigo e contar só faria você se afastar.- Fala olhando em meus olhos.
Abaixo a cabeça e sinto tudo a minha volta rodar, me levanto indo até a cozinha e encho um copo com água.
Eu: Não disse porque sumiu.- Digo olhando pra ele que agora estava de cabeça baixa.
Borges: Eu sou envolvido.- Diz sem remorso.
Fico um tempo calada tentando processar tudo que ele me disse, e outra pergunta acaba rondando minha cabeça.
Eu: Seus amigos também?- Pergunto pensando em como a Tamara se sentiria ouvindo isso. Vejo ele assentir e se levantar.
Borges: Eu juro que se a gente fosse se envolver sério eu te contaria. - Percebo a sinceridade nas palavras dele.
Eu: Deveria ter contado no início.- Digo triste.- Agradeço por ter me ajudado, mas preciso de espaço.
Caminho até a porta e a abro dando espaço pra ele sair.
Borges: Minha intenção nunca foi te machucar.- Olha pra mim antes de sair.- Se cuida.- Assinto e fecho a porta me deslizando atrás dela.
Não é possível que isso ta acontecendo!
Fico um tempo pensando em tudo que acabei de ouvir. Sinto o sono tomar conta de mim e eme levanto indo pro quarto e me jogo na cama apagando em poucos minutos.
...
Acordo sentindo o sol no meu rosto w agradeço por não ter que trabalhar hoje. Chorei tanto que minha cabeça parece que vai explodir.
Me levanto e vou até o banheiro fazendo minhas necessidades.
Sigo pra cozinha pra poder preparar meu café e escuto a campainha.
Eu: Oi, quem é? - Pergunto com receo de ser ele.
Tamara: Abre pra mim vagabunda.- Fala rindo.
Destravo o portão e em alguns minutos Tamara passa pela porta dançando.
Eu: Posso saber o motivo de tanta animação?- Digo sorrindo.
Tamara: Não posso acordar animada não?- Se joga no sofá, encaro ela tentando decifrar toda essa felicidade.- Tava com Rogério.- Sorri e sinto um pontada de tristeza em mim.- O que foi? Você ta bem?- Se levanta e vem até mim.
Eu: Amiga... Preciso de contar uma coisa.- Digo baixo e ela me olha triste.- Borges esteve aqui ontem e...- Olho em teus olhos e vejo ela levar a unha até a boca mordendo.
Tamara: Fala mulher.- Da um tapa na minha coxa.
Eu: Ele me contou toda a verdade.- Ela me encara arqueando a sobrancelha.- Eles são envolvidos Tamara.- Vejo a mesma arregalar os olhos e engasgar com a própria saliva.
Tamara: Envolvidos de... Com...- Tenta falar mas nada sai.
Eu: Tráfico.- Ela se senta no sofá e abaixa a cabeça.- Nunca vimos ele antes porque ele estava preso, por cinco anos.- Levanta o olhar e nega con a cabeça.
Tamara: Não acredito... Não pode ser.- Passa as mãos no cabelo.- Isso explica muita coisa.- Assinto.- Não acredito que me envolvi com alguém assim Valeska.- Ela ri de nervoso.
Eu: Nem eu.- Nego me levantando para poder passar o café.
Tamara: Estava com ele essa noite, a gente saiu se divertiu.- Se levanta e vem sentar em uma das banquetas do balcão da cozinha.- Eles não tem cara de que mexem com algo ilícito.
Eu: E gente assim vem com estrela na testa desde quando?- Pergunto e ela me encara assintindo.
Tamara: To passada.- Dou um sorriso fraco e termino de passar o café colocando na mesa.- Será que eles são daqueles possessivos.
Eu: Deus queira que não, to muito nova pra morrer.- Digo pegando uma xicara pra mim e outra pra ela.
Coloco na mesa também o bolo que comprei ontem.
Tomamos nosso café conversando sobre as mais diversas coisas, inclusive no nosso assunto principal desta manhã.
Minha ficha está longe cair de que eu cheguei a estar no mesmo lugar que un cara como ele, pior que eu dei para ele.
...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Valeska
RomanceEla é do tipo que não desiste por nada Calculista e não paga de emocionada Sempre sorri porque chorar não muda nada Antes sozinha do que mal acompanhada...