Bônus • Sessenta e Três •

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Lipão

Estaciono na esquina do colégio. Olho o relógio em meu pulso vendo marcar meio dia em ponto.

Hoje pela manhã alinhei tudo com o tal Igor. A primeira parte é a mais fácil. Finjo ser motorista do rapaz, levo as meninas até a casa e pedimos resgate das duas.

Observo, pelo retrovisor, os primeiros alunos saindo. Não faço a menor ideia de quem seja o Igor, mas ele sabe que vou estar em um Compass preto.

Não dá dois minutos eu vejo um rapaz e duas meninas se aproximando do carro, os três sorrindo e conversando.

Destravo as portas me ajeitando no banco. Essa roupas social tá me deixando sufocado.

Xxx: Boa tarde. - As duas dizem ao entrarem no carro.

Eu: Boa tarde.- Balanço a cabeça e olho pro Igor pelo retrovisor central.- Para onde vamos?

Igor: Pensei em levar as meninas naquela lanchonete que sempre vamos com meu pai.- Confirmo com a cabeça.

Pela conversa dos três, percebo que são amigos realmente. Ele fala tranquilo, mesmo sabendo para onde tá levando as duas.

Dentro de vinte minutos chego até a casa, agradeço pelo portão ser elétrico. Abro no controle e estaciono.

Xxx: Uma lanchonete dentro de uma casa?- Um delas pergunta. Seguro o riso.

Eu: A parada é a seguinte.- Tiro a arma do cós da calça colocando sobre meu colo. - Quero que me entregue os celulares e qualquer outro eletrônico que vocês tiverem. Isso aqui é um sequestro.

A dona da pergunta me olha assustada enquanto a outra começa a chorar.

Eu: Anda logo.- Estendo a mão para elas.

A chorona é a primeira a entregar o aparelho. Encaro a outra que balança a cabeça e só então estende a mão com o celular.

Eu: Desçam do carro e entrem na casa, e nada de tentar correr.- Aponto pro dois caras armados com fuzil um em cada canto da casa.

Igor acompanha as duas até lá dentro. Desço cumprimentando os dois aqui fora e entro na casa vendo as duas sentadas no sofá.

Xxx2: Você é um cretino Igor, nunca mais confio em homem.- Ela abraça a irmã que ainda chora.

Xxx: Vocês querem é dinheiro?- Pergunta a chorona.

Xxx2: Claro que é né Eduarda.- Exclama a outra.

Me sento no banquinho que tem perto da entrada vendo Igor encostado na parede.

Eu: Pega lanche pras duas lá na cozinha.- Aponto com a cabeça e ele assente saindo da sala.

Eduarda: Nosso pai é da polícia, ele sabe lidar com pessoas como vocês.- Fala cessando o choro.

Dou risada.

Eu: Ah é? Será que sabe mesmo? - Giro o revólver em minha mão encarando elas.

Eduarda: Não vai sobrar nenhum de vocês pra....- E interrompida pela irmã.

Xxx2: Cala a boca burra.- Da um tapa na testa dela.- Não tá vendo que dar mais informações só vai ajudar eles?

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