• Sessenta e Sete •

103 9 0
                                    

Borges

O som do meu celular vibrando me faz despertar no susto. Olho pro lado vendo ela dormindo feito um anjo. Essa porra ainda vai acabar com a minha vida, e eu espero que seja de um jeito bom.

Me levanto pegando o celular e vou até a varanda.

Eu: Alô.- Atendo sem nem olhar quem era.

Fernandinho: Se tava dormindo, significa que tem notícia boa por aí.

Eu: Pegamos ele. - Me sento em uma cadeira que fica aqui no canto.-  Mas tem um tal de sargento Dantas que sabe que algo aconteceu.

Fernandinho: Você sabe bem o que acontece com quem sabe de mais. - Olho para trás vendo que ela ainda dormia.- Quero ele debaixo de sete palmos Borges, dessa vez sem isca.

Eu: Vou montar um esquema com os cara.

Fernandinho: Não me decepcione. - Balanço a cabeça mesmo sabendo que ele não está vendo.- Lipão vai levar um presente pelo bom serviço de vocês.

Eu: Fica na paz aí.- Ele encerra a chamada.

Coloco o celular no parapeito.

Abaixo a cabeça passando as mãos por meu rosto. Me lembro das palavras dela na noite anterior. Ela tem razão em muitos pontos, nem sempre eu vou tá lá pra garantir a segurança dela. Mas o que ela não entende é que uma vez nessa vida, a única forma de se ver livre e dentro do caixão, nem a prisão é capaz de nos livrar dessa.

Valeska: Darlysson?! - Escuto a voz dela de sono e me viro vendo ela na porta.

Estendo a mão para ela que demora um pouco para segurar, a puxo forte fazendo ela cair sentada no meu colo.

Valeska: Tava pensando no que?- Pergunta me abraçando pela pescoço.

O peso do corpo dela sobre o meu me causava um alívio inexplicável. Uma sensação de que tá tudo certo.

Eu: Nada demais.- Afago teus cabelos sentindo o perfume do mesmo.

Ela suspira, mas fica em silêncio apenas acariciando meu pescoço.

Valeska: Tô com fome. - Se afasta um pouco olhando pra mim.- Tá sorrindo assim porquê?- Sorri.

Eu: Também tô com fome.- Aperto sua coxa com força.- Mas é outro tipo de fome.- Ela sorri e me beija.

Valeska: Vamos tomar café.- Se levanta me deixando na maior vontade do mundo.

Me levanto seguindo ela pela casa até chegarmos na cozinha.

Valeska: Você.- Aponta pra mim.- Vai comprar pão e bolo, vou fazer o café.

Rogerinho: Eu quero é cerveja.- Entra na cozinha com a cara toda amassada e as costas arranhadas.

Em seguida veio a Tamara prendendo o cabelo. Valeska caiu na risada olhando pra amiga.

Tamara: Que foi louca?- Ela aponta para as costas do Rogério. Vi ela ficar vermelha e a Valeska se debruçou no balcão de tanto rir. - Vai vestir uma camisa.- Dá um tapa no braço dele.

Rogerinho: Aí onça! São marcas de amor.- Dá um selinho nela, que ameaça bater nele de novo.- Bora Borges.

Saio da casa vendo Th parado no portão olhando para o celular. Não demora para ele perceber minha presença na garagem.

Eu: Preciso falar contigo.- Ele assente.- Volto em dez.

Rogerinho: Bora negão.- Ele surge dessa vez vestido com o manto do flamengo.

Pego o capacete em cima da moto e subo esperando ele subir na garupa, nem fudendo que o Ryan vai deixar pilotar a moto dele.

Tu abre o portão, saio acelerando em direção a saída do bairro. Vou até um mercado que tem próximo dali.

Entro vendo as mulher do caixa olharem para nós dois.

Rogerinho: Tô arrasando corações.- Passando a mão no cabelo fazendo pose.

Eu: Deixa Tamara ver uma merda dessa.- Falo sério e vou até a padaria no final do mercado.

Pego as coisas que Valeska pediu. Volto procurando Rogério e encontro ele na seção de bebidas com uma caixa de cerveja na mão.

Eu: É café da manhã caralho, deixa isso pra depois.- Sigo até o caixa.- Bom dia.- Falo para caixa que responde sorrindo.

Rogerinho: Tô no meu direito de comemorar.- Coloca a caixa na esteira e bate no peito.- Não é não minha linda.- Ela sorri

Xxx: Aí é só se me chamar para a comemoração.- Pisca para ele.

Pago pelas compras e saio sem falar nada com mulher.

Rogerinho: Tava só conversando.- Subo na moto ajeitando as sacolas em meu braço.

Eu: Vou falar nada contigo não, a vida é tua.- Dou partida e dentro de poucos minutos adentro na garagem de casa.

Entro na cozinha onde as três conversava baixo, acabou escutando algo sobre a Vanessa.

Eu: Peguei daquele bolo de chocolate que tu curte.- Ela pega dentro da sacola sorrindo e se inclina me dando um selinho.

Valeska: É por isso que te amo.- As duas dão risada fazendo piada.- Vão se fuder vai.- Manda dedo do meio para elas.

Eu: Tenho que resolver uma parada, já venho tomar café. - Ela cruza os braços fazendo bico, seguro seu maxilar lhe beijando com violência.

Sigo até a garagem vendo Th conversar com Lipão que acaba de chegar.

Eu: E aí.- Faço toque de mão com Lipão.- Quero que descubram qualquer coisa sobre esse sargento Dantas.- Vou direto ao ponto, eles estavam lá sabem exatamente do que tô falando.

Lipão: Fernandinho comentou essa fita aí comigo mais cedo.- Assinto olhando pra ele.- Aliás, mandou essa pacote aí.- Me entrega um pacote pequeno marrom.

Abro olhando o conteúdo recheado com notas de cem e cinquenta reais.

Th: Vou falar com alguns contatos meus.- Assinto e faço toque com ele.

Tava na hora dos dois trocarem de lugar.

Fiquei mais alguns minutos trocando ideia com Lipão, depois entrei pra tomar café com ela que me esperava sozinha na cozinha. Vi Rogério saindo com a Tamara, Ryan e Vanessa também deram uma sumida.

....

ValeskaOnde histórias criam vida. Descubra agora