Flashlight

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Narrador

Dezembro. Savannah, Georgia. 1 a.m

Dois meses haviam se passado, Cal não tinha desistido continuava tentando falar com a garota.

O primeiro período de aulas tinha sido entediante e cansativo, como Jules imaginava, e agora já eram férias de inverno.

24 de dezembro.

Normalmente os dias 24 e 25 de dezembro eram notáveis na mansão Fairmont, e eram os dias favoritos da caçula. Mas esse ano, até mesmo seu feriado favorito tinha perdido a cor.

Juliette Fairmont (Narra)

Novamente ela em meus sonhos.
Não dá pra dormir desse jeito.

Eu quero vê-la, mas sei que não devo. Isso tudo é demais pra mim, só preciso do seu abraço, sentir seu cheiro, ouvir sua voz...

Mas toda vez que penso nela, as únicas coisas que eu ouço são as palavras daquela noite...

(Quebra de tempo. 10 p.m)

O dia foi chato como eu esperava. Tivemos que comparecer ao parque central para ver as luzes de natal, como todos os anos, depois, distribuímos presentes pra algumas crianças, e por último, viemos pra casa para a ceia de natal.
Tudo fotografado, para a equipe de marketing do papai espalhar por aí.

E agora, eu preciso ir dormir pra tirar fotos abrindo os presentes amanhã.

Talvez hoje ela não apareça, ela ama o natal e a família dela tem tradições bem diferentes, não perderia isso pra me ver em sonho.

Sonho

Estou em um lindo campo de flores lavanda.

Com um vestido estilo midi azul claro.

É tipo um sonho de princesa.

- Você tá linda. -

Ouvi q voz que tanto conheço.

- Oi... -

- Posso ter honra de te desejar o seu primeiro 'feliz natal' esse ano? -

- Não prefere estar em casa na madrugada do natal? -

- Não, prefiro você. -

Fora do sonho.

Abri os olhos, e de modo automático fui para o armário.

Peguei um moletom, já que está bem frio lá fora.

Coloquei os primeiros tênis que vi e sai do quarto.

Passei com o máximo de silêncio possível pelo quarto dos meus pais.

Já no andar de baixo, peguei as chaves do meu carro, o qual não uso há bastante tempo, e corri para o veículo.

Dirigi rápido já que não havia ninguém na rua.

Cerca de 30 minutos depois já estava na praça.

Só aí me deu conta do que estava prestes a fazer.

Eu quero mesmo ver ela?

Quero.

Mas tenho medo de onde isso vai dar...

Saí do carro olhando em volta, vi a garota com um sobre tudo azul escuro.

- Cal? -

- Jules. -

Ela se virou e veio em minha direção.

- Você veio.... -

- É.... -

- Podemos conversar? -

- Claro, eu já tô aqui mesmo... -

Nos sentamos em um banco, embaixo de uma árvore levemente florida.

Ela respirou fundo, olhando para o horizonte, provavelmente pensando no que dizer.

Ela tocou levemente em minha mão, o que fez meu corpo gelar por completo.

- O que queria me dizer? -

- Me desculpa... -

Olhei pra ela tentado entender direito o que estava acontecendo.

- Desculpar? -

- É, me desculpa. Pelo que eu te disse. Eu... Tava brava, com dor e triste. E acabei descontando em você... Me perdoa. -

Algumas lágrimas vieram em meus olhos, mas não desceram.

- Eu fui uma pessoa horrível. E sem dúvidas eu não mereço seu perdão. Mas eu precisava que você soubesse, que eu sinto muito, mesmo. Não devia ter dito nada daquilo. -

- Você só disse o que tava sentido, o que seu coração queria dizer. Não precisa se desculpar por isso. -

- Sim, eu preciso. Nada daquilo era verdade. Eu nunca te machucaria, e nunca, nunca deixaria de te amar, não tenho essa capacidade. -

Permaneci olhando pra frente, sentindo algumas lágrimas escorrerem pelos meus olhos.

- Eu te amo Juliette... Nunca deixei de te amar. -

Um soluço escapa por minha boca involuntariamente.

- Você me enlouquece Calioppe. -

Me virei para vê-la, seu rosto estava completamente inundado por lágrimas, isso fez meu coração queimar.

First Kill. Only Love Can Hurt Like This.Onde histórias criam vida. Descubra agora