Prólogo

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Bahar Demir


8 anos atrás...

-Nem acredito que vamos fazer isso! -Ada exclamou exasperada.

-Se não quiser, não fazemos.. -confessei antes de efetuar a compra.
No mesmo instante Ada parou e me olhou feio desfazendo a cara de felicidade de segundos atrás.

-Claro que não. -disse firme.

-Ótimo, então no três... Um, dois, três. -contei e apertamos juntas em confirmar compra.

Enfim decidimos entrar no mercado de trabalho que queríamos, após ambas fazermos 18 anos e finalmente estarmos livres de escola e cursos preparatórios.

Não que a gente não trabalhasse antes, Ada trabalhava de ajudante de corte e costura num ateliê e eu de caixa num supermercado, mas definitivamente nunca tivemos vocação para sermos pobres. E só pudemos ter certeza disso agora, pois ano passado a tia que cuidava dela faleceu e como seus pais ja haviam lhe abandonado a anos ela nem os conheceu.

Já eu morei com meus pais a vida toda, mesmo que não tenha sido a melhor das experiências pois eles viviam bêbados e só faltavam se matar, até que dois anos atrás acabaram incendiando a casa com nós três dentro e por sorte consegui fugir, mas eles morreram queimados.

Na época eu estava menor de idade e não havia ninguém que pudesse me acolher e a tia da Ada fez isso, ela nos transpôs amor como ninguém antes. Infelizmente onde moramos todos a julgavam por ser lésbica, e em seus últimos suspiros ela nos deu o maior dos conselhos.. "Vão falar mal de vocês, quer vocês fazendo ou não. Então façam o que der na telha" a tia Rubi era incrível.

Por isso depois de um ano sendo humilhadas em nossos empregos ainda mantivemos a fama de boas garotas, e tentávamos como podíamos nos virar até o ápice quando semana passada a chefe da Ada a demitiu alegando que ela deu em cima do marido, o que é uma tremenda mentira pois ele a vinha assediando e hoje eu me demiti depois do filho de meu chefe apertar meus seios no quartinho onde eu trocava de roupa.

E a partir disso nos surgiu a ideia de sermos acompanhantes de luxo em um grande cassino do centro de Istambul, sabemos claro que pode chegar a termos de nos prostituir nessa situação e pouco nos importa, mesmo sendo virgens, afinal tia Rubi sempre dizia "Quanto menos utilizada, mais cara é".

Já passamos por tanta dificuldade que pouco nos importa o que vai vir pela frente, só queremos viver e sair dessa situação, por isso hoje decidimos gastar todas nossas economias e comprar os vestidos para estrear nossa noite, e o melhor iremos buscar hoje no antigo ateliê onde a Ada trabalhava.

-E então vamos? -questionei lhe olhando e ela com os olhos esperançosos me encarou.

-Sim.. -disse confiante. -Sabe que temos de dar tudo de nós, nosso futuro depende disso.. -falou e concordei acenando positivamente com a cabeça.

....

Fomos no ateliê e a cara da ex_chefe da Ada ao nos atender foi a mais impagável possível.

Assim que chegamos fomos direto nos arrumar, pois tudo começa muito cedo no cassino por volta das 20h00.

Foi demorada nossa arrumação mais valeu a pena. Ada estava com um vestido preto tomara_que_caia cavado longo que valoriza perfeitamente suas curvas.

Sua Redenção- Livro I da duologia PAIXÕES ARDENTESOnde histórias criam vida. Descubra agora