Almoço e provocações.

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Era mais um dia em que Hela preparava um almoço em família para que sua noiva conseguisse ter uma boa convivência com a filha rebelde.

Hela já não suportava mais ter que viver com a garota e só a mantinha ainda dentro de casa pois era sua obrigação como progenitora.

A garota de fios bagunçados e tingidos com algumas mexas escuras escutava naquele momento uma música de sua banda favorita de rock. Sabia que sua mãe estava na cozinha e fazia de tudo para irritar a mulher, até mesmo provocar a noiva dela toda vez que a mulher ia jantar ou almoçar em casa.

Como uma mulher tão nova foi se interessar por uma mulher velha? Hela estava beirando seus 40 anos e Natasha tinha apenas 26 anos.

Wanda passava dias tentando entender o que levou a mulher se interessar por uma mulher como sua mãe.

Ela era arrogante; poderia não ser na frente da quase esposa para manter uma boa impressão, mas ela era bruta com todos e quem a conhecia sabia o jeito surtado da mulher.

Pobre Natasha, mal sabia onde estava se metendo.

Wanda cantarolava e dançava do meio do quarto, enquanto mantinha um pirulito sabor cereja na boca e fazia deste um microfone quando sua parte favorita de Sympathy for the devil tocava.

Ao som daquela música, Wanda terminava de se arrumar, sempre com suas roupas pretas e extravagantes.

Assessórios como gargantilhas e braceletes de Spikes não poderiam faltar. Como havia dito, fazer sua mãe surtar era sua maior diversão naquele inferno e não gostava de fingir ser uma garota trabalhadora e bonzinha como ela queria.

Odiava falsidades, bastava a sua mãe destilando veneno e fingindo ser o que não era.

Ao fim da música, Wanda já estava pronta e para dar um toque final no visual ousado e fora dos padrões, passou um Gloss com o mesmo sabor do pirulito que antes chupava.

Descartou o palitinho do pirulito, saindo do quarto mas, antes depositou um beijo singelo nos lábios de seu cantor favorito, este, estampado no pôster enorme na porta de seu quarto, fechando-a em seguida.

Ao descer os primeiros degraus da escada, poderia ouvir alguns murmúrios vindo da sala e já sabia quem era.

Ao descer os últimos, encontrou sua mãe e Natasha vindo em sua direção.

A mulher não conseguiu disfarçar seu descontentamento com as vestes da filha. Já Natasha, pareceu surpresa e intrigada pelo visual.

Natasha havia gostado.

Não era a primeira vez que reparava em Wanda. Há tempos que vinha frequentando a casa da mulher e ela parecia a provocar de alguma forma com gestos e olhares.

Ou poderia ser apenas algo da sua cabeça.

— Minha filha, poderia ter vestido algo melhor, né? — A mulher fingiu ser doce na frente da sua noiva, lançando um olhar mortal para Wanda.

— Eu gostei, você parece ter gostado também, Natasha. — A garota provocou, vendo a mulher olhar sem jeito para a mais alta.

— Eu? Bom... Eu achei maneiro. — Riu sem graça, passando as mãos úmidas disfarçadamente na calça preta que usava.

Não queria admitir mas ficava nervosa na frente da filha da mulher, não sabia qual seria o próximo passo da garota. Parecia tudo tão calculado que tinha medo de acabar caindo em alguma armadilha.

— Tolice, Natasha está sendo gentil, minha noiva é muito boa, assim como eu. — A Maximoff mais velha falou, alisando o abdômen definido da ruiva que pareceu desconfortável com a situação mas disfarçou com um sorriso.

— Que seja, eu sou linda. — Declamou, saindo da sala e caminhando para o local onde iriam comer, deixando as duas adultas para trás.

Natasha e Hela foram logo em seguida.

[...]

O almoço seguiu calmo até certo ponto onde a mulher começou a contar sobre algo que havia acontecido em seu trabalho, deixando não só Wanda entediada como a própria noiva.

Era sempre a mesma coisa. No final ela se vangloriava de ser uma das melhores cozinheiras.

Mas a filha sabia que não era.

Um suspiro fundo e audível escapou dos lábios da rebelde, tentando manter a calma para não estragar com tudo.

Wanda só não era alguém de ficar parada sem fazer nada. Aproveitou que o casal estava em sua frente e como alguém que não quer nada, subiu o pé sobre o perna de Natasha, que se assustou, quase se engasgando com uma batata frita.

— O que foi meu amor? — A mulher perguntou preocupada e Natasha logo desconversou.

— Nada querida, apenas me engasguei com a batata, acidentes acontecem. — Engoliu a seco e aquilo pareceu deixar a mulher mais tranquila, pois ela voltou a falar.

Natasha estava de olhos arregalados mas tentava focar na conversa por mais que sua mente estivesse no pézinho debaixo da mesa que subia perigosamente por suas pernas, deixando-a arrepiada.

Olhou de soslaio para Wanda, que parecia comer tranquilamente que nem parecia estar provocando a mulher na cadeira da frente.

A morena terminou de comer e passou a tomar o suco, acariciando a perna de Natasha por cima da calça social que a mulher vestia, deixando a Romanoff desnorteada.

Maldita pirralha; pensou a outra.

— Vou pegar a sobremesa, docinho. — Hela anunciou, fazendo Wanda querer vomitar por ter que ouvir sua mãe falando daquela forma.

Antes de ir à cozinha, a mulher depositou um selinho nos lábios da noiva, deixando Natasha sem jeito na frente da filha dela.

Sozinhas, a mais velha tomou coragem para virar o rosto em direção a Wanda, que a recebeu com um sorriso traquina.

— O que pensa que está fazendo? — Sussurrou, temendo que a mulher voltasse e ouvisse algo.

— É só um carinho, Tasha. — Sorriu descarada, subindo o pé até o meio das pernas da mulher que sobressaltou assustada mas não saiu do lugar e nem protestou. — Um carinho gostoso, você parece tão tensa.

— Voltei, querida. — Hela apareceu de repente, assustando Natasha que estava em choque, tentando raciocinar tudo que estava acontecendo.

A mulher pouco percebeu o susto da futura esposa, estava tão concentrada em o agradar que não via o que estava acontecendo.

Wanda seguiu pleno, vendo que a mulher havia feito a sobremesa que ela odiava.

Bufou, tirando o pé do meio das pernas de Natasha que respirou finalmente em alívio e levantou.

— Bom, acho que essa é minha hora de vazar.

— Não vai comer a sobremesa? — Ela perguntou com um sorriso vitorioso nos lábios ao ver que seu plano havia dado certo, queria um momento sozinha com sua mulher.

— Mamãezinha, a senhora deve saber que eu não sou muito fã dessa sobremesa. — Disse, apoiando as mãos encima da mesa, encarando a mulher com um sorriso forçado no rosto. — Fiquem à vontade.

Antes que pudesse ouvir a voz daquela senhora novamente, Wanda saiu em disparada, rumo ao seu quarto, se trancando em seu próprio mundinho.

Adultério - Wantasha (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora