Destino Final

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O sol brilhava alto quando a carruagem parou em frente a uma propriedades suntuosa. Duas estradas de pedra ladeadas por um jardim luxuoso encheram os olhos de Chuuya, ele sorriu levemente ao sentir o vento roçar em seu rosto.

A mansão se agigantava entre as colinas, o hotel L'empire parecia pequeno se comparado a residência da família Hyde. Havia uma pequena movimentação de empregados cuidando dos jardins, eles conversavam e riam, alguns até cantavam. O que era algo extremamente raro quando se servia a nobreza. Cada servo era ensinado a ser invisível.

Parece que os dois teriam de esquecer tudo o que estavam acostumados, em se tratando da Condessa.

Mas uma vez a admiração deles cresceu por aquela mulher.

- Vamos? - Dazai segurou suas mãos, e beijou-a com um gesto delicado, o outro sentiu seu coração acelerar e afastou -se gentilmente, ainda carregava consigo o medo de serem flagrados por alguém com um coração ruim.

O outro compreendia e não guardava mágoas em relação a isso. Traumas não eram facilmente curados.

-Sim, não podemos deixar a Condessa esperando. - Dazai notou que os sorrisos do outro estavam mais frequentes, claro que ele atribuíra essa mudança a muitas coisas. Estava feliz por vê-lo tão diferente.

Três meses haviam se passado, desde que os dois deixaram o hotel L'empire, que agora era uma propriedade abandonada. Afinal, quem iria querer um lugar assombrado por tantos fantasmas e ainda tão isolado?

A verdade é que existem pessoas estranhas o suficiente para fazer tal coisa.

Depois que foram visitar os pais de Chuuya e uma despedida silenciosa ocorreu entre ele e sua mãe, o jovem sentia como se tivesse retirado outro peso enorme de seus ombros.

Naquele dia ela lhe sussurrara palavras gentis e prometeu que enquanto ela vivesse, ele sempre poderia voltar.

É claro que não era verdade. Ele não poderia saber o que o que aquele homem faria com ela, então sua decisão havia sido tomada.
Chuuya não voltaria. Este ficou furioso ao tomar conhecimento da relação que os dois mantinham, mas o soco que Dazai acertou nele e algo que ele sussurrou e que Chuuya não tomara conhecimento foi o suficiente para fazê-lo calar-se antes mesmo que pudesse dizer qualquer coisa.

Por fim, os dois partiram e ele prometeu escrever para a sua mãe.

O som das grandes portas de madeira sendo abertas fez o jovem despertar de seu devaneio, um homem alto, de aparência nobre, trajando um terno elegante os acolheu.

-A Condessa os aguarda. - Os dois caminharam pelo piso lustroso. Uma série de estátuas e vasos caros decoravam o local. As paredes eram pintadas em um gracioso tom de lilás e alguns quadros de paisagens estonteantes coloriam.as paredes, a casa era bem mais aconchegante do que se esperava. Por fim eles chegaram a uma sala grande e iluminada pelas enormes portas francesas que iam do chão até o teto e dava para uma varanda com um estradinha de pedra que parecia ir até o gazebo. Segundo o que os dois ouviram dizer, o lugar favorito da Condessa.

A Senhora Hyde os esperava fitando o horizonte, a mesa do chá estava posta com alguns doces e bolos, alguns empregados estavam ao seu lado, as expressões que eles mantinham eram serenas.

-É bom tê-los aqui. - Ela caminhou até ele e sorriu gentilmente, parecia mais jovem do que Dazai lembrara, a expressão dela estava iluminada e a mulher parecia verdadeiramente feliz.

-Amanhã estaremos todos reunidos. -Ela usava um traje simples e elegante, Chuuya notou a ausência de jóias, mas não comentou nada.

Os dois foram conduzidos até um dos aposentos da mansão. Um quarto grande, com uma cama espaçosa, espaço para leitura e estudo e uma enorme varanda com vista para o jardim.

Chuuya se aproximou da sacada e absorveu o ambiente. Dazai se aproximou e as mãos envolveram sua cintura, eles permaneceram por um momento daquela forma, o horizonte se estendia diante deles em uma magnifíca miríade de cores. O céu parecia lhes sorrir ou talvez fosse apenas um reflexo do que os dois pareciam sentir.

Um suspiro escapou dos lábios de Chuuya. E ele se sentiu profundamente grato por estar alí e por ter conhecido aquelas pessoas.

-Poderia viver aqui para sempre. - Dazai sorriu e absorveu o cheiro dele. Era estranho vê-lo assim, calmo. Geralmente ele era estressado e era tão fácil deixá-lo irritado. Claro que ele amava isso. Mas decidiu apreciar aquele momento.

-Poderia viver em qualquer lugar, desde que fosse com você. - Chuuya sentiu seu rosto queimar.

Dazai deslizou os dedos pelas suas mãos e contornou o desenho de seus braços até chegar ao pescoço. Chuuya se virou rapidamente para ele e afrouxou sua gravata até soltá-la. Ela deslizou suavemente e caiu no chão sem fazer nenhum some.

Seus lábios desenharam a clavícula em um gesto lento e prazeroso. O outro arfou.

-Não Podemos fazer isso aqui... - Dazai falou em suspiro. - ... fora. - Concluiu com dificuldade.

Chuuya segurou sua mão e o guiou até a cama com delicadeza.

Seus gestos antes lentos, se tornaram mais rápidos, ferozes até. Estava desesperado por ele. Os dois gemeram baixinho, tentando conter a explosão de satisfação que jorrava de dentro deles.

Quando eles terminaram Dazai sorriu para Chuuya e acrescentou, enquanto lhe acariciava o rosto e enrolva uma mecha de seus cabelos vermelhos entre os dedos.

-Eu o amo. Espero que saiba disso. - Mas ele não sabia. Na verdade, aquela era a primeira vez que alguém admitira que o amava. Seus olhos ficaram marejados, mas Chuuya não se permitira chorar.

-Eu também... - sua voz saíra mais rouca do que previra. - o amo. O-obrigada. - Disse por fim.

-Ah? Por quê está agradecendo? - Perguntou deitando-se sobre o outro e fitando seus olhos intensos.

-Por falar isso para mim... - O outro respondeu virando o rosto. Chuuya tomou aquela face perfeita entre as mãos e beijou sua testa.

-Se é tão importante para você... - começou.- Eu faço questão de lembrá-lo... Por todos os dias de nossa vida. - Chuuya se aconchegou em seus braços.

-É bom que faça isso mesmo. - Os dois quase perderam o jantar, mas estavam juntos e o Mundo parecia pequeno demais para eles.

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Notas da autora

Tenho a impressão de que o objetivo da Condessa ficou um pouco parecido com o do William. Não foi a minha intenção, mas enfim, posso ter feito isso incoscientemente. Amo ele demais hehe.

Eu estava lendo Doutor Sono do Stephen King, quando a ideia de escrever um mistério que se passasse em um hotel que fica isolado durante os períodos do inverno surgiu - por causa do Overlook.  Percebi que combinaria bem com as personalidades de Dazai e Chuuya. E como eu amo esse shipp, não pude deixar de escrever sobre eles.

Obrigada por chegar até aqui!!!

Espero que tenha aproveitado a leitura ^⁠_⁠^

A Sociedade dos Esquecidos Onde histórias criam vida. Descubra agora