Desejo

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Dazai percebeu que aquela história estava quase perfeita demais, como se todas as pessoas possuíssem um álibi ideal.

Quando Donato e Leonard seu assistente entrararam na sala. Ele ficou surpreso.
O primeiro possuía um corpo forte e era alto, tinha em torno de 1,90, pele morena e olhos muito escuros. O cabelo estava preso em um coque e ele possuía algumas marcas ao redor dos olhos, que eram muito atentos.

Leonard por outro lado tinha um corpo pequeno e magro, com a pele salpicada de sardas e olhos claros. Parecia muito inocente. Não deveria ter mais que 20 anos.

Ele o cumprimentou com um aceno de cabeça.

-Bom dia detetive. - o homem que o acompanhava apenas sorriu.

-Bom dia. Podemos começar? - Dazai perguntou e os dois concordaram.

-O que estava fazendo naquele dia? - Começou como estivera fazendo durante todos os interrogatórios.

-Na cozinha, como sempre. - Ele tinha um sotaque arrastado, e se portava de maneira diferente.

-Você não é da Inglaterra, é? - Questionou.

-Não, assim como o senhor. Mas eu não venho do oriente. Sou Italiano, me mudei recentemente. - O homem explicou.

-E o seu amigo? - Continuou Dazai.

-Ah, eu cresci aqui, mas minha família vem da Escócia. - Leonard disse com um sorriso sincero.

-Interessante. Pode continuar. - Pediu.

-Bem, nós passamos a maior parte do nosso dia na cozinha, mesmo entre as refeições, nós permanecemos lá, no caso do Leo, ele sai apenas para ajudar a servir, mas eu me limito a despensa e a cozinha .

-Quando nós ficamos sabendo, estàvamos arrumando tudo e esperando os hóspedes terminarem a refeição. - Ele fitou o outro aguardando.

-Naquele dia eu vi apenas o Sr. Evans, uma vez e ele não parecia muito atento aos empregados, não que nos desrespeitasse, mas para ele, éramos, talvez, invisíveis. Não que isso me incomode- Donato concluiu.

-Nunca notaram nada suspeito no dia? - Dazai tamborilou os dedos sob a mesa, sentindo-se impaciente, mas sem demonstrar.

-Na verdade, acho que devo ter escutado algo que me incomodou. - Leonard refletiu.

-Sim, você me falou que escutou passos ao redor da casa. - O outro acrescentou.

-Mas quando fomos conferir, não havia nada, nem mesmo uma pegada na neve. - Os dois deram de ombros.

Dazai franziu o cenho, mas agradeceu e os homens se despediram.

Louise entrou junto de Caroline, as duas eram amigas próximas e saudaram Dazai com um sorriso, ele respondeu a saudação e continuou.

-O que estavam fazendo no dia em questão?

-Eu comecei o dia ajudando Mary e seu irmão, depois de tudo parti para a biblioteca e o escritório. Os lavabos e os outros quartos ficaram para o horário da tarde, que foi quando Louise se juntou a mim. - Caroline começou.

-S-sim. É... na verdade antes disso, eu estava ajudando com os corredores, eles sempre ficam mais sujos, e nós temos que tirar o pó das paredes pelo menos tres vezes na semana. O Sr. Michaels insiste que o lugar esteja impecável. Depois disso, fui almoçar com Caroline e os outros. E tornamos a voltar para os nossos afazeres. Lá pela tardinha eu estava um pouco cansada então fomos tomar um pouco de chá no jardim, estava muito frio, e algo me incomodava. Mas não era as temperaturas baixas. Foi a impressão de ver alguma coisa correndo no bosque dos fundos.

-É mesmo? Sabe dizer como essa coisa era. - Dazai questionou sem muita esperança de que ela soubesse algo mais.

-Na verdade... não faço ideia. Sinto muito. - Louise parecia genuinamente desapontada.

-Entendo. - Dazai permaneceu atento.

-Quando servimos o jantar e fomos comer o nosso próprio, ouvimos o grito. Claro que era uma coisa que ninguém esperava. Ficamos todos assustados. - Louise continuou.

-A verdade era que sentíamos como se qualquer um de nós pudesse ser o próximo. - Completou Caroline.

A noite chegou sem nenhuma neve, já passava das 11:30 quando ele foi ver Chuuya. Os corredores estavam calmos e seus passos eram silenciosos.

Seu coração batia rápido.

Quando abriu a porta o outro o estava aguardando, ele usava apenas uma calça fina e uma camisa de linho o cabelo pendia sob os ombros e por mais que se esforçasse para esconder, ele parecia nervoso. Dazai se aproximou e o envolveu em um abraço terno.

-Não precisa fazer isso, se não quiser. - Ele beijou a testa do outro e sentou-se ao seu lado, ainda segurando suas mãos.

-Não posso mais. - Chuuya disse com a voz trêmula.

-O quê? - O outro perguntou confuso.

-Ficar longe de você.

Nesse momento Dazai colou os lábios junto aos dele e deslizou as mãos pela sua nuca puxando-o mais para si e os dois desabaram na cama. Tirou suas roupas habilmente e tomou-o entre os braços, suas mãos acariciavam cada pedacinho daquele corpo que ele considerava perfeito.

-Você gosta? - Dazai perguntou com a voz rouca.

-Do que está falando?

-Apenas quero que tenha certeza, por que depois que eu começar... - Ele não concluiu.

Chuuya engoliu em seco, sua face queimando e corpo ardendo de desejo.

- Seria decepcionante para mim se parasse...

Ele tomou-o em seus braços novamente, e deslizou sua lingua explorando aquela boca quente e macia.

Queria que aquele momento não acabasse.

Quando ele penetrou-o o outro arfou com seus movimentos. Que começaram lentos e profundos, e depois mais intensos, gostava de ouvir seus gemidos reprimidos, mas queria mesmo fazê-lo gritar.

Mas claro que não podia pensar em fazer isso alí.

Seus beijos o deixavam louco. Não sabia dizer o que era exatamente. Era mais do que desejo ou qualquer coisa que já tivesse sentido. Queria té-lo assim todos os dias. Todas as horas em que ele estivesse disponível.

Quando eles terminariam Dazai ficou ali por um momento esperando que Chuuya adormecesse.

Seu desejo era tomá-lo para si novamente e recomeçar tudo de novo, até que os dois estivessem completamente exaustos.

Ele lutou para não dormir também, não podia ser encontrado com ele pela manhã, pelo menos não naquele hotel. Que lugar deprimente, ele pensou. Então se despediu beijando aqueles dedos longos e sentido -se um pouco triste. Não era justo.

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