Capítulo 5 • Carta de Dumbledore

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° Helena °


Minha cabeça girava enquanto voltava pra casa com Tonks. Não foi difícil mas, me sentia mal por enganá-la, mas não tinha outro jeito.

Precisava falar com Harry, se ele tivesse voltado estaria confuso, e com certeza faria alguma merda. E se não tivesse,  não me reconheceria. Segundo a linha cronológica, só nos conheriamos em algumas semanas.

Tia Liz tinha convencido Dora a me trazer aqui, em uma biblioteca/livraria, que por conhecidencia  ficava perto da Rua dos Alfeneiros. Combinamos de ela me deixar aqui por três horas, depois me buscar para tomarmos sorvete e passear um pouco. Bom, minha tia não sabe da  parte de ficar sozinha, mas não aconteceu nada de ruim antes, também não vai acontecer agora.

Quando me dei conta estávamos em frente a casa do lago Grimmauld número 13. Agora já estava de tarde, faltava poucas horas para o por do sol.

– Você está bem? – Dora me perguntou, me fazendo sair momentaneamente de meus pensamentos.

– Claro. – Tentei ser o  mais sincera possível, e tentei entrar, mas ela me segurou. – É sério Dora. Por que eu não estaria?

Ela revirou os olhos.

– Não sei, me diz você. Você veio calada a viagem inteira, sem nenhum comentário ou uma piada de humor duvidoso. Te conheço Helena, e você está estranha. Você sabe que pode me contar, certo?

– Eu sei sim. Só estou meio cansada, sabe como é. – Levanto a sacola cheia com cinco livros que comprei – É sempre uma luta para escolher e também é um pouco cansativo. Tantas opções.

Era mentira é claro, a parte de escolher os livro é uma das minhas preferidas. As opções me fascinam. Originalmente, passei três horas apenas escolhendo os que queria levar. Foi mais fácil dessa vez, já que apenas peguei os mesmos.

– Uhum – ela obviamente não acreditou, e fui repreendida por mim mesma. Mentir sempre foi fácil para mim, por quê não fazer bem agora? – Vamos pra dentro logo. Você precisa parar com esse terrível abito de leitura. Daqui a pouco seu cérebro começa a derreter.

Eu ri.

– E não fale nada pra Elizabeth – ela me avisou – Ela me mataria se descobrir que te deixei sozinha.

Foi minha vez de revirar os olhos.

– Não sou tão idiota, mas... – ergo minha mão – juro que não vou contar. – ela olha desconfiada, como se pudesse a apunhalar quando não estivesse olhando.

– Vou confiar em você.

Quando menos espero ela me puxa pra dentro, nada de surpreendente. Assim que entro, não consigo deixar de olhar o quadro de quem deveria ser minha vó. Bem, ela nunca foi uma mãe de verdade, tratava os filhos com desprezo, agressividade e era sempre fria. Posso não ser especialista, mas sei que isso não é ser mãe. Por sorte o retrato continua com a cortina.

Sem escândalos, obrigada.

Eu olho pra Dora e a sacola em minha mão.

— Você vem? — ela me olha confusa — Vou guardar os livros no quarto Dora, o quarto que a gente divide. Você vem?

Ela pareceu ter entendido agora, mas antes que consiga responder, duas figuras ruivas entram correndo no corredor de entrada. E antes que perceba, roubam sacola da minha mão.

Eu mato aquele garoto! De novo não.

Depois de pegarem meus livros eles saem correndo e aparatam no meio da escada, passando por Tonks e quase a derrubando.

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