Capítulo 7 • Pessoas desconhecidas

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Helena acorda assustada.

Assim que consegue energia o suficiente para abrir os olhos percebe que está no chão. Ela até tenta se lembrar do sonho horrível que a deixou nesse estado, mas nada passa pela sua cabeça. Só as sensações, a dor…

Ela se lembra do escuro. Da sede, de parecer se afogar. E depois das pequenas facas cortando cada pedaço do seu corpo..

Essa última a faz ir direto para o espelho. Ela levanta um pouco a camiseta que estava usando, em busca de alguma cicatriz, mas não acha nada.

Seus olhos quase se fecham com o cansaço de uma noite mal dormida. Ela olha para a cama com expectativa. Voltar a dormir? Não.

A garota vai direto para o banheiro tomar um bom banho, apesar do medo constante de se afogar na banheira, na opinião dela, não há outro jeito de começar o dia.

Ela usa a coisa mais confortável que encontra no armário, que infelizmente não é o que ela esperava. Tinha esquecido que não havia roubado ainda a camisa de quadribol de George. O que resume sua roupa agora a uma camiseta muito menor do que ela gostaria e um short.

Assim que se senta na frente do espelho para arrumar o cabelo, ela fica encarando o próprio reflexo, procurando as semelhanças da garota de dezesseis anos com sua versão do futuro.

Elas estavam lá, claro. Afinal, eram tecnicamente a mesma pessoa. O mesmo nariz e formato do rosto. Os olhos continuavam escuros como os de seu pai, assim como o cabelo.

Mas o que mais chama atenção são as diferenças, ela pensou enquanto passava a mão sobre a cabeça secando o cabelo em um piscar de olhos.

A Helena do futuro tem cabelo curto, ainda preto e extremamente encaracolado, mas muito mais curto. Enquanto o da sua “eu” de agora tem um que passa da cintura, o dela estava pouco acima dos ombros.

Ela involuntariamente passa a mão sobre a lateral do pescoço e o ombro esquerdo, à procura da cicatriz que Bellatrix deixou, mas não está lá ainda. Um arrepio passa por sua espinha só em pensar que talvez tenha que passar por aquilo de novo.

Os olhos não estão tão tristes e cansados, sem olheiras ou outras cicatrizes que uma guerra pode deixar.

Suspirando fundo, Helena se levantou e fez o mesmo movimento circular sobre a cabeça, mas dessa vez para prender o cabelo, e foi em direção a cozinha.

A garota sempre foi o tipo de criança curiosa que mexia em tudo. Isso a fez desenvolver uma habilidade muito cômoda. Andar pela casa como um fantasma, sem fazer barulho algum. Era muito útil quando queria bisbilhotar a conversa de alguém, apesar de escutar atrás da porta ser um hábito que rendia muitas crises de pânico, principalmente se fosse sobre Sirius, era inevitável.

As pessoas que estavam na cozinha, que antes cochichavam histericamente, pareceram esquecer disso. Assim que ela entrou, as conversas instantâneamente pararam.

Helena não se deu o trabalho de ver quem, ela tinha dormido mal e se realmente quisesse arrumar um jeito de sobreviver a essa viagem no tempo, deveria fazer seu cérebro voltar a funcionar normalmente. O que só seria possível depois de uma noite ruim como essa, quando tomasse uma xícara generosa de café puro, forte e sem açúcar.

Ela conseguia sentir suas costas queimando com os olhos das quatro pessoas na mesa, mas resolveu ignorar. Seu café era mais importante. E, por mais que não quisesse admitir,ela tinha quase certeza que desmoronaria assim que visse Liz.

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⏰ Última atualização: Sep 16 ⏰

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