Capítulo 4 • Sensação estranha

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Dumbledore tinha a impressão que algo estava errado.

Ele não conseguia explicar o porquê. Afinal, a guerra estava cada vez mais próxima. As coisas realmente estavam dando errado, mas ainda sim, algo estava diferente.

Com Voldemort de volta e o receio de que ele possa, de alguma forma, se comunicar com Harry. Seria desastroso. Principalmente se ele conseguir ver através dos olhos do garoto, ou até mesmo ouvir o que ele ouve. O garoto era a chave para derrotar Voldemort, mas nessas circunstâncias ele não era confiável.

Afinal, quem poderá garantir que ele não está sendo manipulado?

A melhor chance que eles têm é Harry continuar na casa dos tios. Por mais que eles não sejam as melhores pessoas do mundo, é o melhor lugar para ele. Seu principal objetivo no momento era convencer Sirius que o melhor lugar para Harry no momento era a casa dos tios. Uma tarefa um tanto difícil. Ele é um homem teimoso, e por mais que tenha sua filha por perto, quer o afilhado ao seu lado.

A jovem Helena. Outro problema que ele deverá resolver. Alguém que, em sua opinião, não deve ser subestimada. Uma das poucas informações que tinha sobre a garota é que ela estudava em Castello Bruxo, fato que já é bastante preocupante por si só. Ganhou por três anos seguidos o campeonato de duelo e não tinha uma matéria na qual ela não ia bem. Definitivamente é alguém com quem ele deveria tomar cuidado, não parece ser alguém tão fácil de... convencer.

E por mais que tenha vários problemas, como os citados anteriormente, algo parecia diferente hoje, Dumbledore não sabia se era bom ou ruim.

Ele continuava a pensar em como resolver os problemas a sua volta, quando ouviu uma pessoa adentrar na sala.

Ele se assustou ao ver Minerva Mcgonagall pálida o encarando.

- Professora M... - ele foi interrompido por ela.

- Alvo... Você não... - ela estava um pouco ofegante, como se não soubesse por onde começar.

Dumbledore caminhou até uma das cadeiras de seu escritório e puxou um pouco, sinalizando para ela se sentar. Depois de sentada ele a entregou um chá.

- Nunca te vi assim, em todos os nossos anos de convivência. Isso me deixa preocupado, o que aconteceu para te deixar tão assustada? - a professora respirou fundo.

- Nem sei por onde começar. - ela se levantou e foi em direção a porta, deixando rapidamente a xícara em uma mesinha - Acho melhor ver com seus próprios olhos. - ela acenou para fora da porta, ele ouviu passos na escada e três pessoas, extremamente familiares, entraram.

Foi o diretor que empalideceu dessa vez. A sensação estranha fez sentido quando Cecily Abernathy, Lily e James Potter entraram na sala. A ação foi seguida a cada passo pelos olhos do diretor. Quando as três pessoas pararam ele olhou para Mcgonagall, o mais calmo que conseguia.

- Tem certeza? - Ele perguntou a velha amiga.

- O máximo que posso ter. - ela parecia em choque - Eles responderam perguntas... impossíveis de qualquer outra pessoa saber. Não queria que se preocupa-se com besteiras, fiz todos os testes possíveis... - ela olhou para os possíveis antigos alunos e depois e voltou o olhar para o diretor - Seria possível?

James parecia querer interromper, mas Lily o calou com apenas um olhar, então os três amigos apenas observaram o diálogo. Os antigos professores estavam quase iguais a como lembravam, só um pouco mais velhos. O pequeno fato aumentou a certeza que eles tinham.

- Bem... é difícil dizer. Nunca aconteceu antes. - ele olhou novamente para os recém chegados, a dúvida cintilando em seus olhos - Se me perguntasse isso a 5 minutos atrás, diria que era impossível. Usou veritaserum?

- Sim. - ela respondeu, e muitas emoções podiam ser identificadas em sua voz.

Um silêncio varreu a sala por alguns instantes, mas logo foi quebrado, não por James e sim por Cecily  .

- Acredita em nós? - Mcgonagall não admitiria mas sentiu uma pontada de tristeza a ouvir a voz da garota. Cecily   foi uma de suas melhores alunas e também foi uma das mortes que mais a deixou triste durante guerra, essa dor só piorou quando descobriu que ela teve uma filha.

- É uma pergunta difícil de responder srta. Abernathy . O que me garante que vocês não são comensais disfarçados?

- Comensais ainda existem? - James perguntou assustado.

- Não pode ser uma poção. - Lily tentou usar a lógica, apesar de compartilhar a mesma preocupação que o marido. - Não seria possível fazer com pessoas mortas.

Dumbledore ergueu as sobrancelhas.

- É um ponto interessante Lily. Mas como posso ter certeza? - o diretor se colocou um passo a frente, pegando um petisco para Fawkes e entregando para a fênix, como se nada realmente importante estivesse acontecendo.

- Vejo que ter contado a Minnie uma coisa que só nós soubéssemos não foi suficiente - Dumbledore olhou o rapaz calmamente. - Que tal uma coisa que o senhor não sabe? Ou não deveria pelo menos. - Cecily  olhou para ele divertida, afinal, o que Dumbledore não saberia? - Sirius não era o fiel do segredo.

Só avia uma pessoa surpresa na sala, e não era Dumbledore, e sim Cecily .

- Como assim não era? - um pouco de raiva era perceptível em sua voz - Quem era então?

- Peter. Peter era o fiel do segredo - Ele falou com calma. Ele estava preocupado com o amigo, o que teriam feito com ele para ele os entregar?

- Presumo que estejam falando a verdade - a voz do diretor continuava calma, como se nada de anormal estivesse acontecendo - Apesar dessa informação já ser conhecida o suficiente para qualquer comensal saber.

Cecily o olhou um tanto desconfiada.

- E como sabe que somos nós? - ela perguntou.

- Bem... eu conheço meus melhores alunos, sei que não estão mentindo. - o diretor agora se pois em direção a sua mesa, sentando‐se em sua poltrona, pegando um pergaminho vazio que ficava a sua esquerda, e ainda sem falar nada, ele pega sua pena e começa a escrever.

Quando termina a carta, a diretora da Grifinoria se aproxima e a pega. Por mais que o diretor não tenha falado, ela sabia exatamente o que deveria fazer.

- Agora que sabe que falamos a verdade, pode nos dizer onde Harry está?



Notas:

A partir dos próximos capítulos estou pensando em colocar pequenos flashbacks, tanto para vocês saberem um pouco da linha do tempo original quanto para conhecer um pouco da Helena.

E por último gostaria de dizer que a história dos livros mudou um pouco com a entrada da Helena. Nada muito drástico, a maioria das mortes aconteceu. Mas na história que imaginei na minha cabeça com ela, dois personagens ainda ficaram vivos, a Edwiges e o Dobby (vocês entenderão como mais tarde)

Editado: 20/08/2024

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