Capítulo Nove - Descobertas

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Eleanor se apressou para chegar ao funeral e se encontrar com a senhorita Pasztor a fim de tentar entender o que estava acontecendo, sua conversa com Julia assim como seus flashes de memória a estavam deixando apreensiva e ela podia jurar que tinha algo a ver com a morte da garota. Uma melodia suave preenchia e acompanhava o grupo por todo o percurso, com muita cautela e tão suave quanto a música, Eleanor se fez ser notada por Eva.

"Eleanor, o que está fazendo aqui?" perguntou a tutora em um sussurro e hostil.

"O que aconteceu?"

"Minha sobrinha morreu ontem a noite"

"Eu sinto muito. Como aconteceu?"

"Por que pergunta? O que você está fazendo aqui?" voltou a questionar.

"Me desculpe, eu só... é que... tem essa garota, Julia, ela está tentando..."

Sua sentença foi interrompidoa pela a senhorita Pasztor que a pegou rudemente pelo braço e a afastou dos camponeses.

"Minha sobrinha está morta e você vem me perguntar sobre esta ladra cigana? Se é o que procura então vá ao encontro dela" exclamou levemente alterada mas tentando não chamar atenção.

Eleanor ficou tão surpresa com a reação da senhorita Pasztor que não observou uma jovem de cabelos castanhos que estava acompanhada de sua mãe mais atrás e apontava na direção dela."É ela" dizia assustada. A ação contudo não passou despercebida pelo olhar atento da senhorita Pasztor, que se pronunciou:

"Você está causando muitos problemas, vá embora agora"

"Me desculpe, eu sinto..."

"Nos deixe em paz", gritou Eva enquanto se afastava, deixando uma Eleanor atordoada e ainda mais confusa para trás.

Todos no velório lançavam olhares de desaprovação e julgamento à morena enquanto passavam e ela procurou se retirar dali e retornar ao castelo. Chegando lá, a garota chamou por seu pai mas ainda não obteve nenhuma resposta, ela correu em direção a sala de Zukunft na esperança de poder falar com ele, mas o cômodo permanecia vazio. O mural coberto de outrora agora estava completamente exposto mostrando à ela a imagem perfeita do deus Saturno devorando com devoção um de seus filhos, tal como uma verdadeira besta-fera.

Contudo, Saturno estava longe de atrair a atenção da jovem Hill, pois, ao lado desta imagem, uma outra também havia sido descoberta. Nela, a figura de uma jovem que aparentava ter tirado a própria vida com um corte profundo no pescoço estava a mostra e ao seu redor diversos camponeses lhe apontavam objetos pontiagudos em desaprovação ao seu ato, o espírito da jovem ascendia e apenas os observadores externos a pintura conseguiam notá-la.

Eleanor estranhou mas não se pôs a pensar muito sobre, ela estava mais empenhada em encontrar seu pai, com isso em mente, ela seguiu em direção ao quarto do patriarca.

"Pai?" entrou apressada apenas para se deparar com o cômodo vazio.

Ela fechou a porta e seguiu para a cômoda procurando por alguma pista nas coisas dele mas não obteve sucesso, ela se virou e soltou um suspiro cansado, tudo estava tão confuso em sua mente. Balançando a cabeça em negação, ela concentrou seu olhar nos livros em cima da penteadeira próxima à cama, se dirigindo até lá, ela o pegou e o folheou em curiosidade. Haviam diversas imagens em preto e branco de figuras sobrenaturais grotescas e algumas informações sobre atos violentos de civis e do que pareciam ser entidades. Eleanor parou na figura de uma mulher sentada sozinha no meio de uma floresta e rodeada de pessoas, algumas mortas, outras distantes e de costas, um verdadeiro caos. Guiando seus olhar para baixo, ela leu em voz alta a legenda:

A Maldição de EstíriaOnde histórias criam vida. Descubra agora