Notas Iniciais
Aqui vai mais um :)
Do lado de fora com um walkman e fones de ouvido, Eleanor seguia explorando o exterior do castelo. O outono na região era acompanhado de baixas temperaturas mas ela estava bem preparada, suas roupas consistiam de um sobretudo verde oliva em malha pesada, uma blusa preta de mangas compridas e gola alta e uma calça em tons de verde e branco combinando com o casaco. Nos pés haviam botas e em uma de suas mãos jazia o seu diário confortavelmente próximo ao peito.
Já passava das quinze horas quando ela resolveu seguir o caminho que cortava a floresta. A rota refere-se a circulação de veículos e liga o castelo ao vilarejo mais próximo. Eleanor manteve distância da rua preferindo seguir por dentro da floresta mas sem perder de vista sua referência. Ela foi caminhando até achar um local agradável e distante o suficiente para que sentasse e abrisse seu diário, puxando do meio do mesmo um fio que estava amarrado à uma gilete.
Segurando aquele pequeno instrumento, ela então puxou a manga do casaco e da blusa de frio posicionando a gilete em seu pulso esquerdo, o qual já possuía diversas cicatrizes. Ela teria ido adiante no ato se o barulho de uma buzina seguido de uma derrapagem não chamassem sua atenção. Ela levantou-se rapidamente deixando cair a lâmina enquanto tentava entender o que estava acontecendo.
Um carro desgovernado vinha fazendo zigue-zague na rota, a buzina permanecia pressionada e a velocidade aumentava cada vez mais. Foi então que, saindo da pista, o veículo bateu violentamente em uma árvore grossa, amassando o capô.
Breves segundos depois do acidente, uma jovem loira de cabelos bagunçados vestindo uma blusa fina branca com detalhes de ramos e uma saia longa amassada na cor marrom, saiu pela porta do passageiro. Ela apresentava um machucado na têmpora esquerda, o qual sangrava ao mesmo tempo que a deixava zonza. Ela se afastava cambaleando à frente do veículo pela rota quando uma mão grande e ensanguentada fechou a porta do passageiro, a pessoa deu a ré antes de parar brevemente e acelerar, desviando da árvore batida e avançando em direção à jovem com o claro intuito de atropelá-la. Eleanor que observava tudo até o momento em silêncio mais afastada, arregalou os olhos desesperada e gritou:
"Cuidado"
A desconhecida virou-se bem a tempo e jogou seu corpo para o lado embrenhando-se em meio aos galhos e folhas secas das árvores próximas. O carro parou paralelo ao local onde a jovem havia caído, era como se seu inquilino ponderasse algo, por fim decidindo deixá-la, o carro seguiu pela rota saindo rapidamente. A garota estava agachada e tremia violentamente próxima à uma árvore. Eleanor apressou-se saindo de onde estava assim que o carro sumiu de sua vista, aproximando-se para oferecer ajuda.
"Olá?" exclamou esperando uma resposta que não veio. "Você está bem?". A loira permaneceu em silêncio posicionando-se atrás de uma das árvores, ela estava assustada e olhou mais uma vez na direção que o carro desaparecera. Eleanor seguiu seu olhar e pronunciou "Está tudo bem, pode sair". A jovem, no entanto, apenas continuou olhando para os lados como se sentisse que estava sendo vigiada. "Está tudo bem, você pode sair" reafirmou Eleanor, agora com segurança na voz. O olhar da jovem pairou sobre ela e, desta vez, com muita cautela, ela saiu de onde estava. Seu corpo estava dolorido pelo impacto do carro e da queda, suas mãos e parte de suas roupas se encontravam cobertos de lama. "Você fala inglês?"
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A Maldição de Estíria
De TodoEleanor e seu pai se mudam para um castelo na pequena cidade de Estíria, na Hungria. Eleanor acaba presenciando um acidente de carro e conhece uma jovem, a qual é sobrevivente. Elas iniciam uma amizade intensa e caótica, porém, esse relacionamento d...