Prólogo

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Eu com a cara mais lavada possível vindo postar mais uma fanfic lucemond sem finalizar outra, mas calma que vai ter atualização toda semana das duas. Eu simplesmente amo mitologia e não pude deixar de escrever sobre com meu shipper favorito do momento.

Lucerys é Eros aqui e o Aemond é Hades. Opostos, mas que na minha cabeça só fica melhor. Eu espero que gostem desse pequeno prólogo e me digam o que acham.

Não esquece de deixar o votinho :)



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Há um silêncio profundo no ar, as ninfas se mantém silenciosas, retraídas e escondidas, apenas seus olhos esbugalhados observam a falta de movimentação no castelo, mas não podem ser vistas. Os pequenos demônios que servem ao lugar não conversam entre si, apenas trocas de olhares em forma de conversas para não serem escutados. Eles também se mantém longe, com medo que qualquer movimento traga a ira de seu superior, ninguém quer se encontrar com ele, e ele muito menos quer ser visto.

O lugar com certeza não era o ambiente mais adequado para movimentações calorosas e barulhentas como ocorrente no mundo mundano. Mas algo havia mudado, faltava alguma coisa. As ninfas não tinham mais com quem pregar peças e os demônios não tinham mais a uma senhora a servir.

Aemond também não tinha mais sua dama.

O tártaro ainda estava em um luto silencioso. Semanas haviam se passado, meses, ninguém sabia dizer o certo o tempo exato em que Aemond se trancou em seus aposentos e nunca mais saiu. Seus servos precisavam de seu mestre, o lugar estava um caos, almas perdidas ou desviadas que não deveriam estar ali, julgamentos atrasados, demônios sem um propósito enquanto Aemond se isolava.

O lugar já fúnebre havia se tornado um caso perdido quando Alys morreu.

O toque do relógio ecoa algumas vezes pelo salão principal, é o único barulho que enche a sala a cada uma hora, nada mais. Todos olham em expectativa, quando a última badalada ecoa, a porta se abre, eles podem escutar os passos se aproximando ao final da escadaria. Ele havia retornado, finalmente.

As ninfas e os demônios correm para fora do castelo, deixando a bagunça para trás quando a figura de roupas escuras e cabelo longo prateado aparece no topo da escada. O tapa olho em seu rosto o deixam com o rosto mais sério e a linha fina que se forma em seus lábios é de puro desgosto quando ele olha para a bagunça no salão. Seus pequenos servos haviam tomado conta de seu lar em sua ausência. As cadeiras rasgadas e o sofá revirado o deixavam com o pensamento de que eles pareciam bem à vontade comandando em seu lugar. Em outro momento, eles teriam recebido uma punição severa, mas quando ele apenas suspirou e desceu as escadas, não deu a mínima.

Um pigarreio hesitante veio do início do hall de entrada e seu único olho bom se ergueu na direção do minúsculo demônio com asas sobrevoando em sua janela.

— Mensagem para o Deus do inferno. — Ele diz, seus dentes para fora e pontudos sorriem em sua direção, tentando apaziguar a situação catastrófica do lugar. Mas Aemond não esboça nada.

Ele se aproxima e o demônio treme, estendendo a mão na direção do homem alto e robusto, Aemond a pega, mas faz questão de tocar a pequena criatura, enviando uma onda de dor ao seu capacho, que grita de horror e bate as asas para fora do lugar em um zigue-zague, fugindo do mau humor de seu mestre.

Aemond bufa e abre o pergaminho, desenrolando até poder ver toda a caligrafia perfeita de Helaena nela, tem até mesmo o cheiro de seu perfume, mesmo após décadas sem a vê-la, ele ainda lembra.

Ele lê a carta com atenção, a expressão de seu rosto se transformando a medida em que mais coisas ele precisa ler. Isso era uma droga. Ele pensa. Seus dedos compridos amassam o pergaminho e o jogam na lareira até escutar todo o crepitar do pedaço de papel evaporar.

Aemond não saia do submundo há muito tempo, nem mesmo quando ele tinha que levar Alys para o outro lado para passar um tempo no Olimpo, ele nunca se prestava a pisar fora de seu território.

Alys. Apenas o pensamento de seu nome o fizeram franzir o cenho em aborrecimento. Ele olhou ao redor, não havia mais vestígios dela no lugar, seu cheiro havia desaparecido, as flores em que ela criava involuntariamente haviam murchado e sido retiradas do lugar. Não havia mais nada, era como se sua existência simplesmente nunca houvesse existido. Ela agora era um fantasma que o assombrava.

Ele também não sentia mais seu perfume, não escutava mais nenhuma música e não via as ninfas dançarem no jardim, que agora não passava de um lugar escuro e murcho. Ele também não permitia que ninguém mais pisasse no lugar.

Tirado de seus pensamentos, ele escutou um bufo alto e zangado ao lado do piano e sua expressão suavizou, jogando Alys e qualquer lembrança sua para o fundo de sua mente. Vhagar o olhava entediada, seu claro descontentamento era evidente, seu dono havia passado muito tempo longe dela.

Um pequeno sorriso brotou em seus lábios e ele se aproximou do cachorro esparramado no tapete, escutando um rosnando dela quando ele chegou perto o suficiente para caso ela quisesse esticar a língua, ela pudesse lamber todo seu sapato. Mas ela não o fez como costume. O ignorando. Aemond achou engraçado suas tentativas claras de fingir que ele não estava ali mesmo quando o olhava de esguelha.

— Não seja dramática, Vhagar, prometo lhe dar um cavalo em sua próxima refeição.

Aemond sorriu presunçoso ao vê-la erguer o rosto e botar a língua para fora, o perdoando de qualquer conflito que eles estavam tendo ultimamente. Ele se agachou e acariciou seus pelos macios, escutando-a ronronar e bater a pata traseira em contentamento. Ninguém diria que aquela cachorrinha peluda e gorda fosse seu cão infernal, mas poucos haviam visto a verdadeira forma de Vhagar e nem muitos ficaram vivos para contar história.

— Parece que vamos fazer uma visita no tribunal superior, garota. — Um sorriso maldoso emoldura seu rosto. Lembrando das palavras de Helaena em sua carta. Vhagar levanta uma orelha interessada no assunto, as paredes do castelo podiam ser tediosas.

Ir ao Olimpo para presenciar um julgamento contra seu irmão era com certeza o motivo que ele não queria para ter que ir até lá, mas a carta havia sido bem clara, todos os grandes deuses devem estar presentes. Isso só significava uma coisa.

Sua mente automaticamente vagou para outra pessoa, uma que ele não via a décadas, desde aquele dia. Ele apertou seus punhos com força sobre o joelho. O rosto contorcido em raiva e o olho violeta brilhando em um desejo contido por sangue.

Ele passou muito tempo preso em seus aposentos, longe de suas responsabilidades e afazeres para com o inferno, pensando e pensando. Ele queria uma solução e ele a teria.

E a única pessoa que poderia lhe conceder isso era a pessoa que ele mais odiava em todos todos lugares, desde o Olimpo até o lugar mais profundo do tártaro.

O inferno era um lugar solitário, que poderia deixar a pessoa mais sã em sua mais completa loucura. E até mesmo ele sendo quem era, sofria desse mal. E ele não teria isso de novo, não mais.








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Morrendo pq tô empolgada com essa fic, vou desmaiar esperando o feedbacks de vocês 😭

Até a próxima :)

Have Mercy - LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora