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Depois da reunião catastrófica, Sam foi encontrar suas amigas para espairecer. Ficar na empresa remoendo a desgraça do dia não seria a melhor das ideias, pelo menos suas amigas fariam piadas desagradáveis sobre o assunto e ela poderia sorrir da própria infelicidade. Na melhor das hipóteses ela ia ocupar a mente pensando em como matar as duas otárias.

—  E então, você conseguiu a fechar negócio ou não? — Jimm, uma de duas amigas, pergunta.

— Não faça pergunta idiota, Jimm! É óbvio que a Khun Sam não conseguiu passar a lábia nos velhos —  Kade apressou-se em falar. — Depois da atrapalhada da amada dela, não conseguiria vender 1 pão por 5 centavos para os velhotes — completou, debochando.

—  Sam tem a namorada mais tapada que existe  — Foi a vez de Jimm  falar — Dava um dos meus carros pra olhar essa palhaçada de perto.

— Mas é uma tapada muito gostosa, Jimm, é uma pena ela ser doida.

Sam esforçava-se para não pular no pescoço das duas.

— Vocês já terminaram de zombar da minha desgraça ou ainda falta muito? —  pergunta, tomando um gole de uísque.

— Ainda não, mas vamos dar uma pequena pausa para você nos contar um pouco mais — Kate responde olhando pra Jimm — Não é, Jimm?

— Sim, com certeza. Uma pausa! —  concorda, segurando o riso.

— Então... — fez uma pausa pra certificar-se que não teria mais gracinhas — Foi por pouco, eles estavam na minha mão, praticamente assinando o contrato quando Mon estragou minha oportunidade — disse, bebendo todo o resto do líquido do seu copo.

— Você sabe que não foi de propósito, né? Mon não faria isso com você por querer — Jimm disse, colocando um pouco mais de bebida no copo de Sam.

— Sinceramente? Eu não sei. Ela estava tão frustada por eu não me "conectar" com ela, que é difícil não pensar nessa possibilidade — confessa.

— Por isso que eu não tenho na... — Kade ao ver uma mulher bonita entrando no bar corta a frase no meio — Deixa pra lá! Aquela ali vai ser minha nova namorada — aponta pra mulher entrando.

—  Aposto duas rodadas de cerveja que você vai levar um fora — Sam provoca.

— Eu? Levar um fora? Se enxerga e vai pegar minhas cervejas, Lady otária!

Kade levanta e vai até a mulher a sua frente. A distância não era grande da mesa onde as outras duas ficaram, dava para ouvir a conversa.

— Oi, eu não sou Alice, mas, com você, me sinto no País das Maravilhas — Kade falou o mais galanteador possível para a moça.

— Se você não é a Alice, com certeza deve ser o Chapeleiro Maluco, o mais perturbado  — falou, pegando um cartão na bolsa — Esse é o número de um psiquiatra muito bom. Ah, e vai ver se eu tô na esquina. 

A mulher saiu de perto de Kade antes dela conseguir falar.

— Era só dizer um não, cara! Precisa pisar? Desnecessário... — Kade resmungava de volta para sua mesa.

Sam e Jimm explodem juntas numa gargalhada escandalosa.

— Ei, podem parar, suas otárias! — falou, estapeando as duas .

— O Chapeleiro coringou de vez agora!

—  Não vou cobrar minhas cervejas, a humilhação já foi o bastante, Kade Chapeleira — riu apertando a barriga que já doía de tanto sorrir.

— Eu não ia pagar mesmo!

Um estrondo foi ouvido no balcão atrás das meninas e  ecoou por todo ambiente. Uma prateleira caiu derrubando algumas garrafas de vinho, por sorte os estilhaços não machucou o barmen. Algumas pessoas foram ajudar o rapaz que estava assustado com o acidente.

— O que é isso? Terrorismo? — Jimm grita

— Não, sua louca! Foi só umas taças quebradas — Kade responde.

As três continuaram conversando sobre o fora de Kade, Sam conseguiu esquecer dos seus problemas por um tempo, mas sabia que não podia fugir daquilo por tanto tempo.

— Eu acho que essa é uma boa hora para ir embora, meninas. Mais tarde Mon me liga e ainda eu preciso comprar algo — Sam pega tira uma nota da bolsa e põem em cima da mesa.

— Pode ir, eu deixo, Lady otária! E ver se pega leve com a Mon, hoje é um dia importante para ela — Jimm pede séria.

— Como se eu fosse a vilã... — resmunga. Sam  despede-se e sai do bar.

Sam andava pelas ruas  movimentadas de Bangkok, odiava o fato de ter tantas pessoas dividindo quase o mesmo espaço. Andar sem esbarrar era quase impossível, e quase sempre tinha que encontrar um conhecido, que geralmente, era um funcionário chato.

Por coincidência ou destino, Mon estava com Yuky do outro lado da rua conversando.

— Não sei porque insisto em ser sua amiga ainda, nem pra me ajudar a escolher uma escultura você ajuda — Yuky bufa.

— Amargurada! Quem estuda arquitetura é você e não eu! — Mon empurra a amiga com os ombros — Depois derruba um prédio e a culpa é do pedreiro ou minha.

— Tecnicamente... a culpa é do engenheiro — corrige. — Ei, não é a Khum Sam do outro lado da rua? — aponta para o outro lado da rua.

— É ela.

— Vamos lá cumprimentar a grande Lady Boss, Mon!

— Não, espera! Quero ver para onde ela vai.

— Mon, isso daqui não é aquela série YOU não, para de ser uma stalker obcecada.

— O que será que ela está fazendo?  Entrou em uma agência de viagens.... Ah, espera... a surpresa! — riu abobalhada. O primeiro sorriso genuíno que Sam tirou dela essa última semana.

— Surpresa? Qual supresa?

— Uma que ela me falou hoje pela manhã! Vamos sair daqui, não quero estragar a supresa — Mon saiu puxando a amiga para outra loja de escultura.

(...)

ANTES QUE O DIA TERMINE (MONSAM)Onde histórias criam vida. Descubra agora