09

488 63 20
                                    

Sam sai apressada do bar, praguejar-se por demorar tanto a perceber o óbvio, por mais absurdo que fosse tudo aquilo.

Merda. Merda. Merda.

Chamava um Uber quando um táxi parou ao seu lado, estava traumatizada com táxis, mas a vontade de encontrar a namorada era maior que isso. Optou pelo mais prático, entrou no táxi.

— Rua Khaosan, por favor, senhor — avisa ao entrar no carro.

Sam tentava ligar para Mon, mas dava na caixa postal. Estava tão inerte no celular que não prestou atenção no motorista. O mesmo fez questão de quebrar o silêncio entre eles.

— Você parece preocupada, estou certo? — pergunta, fitando-a pelo retrovisor.

não, não, não é possível !

— V-você? — diz com a voz trêmula.

— Eu? Eu o quê, senhora?

— Você! Você é o mesmo motorista de ontem!

— Eu trabalho todos os dias levando pessoas de um lado para o outro, senhora, não me espanto ter feito o mesmo com você ontem.

— Não, é diferente! Você sabia coisas  sobre minha vida.

— Sobre sua vida amorosa?

— Sim, isso mesmo!

— Já disseram para você que os taxistas são como barmens, conhecem bem os problemas do coração?

— Sim, você me disse ontem!

— É, provavelmente — o homem riu ainda olhando-a pelo retrovisor.

— Então... Se você é você.... No final do dia o amor da minha vai pegar esse táxi, aquele maldito sinal vai fechar e... — Sam não conseguiu terminar a frase em voz alta. Sentiu seu estômago embrulhar — É isso que vai acontecer?

O homem não proferiu sequer uma palavra, apenas observava a mulher.

— Droga! Me responde! — exaltou-se — E se nós saíssemos da cidade? E se a gente ficar em casa até o dia seguinte? Porra! O que eu tenho que fazer?! — Ela queria chorar, gritar, se possível esmurraria aquele homem até ele falar o que ela tinha que fazer — Deve ter alguma maneira de evitar tudo isso! Só me diga que eu farei! Droga! — Sam já estava tão fora de si que deixou-se chorar na frente do estranho.

— Só existe uma coisa para você fazer, senhora.

— Apenas me diga, por favor. Farei qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, Sr.

— Aprecie tudo que você tem. Apenas ame-a, com todo o seu coração e mostre ser merecedora do amor dela — o homem vira-se, para afagar o cabelo da mulher.

Sam parece não acredita no que o homem disse, se exalta forçando a porta do táxi para sair.

— Pare! Eu quero descer aqui! Por favor!

— Você é quem manda, senhora — respondeu, parando o táxi.

Sam abre a bolsa procurando o dinheiro da corrida, o gesto faz o motorista sorrir.

— Não precisa me pagar, senhora! Você já me pagou ontem, não se lembra? —  o homem ri da cara  incrédula  da mulher — É bom ir andando, está ficando sem tempo! — aponta para saída do carro.

Sam saiu correndo em disparada, talvez sem rumo, não fazia ideia de onde Mon estava, já tinha ligado tantas vezes e nada. Começaria procurar no lugar mais óbvio, o lugar que Mon dava aulas de música, não sabia exatamente em qual turma procurar, amaldiçoava-se por nunca ter perguntado detalhes sobre algo simples da rotina de Mon.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 13, 2023 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

ANTES QUE O DIA TERMINE (MONSAM)Onde histórias criam vida. Descubra agora