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— Tee, preciso que você troque a reserva do restaurante para às 21:00hrs, e compre um presente para Mon!

— Presumo que você tenha esquecido da formatura, estou certa? — Tee pergunta.

— Talvez eu tenha esquecido ontem, mas hoje não, hoje eu lembro porque ontem eu esqueci... É, é isso! —  coçou a cabeça nervosa.

— O quê? — disse, confusa.

— Deixa pra lá! A propósito, você estava vestindo essa roupa ontem?

— Provavelmente sim, já que com o que eu ganho não tenho como me dar o luxo de mudar tanto — ri da própria piada.

Talvez não fosse uma piada.

— Vou ignorar a parte que você me chama de exploradora, ok!? — entrou na brincadeira — Posso fazer outra pergunta?

— Acho que pode, você é a chefe.

— Já sonhou com algo e no outro dia aconteceu tudo igual, ou quase igual?

— Ah, sim! Ontem mesmo sonhei que você me perturbaria com perguntas estranhas, ah, e também me daria um aumento e aqui estamos nós! Agora só falta o meu aumento! —  brinca.

— Eu estou falando sério!

— Eu também estou!

— Para, hoje não estou para brincadeiras.

— Nenhuma brincadeira?

— Nenhuma!

— Sra. Sam, sonhos são sonhos, mas se de alguma forma você conseguir tirar algo de aprendizado com eles, tire e melhore no dia seguinte.

— Você acha mesmo?

— Sim! Mas lembre-se, sonhos às vezes são só sonhos.

— É, você tem razão! Já que vem ao caso, seu sonho de aumento é só um sonho — fala, provocando.

— Uma tirana exploradora!

(...)

Sam falava com os homens sentados a sua frente, vez ou outra perdia o foco olhando para entrada da porta, sentia medo de Mon entrar com uma pasta preta na sala e arruinar a reunião como foi no sonho, e seu medo não nem era pela reunião em si, era  medo da confirmação de que não era um simples sonho.

— Nós somos líderes nessa área, tanto em tecnologia como em... — Sam vira-se para a porta novamente, suspira aliviada por não dar de cara com Mon e volta para sua posição inicial. — profissionais capacitados. Temos em mãos o futuro da medicina...

A porta se abre, Sam sentiu um arrepio percorrer cada célula do seu corpo, isso não podia está acontecendo;

— EU SABIA! EU SABIA QUE VOCÊ APARECERIA! — Bate a mão com força na mesa.

A ação abrupta de Sam faz todos se assustarem, inclusive o garçom que havia acabado de entrar na sala. O coitado quase derruba a bandeja que segurava. Todos tinha os olhos focados na mulher de cabelos negros, Sam não sabia onde enfiar o rosto, foi a mesma sensação de ontem, só que sem a parte de Mon invadir a sala de reuniões. De qualquer forma, sentia-se aliviada por não ser a namorada ali.

— Ok — coça a cabeça nervosa — Me desculpem... Enfim, vou direto ao ponto, nós queremos dá o presente mais precioso para as pessoas, o tempo...

(...)

Do outro lado da porta Mon ouvia todo o discurso da namorada, sentia orgulho da forma que ela defendia sua ideia, apesar de não concordar inteiramente com ela. Ela acreditava que as pessoas já não faziam as coisas certas quando sabiam que tinham pouco tempo, imagina se soubessem que poderia deixar para fazer depois? O que o mundo se transformaria? Pessoas diriam um " eu te amo" depois;  passaria um tempo com a mãe depois; contaria história para o filho depois; dançaria com a esposa depois daí por diante tudo seria um grande "DEPOIS".

ANTES QUE O DIA TERMINE (MONSAM)Onde histórias criam vida. Descubra agora