Ela olhava tudo tão atentamente que parecia ver poesia em cada detalhe. Escondia suas mãos com a blusa listrada de sempre e brincava com os dedos, como uma criança entediada. Seus cílios eram tão grandes e bonitos, assim como seu cabelo negro e desarrumado em um coque mal feito. Sussurrava algo para si mesmo, conversava, brigava com seu interior. Eu podia chamá-la de louca se não fizesse o mesmo. Olhava para seus dedos escondidos dentro das mangas da blusa enquanto esperava uma resposta da sua mente falante. Quando a mesma parecia responder, ela assumia uma expressão estranha como alguém que acabou de receber uma noticia ruim. Ao perceber olhares alheios, ela voltava a sua posição normal, como um ser humano normal.
Na maioria das vezes, ela parecia triste e observadora. Em seus olhos se encontrava um infinito mar de imaginação e criatividade, música e história prontas a serem contadas a quem tivesse a ousadia de perguntar.
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Inside Maze
PoetryFragmentos de vivências e cicatrizes com uma imaginação fértil e insistente.