Tempestade

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Ao abrir meus olhos, o grande céu azul se relevou. Seu semblante não está mais cinza como antes, o ontem já não mais me assombra e espero não retornar a ele. Levanto aos poucos o meu corpo cansado, a guerra que tenho enfrentado me fez frágil, pesaroso como meus pensamentos. Minha visão ofuscada pelo brilho do sol refletido na grama alta me faz cambalear. Onde eu estou? A pouco eu estava na pior das tormentas. Repreendo meus pensamentos ao ver o quão belo era aquele lugar, a esperança que ele brotava em mim era algo que eu não sentia há muito tempo, eu devo agradecer. E aproveitar.

Dou um passo a frente, meus pés franquearam e eu volto ao chão. Não, não vou desistir. Levanto-me novamente com dificuldade e torno a levar meu pé a frente. Sinto a lama entre os dedos. Mais um passo a frente, e mais outro, e mais outro. Logo vejo que estou correndo, meus pulmões se enchem de ar e se esvaziam tão rápido como um fole de gaita escocesa. Parece que até posso ouvir o som. Começo a dançar conforme o ritmo, bobo alegre, feliz com a primeira oportunidade de me libertar de toda a minha turbulência. Naquele momento eu me senti livre, liberto de toda a tristeza que me aprisionou por tanto tempo, um espírito livre dançando longe de todo o caos que eu mesmo havia criado. Não havia magoa, não havia dor, apenas liberdade. Um dos poucos momentos em que a alegria sublime e verdadeira invade completamente o seu ser, parte de todo aquele cenário, a peça que completava a natureza, senti harmonia, equilibro, naquele instante eu era apenas luz. 

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