(Capítulo não revisado)
Andrew desabou na cama assim que chegou em seu quarto, afundando o rosto nos travesseiros enquanto sentia a dor familiar nas costas arder pela nova pena tatuada em sua pele. Diziam que com o tempo você começava a se acostumar com a dor da tatuagem, com as agulhas rompendo sua pele e até mesmo parava de sentir incômodo, mas, para Andrew, era como se tivessem o esfaqueando. Toda vez que a agulha perfurava sua pele, Andrew sentia uma lâmina cravar em suas costas, mesmo que soubesse que não era verdade.
As cortinas do quarto farfalhavam com intensidade como se uma repentina rajada de vento tivessem as acertado, mas era noite e o clima estava agradável demais para ter vento. Andrew sabia quem era antes dele falar.
– O que aconteceu com você? – Pietro perguntou, preocupado, sentando-se na do outro lado da cama.
– Você definitivamente não mora em Nova York. – Andrew falou contra os travesseiros, a voz sendo abafada. – E sem dúvidas não mora nos Estados Unidos.
A verdade era que Andrew não se importava com os segredos de Pietro, mesmo que parecessem muitos, ele não queria se preocupar com as mentiras que provavelmente seguiam os segredos. Se Andrew mentia, Pietro também tinha o direito de ter segredos e mentiras.
– Eu moro em Sokovia, Andrew. – Pietro ofereceu, talvez a primeira verdade compartilhada entre eles desde que se conheceram.
Exceto seus nomes, eles não sabiam nada sobre o outro. O que era bom, na verdade, permitia que Andrew não precisasse se esforçar para fazer Pietro gostar dele.
– Você está sangrando, Andrew. – Pietro sussurrou, colocando as mãos nos ombros de Andrew.
Andrew se encolheu, mas permitiu que Pietro o segurasse.
– Me deixe ajudá-lo.
Foi fácil para Pietro mover Andrew da cama, sendo mais cuidadoso após Andrew ter soltado um curto grito ao ter as costas contra a cama. Uma vez que Pietro entendeu que as costas de Andrew doíam mais do que ferimentos feitos pelos cacos de vidro, ele tomou mais cuidado.
Pietro segurou Andrew pelos ombros e o manteve pressionado contra seu corpo, permitindo que Andrew não precisasse se esforçar muito ao ser levado para o banheiro do quarto. Se alguém perguntasse a Andrew o que aconteceu entre o percurso até o banheiro, ele não saberia responder. Nenhum segundo foi registrado e quando Andrew piscou os olhos, ele já estava sentado na tampa do vaso sanitário.
– Posso usar uma toalha? – Pietro perguntou, o sotaque mais forte como se a preocupação influenciasse diretamente a maneira que pronunciava as palavras em inglês.
– Fique a vontade. – sussurrou fracamente, deixando a cabeça cair para trás.
Um pano úmido pressionou delicadamente os cortes, retirando o sangue seco com cuidado e analisando se havia algum pedaço de vidro perdido. Pietro estava ajoelhado entre as pernas de Andrew, sussurrando palavras gentis sobre como já estava acabando e que logo a dor passaria. Sinceramente, Andrew não estava disposto a responder, sua cabeça doía demais para ele pensar em uma resposta que transmitisse o quão grato ele estava.
Pietro levantou várias vezes para enxaguar o pano e torcê-lo antes de voltar novamente para continuar limpando os ferimentos de Andrew.
Com as mãos hesitantes, Pietro segurou a barra da camiseta e sussurrou timidamente:
– Posso?
Com os olhos fechados e a mente divagando na dor que ardia em suas costas, Andrew acenou com a cabeça.
Pietro puxou a camiseta para cima e Andrew ergueu os braços para que passasse por sua cabeça antes de deixar as mãos caírem em seu colo.
A última vez que Andrew esteve exposto dessa maneira para alguém foi há um ano atrás, na piscina da antiga casa de Pepper e Tony. Faz tanto tempo e tantas coisas mudaram desde então que Andrew achou engraçado o fato de ser tão desesperado para agradar todo mundo naquela época. Embora, pensando melhor, as coisas não são muito diferentes hoje em dia. A diferença era que agora Andrew só queria agradar Tony, queria que ele o olhasse e visse alguém que ele teria orgulho.
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Stark
FanfictionQuando Tony Stark descobriu que tinha um filho, seu primeiro instinto foi ir atrás dele. Porém não passou por sua cabeça que ele teria que aprender a ser pai ao mesmo tempo que precisaria lidar com o passado de seu filho. Por sorte, Tony tem ótimos...