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luto

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luto

Amanda Bianchi

Estar com os meus avós depois de anos é um sentimento que deixa meu coração quentinho, é aqui que eu me sinto em casa. Desde a morte do meu pai eu mão os via, meu pai morreu e eu ao menos pude ir ao enterro.

Flashback on

- Amore, ligação pra você, é a sua mãe. - Breno disse me entregando o celular.

- Alô? Mãe? - chamei por ela e só ouvi um choro incessante do outro lado da linha.

Em uma fração de segundos uma ligação é capaz de mudar toda uma vida. Foi o que aconteceu comigo no momento em que encostei o celular em meus ouvidos.
Não consegui focar em todas as palavras que a minha mãe disse, mas não foi dificil juntar os pontos: "seu pai" "parada cardíaca" "avc" "não resistiu". Era um quebra cabeça fácil de montar e impossível de visualizar. Como eu viveria sem o meu pai? Como eu viveria sem a pessoa que me ensinou tudo o que eu sei e me fez ser quem sou?
Minhas mãos estavam trêmulas ao ponto de não conseguir mais segurar o celular. Ouvi o som do aparelho batendo no chão, ao mesmo tempo em que uma dor dilacerante e intensa me fazia perder a força do restante do meu corpo também.
Meus joelhos tombaram e tentei me encolher porque o tamanho do vazio que se abria em mim era torturante demais. Se eu pudesse diminuiria de tamanho até desaparecer. Com o restante das forças que me restam eu grito. O grito mais estridente e angustiante da minha vida, enquanto as lágrimas irrompem como um vulcão em erupção.

Flashback of

Eu me lembro exatamente da sensação que eu tive ao receber a notícia da morte do meu pai, o meu herói...

Me despedir dos meus avós me trouxe esse sentimento de volta e eu estava chorando desde a hora que sai da casa deles.

Mal percebi quando cheguei na casa do Junior, dirigi até lá quase que no automático. Me olhei no retrovisor do carro e limpei as lágrimas.

- Tia Amanda! - Davi disse enquanto corria na minha direção. - Que saudade!

- Oi meu príncipe! Ai meu Deus, você nem cabe no meu colo mais. - falei enquanto tentava pegar ele no colo e só então percebi como ele estava grande.

- Que cara é essa? - Junior disse quando me viu. - Aconteceu alguma coisa?

- Nada. Eu estou bem, juro. - falei dando um abraço nele o cumprimentando.

- Mentira. Você está com os olhos inchados e o rosto vermelho, estava chorando. Eu quero saber o motivo, Amanda. - Junior insistiu.

- Me despedir dos meus avós é sempre difícil, você sabe o quanto isso mexe comigo. Sempre tenho medo de ser a última vez.

- Eu sei, mas não é só isso. Ou é? - perguntou.

- Não... - respondi, o Davi já tinha se distraído com o tablet dele e o Junior me levou na cozinha.

- Quer? - me ofereceu suco. Aceitei e quando eu terminei de beber ele insistiu no assunto. - O que aconteceu, preta?

- Você nem deve saber disso, mas no meu primeiro ano morando fora meu pai faleceu... - ele me olhou completamente chocado.

- Por que não me disse antes?

- Essa sua cara de pena, você sabe que eu odeio que sintam pena de mim, Junior... - Mas a questão não é essa, eu nem pude vir no enterro. Eu me arrependo tanto de não estar aqui com a minha mãe e com meus avós.

- Você estava em outro continente, preta. Não era tão simples... E outra, as vezes foi até bom você não ver ele sem vida e ficar apenas com as memórias boas. - me abraçou. - Eu sinto muito pela sua perda.

Junior ficou me consolando e quando voltamos pra sala o Davizinho já estava no sétimo sono, ele havia dormido com o rosto em cima do tablet. Coisa mais fofa do mundo.

[...]

O combinado era de que eu passaria o final de semana aqui na casa do Junior com ele e com o Davi, estava sendo perfeito porque além de matar a saudade do meu loirinho, eu estava me distraindo do sentimento do luto.

- Tia, vamos jogar bola comigo e com o meu pai? - Davi perguntou depois que almoçamos.

- Tem que esperar fazer digestão, meu amor. E você sabe que eu sou péssima jogando bola. - falei, todas as vezes que a gente jogava eu acabava perdendo.

- Por isso mesmo, tia. Eu quero ganhar de você. - falou todo sapeca e eu não consegui segurar a risada.

- Davi! Que coisa feia, tem que deixar os menos favorecidos ganharem. - falei.

- Eu não gosto de perder. - falou já indo pegar a bola. - Vou chamar meu pai e a tia Rafa pra jogar com a gente. Meninos contra meninas.

Ficamos jogando com o Davi a tarde toda, o bichinho não se cansava nunca e agora queria que todo mundo assistisse um filme que ele escolheu. Na primeira meia hora ele já estava dormindo e decidimos cada um ir pro seu quarto, o loirinho tinha sugado as energias de todo mundo.

- Você está melhor, preta? - perguntou entrando no quarto depois de uns minutos que eu sai do banho.

- Uhum. - respondi saindo do celular e olhando ele. - O luto é assim, né? Uma montanha russa. Uns dias são mais difíceis do que os outros.

- Eu acho que sim. - falou pensativo. - Só vim te dar boa noite, já vou indo.

- Posso te pedir uma coisa? - perguntei receosa.

- Você pode pedir o que você quiser, preta. - falou.

- Dorme aqui comigo?

- Tem certeza? - perguntou e eu assenti.

Ele se deitou ao meu lado e ficamos conversando sobre mil assuntos. Acho que falamos da vida de todo mundo que a gente conhecia.

- Estamos parecendo aquelas velhas fofoqueiras que fica na rua falando da vida dos outros. - falei dando risada.

- A diferença é que estamos na cama. - falou também rindo.

- E não somos velhos. - pontuei como se fosse algo super importante. - Bateu um sono. Bora dormir?

- Vamos. - concordou e demos boa noite um para o outro.

Eu não sabia, mas algo que a gente não faria nessa noite seria dormir.





oi gente, espero que esteja todo mundo bem 🫶🏼
queria agradecer pelas leituras, votos e comentários pedindo pra eu continuar! isso me motiva demais.

eu quero postar mais de um capítulo por dia, porém eu trabalho e nessa semana do natal fica um pouco mais complicado...
passando essa semana eu vou postar mais, prometo.

eu também queria me apresentar.
me chamo Amanda e tenho 19 anos, moro em sp e estou fazendo faculdade (graças a deus de férias kkk) 🤌🏼 ah, e eu sou libriana.

obrigada pela repercussão da fic 🫶🏼

eu aceito ideias no privado!

Reencontros - Neymar JrOnde histórias criam vida. Descubra agora