22 | OS OLHOS NÃO MENTEM

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Estou na biblioteca, igual todos os dias, mas infelizmente não leio nenhum conto de fantasia, estou mais concentrada em tentar não me ferrar para a prova de física da semana que vêm. Recusei Alya e Nino numa saída ao cinema, Luka também iria, e Adrien… por um instante penso se tomei a decisão certa, um pensamento bem rápido.

— Alya disse que você não iria.

O vejo com a mochila no ombro e o moletom inconfundível. O cabelo brilhante e os olhos verdes expressivos, Adrien parece uma estrela de cinema.

— Você ainda não saiu?

— Estava te esperando — Adrien esclarece — Vai estudar para a prova de sexta?

— Isso, pode sair se quiser. Vou demorar. 

Ele assente, enquanto toma liberdade para sentar-se na cadeira ao meu lado.

— Tudo bem, eu espero. 

Tento me concentrar mais alguns minutos em cálculos que odeio e fórmulas que não tenho vontade de aprender, acho que se passa um bom tempo, porque meu pescoço dói e eu o estralo, finalmente lembro da presença de Adrien. Ele está me observando, quase como se meu rosto fosse uma pintura interessante. Imagino quanto tempo ele esteve fazendo isso e meu rosto esquenta. 

— Eu disse que ia demorar, você ficou aí há quanto tempo? 

— Trinta minutos, no máximo — ele tomba a cabeça — Você terminou? 

Eu franzo o cenho, derrotada. 

— Odeio física. 

— Eu imaginei. 

Estou prestes a concordar. 

— Ei, como assim "imaginou"? 

Eu quero retrucar, me incomoda o fato de que Adrien duvide da minha capacidade, mas ele apenas dá um meio sorriso, ainda está analisando meu rosto, não olhando diretamente para mim. 

— Em alguns momentos vi você suspirar, juntar as sobrancelhas e xingar baixinho. — Sua mão agora coloca um fio de cabelo atrás da minha orelha, de algum jeito o quero mais próximo — Estava prestes a oferecer minha ajuda. 

— E porque não ofereceu? 

Acho que estou em transe, porque Adrien ainda brinca com a minha orelha. 

— Achei que você rejeitaria. 

Rejeitar? Adrien Agreste? Só se eu estivesse louca, penso, mas as palavras não saem, e eu estou delirando novamente.

— Deveríamos ir à minha casa? 

Ele diz, eu saio do transe. 

Quê? 

— Estudar. Pra física. 

— Ah. 

Minhas bochechas estão quentes.

— Vamos sair, comemos alguma coisa no caminho e então eu prometo te ensinar todas as fórmulas que você precisa saber. 

Eu pondero, comprimindo os lábios, porque ir a casa de Adrien seria no mínimo uma quebra do meu código de conduta, mas negar a ajuda seria... um erro fatal no meu boletim. O encaro mais uma vez, agora ele finalmente olha para mim, arranha a garganta quando percebe que ainda contornava uma linha sob meu pescoço. Agora estamos ambos constrangidos. 

Penso mais uma vez na proposta. Posso naturalmente ir a casa de Adrien, somos amigos, afinal. Nada aconteceria. 

Principalmente porque ele gosta de outra pessoa. 

— Tudo bem. — Eu digo — Vamos.

|❄️|

A música tema desse capítulo é "Love me like that" OST de Nevertheless, o kdrama é lixo atômico, mas essa música me deixa nas nuvens. Sem contar que é exatamente a situação dos adrinette neste momento 👆👆

fun fact: o título do cap se baseia em "Aqui" do Jão, principalmente quando ele diz:

"Nossos olhos parecem dizer
O que a boca não consegue expressar"

e se wu contasse p vcs q o Adrien só desistiu de ensinar física p marinette pq continuar observando ela seria muito mais interessante 🗣 vsf mlk gado do crlr a cara nem treme

Rejeitados | MLB • AdrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora