03 | UM DESASTRE, UMA CATÁSTROFE, UMA COISA MUITO, MUITO RUIM

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Meus pensamentos embaralham quando Félix me agarra pela nuca e me beija nos lábios.

— Marinette... — Ele sorri entre o beijo — Desculpe ter demorado tanto.

— T-tudo bem eu- humph...

Agarro sua cintura e ele me traz pra perto. Consigo sentir tudo. Cada sorriso bobo, cada bom dia atrapalhado. Tudo parece fazer sentido quando ele me agarra como se fosse incapaz de me soltar.

Oh. Marinette.

Marinette.

Marinette.

— Que delícia.

— Marinette!

Acordo com o baque de livros da Srta. Bustier.

— Dormindo, Srta. Cheng?

— D-de jeito nenhum, senhora.

Olha pra minha cara mulher, acordada é que eu não tava. Limpo um pouco de baba da boca e desgrudo uma folha do meu rosto desajeitadamente.

Consigo ouvir o resto da classe rindo da minha cara. Vejo Félix sorrindo com as sobrancelhas unidas como se dissesse "Caramba Marinette, só você mesmo".

— Agora que tenho a atenção de todos, posso começar a falar dos trabalhos em dupla.

Um murmúrio pesaroso se espalha pela sala de aula.

— Que trabalho?

Pergunto à Alya, obviamente meu cérebro.

— Trabalho bimestral.

— ...muito importante para a média final — Bustier tem um sorriso presunçoso no rosto — E eu vou escolher as duplas.

Mais um murmúrio pesaroso. Quase num gesto instintivo, olho para Félix e meu coração erra uma batida quando ele vira as costas e olha para mim. Caramba, como ele pode ser tão fofo?

Estou fazendo uma oração para que o universo me deixe fazer isso com ele.

Srta. Bustier recorre a um aquário de vidro e passa a balançar os papeizinhos dentro dele. Junto minhas mãos para rezar e aperto meu punho tão forte que meus dedos ficam brancos.

Por favor me deixe ficar com o Félix.

Por favor me deixe ficar com o Félix.

Por favor me deixe ficar com o Félix.

Por favor me deixe ficar com o Félix.

Já estou imaginando nossas sessões de estudo na biblioteca, estamos finalmente sozinhos e Félix parece cada vez mais apaixonado por mim.

É quando Bustier agarra o primeiro Papel.

— Dupain-Cheng — ela diz  — E...

Éagoraéagoraéagora.

— Agreste... Adrien

— COMO É QUE É?

Bato as mãos na mesa com tanta força que causo um estrondo e a professora dá um pulo de susto.

— Adrien Agreste.

Bustier diz novamente, dessa vez com uma carranca.

Finalmente percebo que estou no meio de uma sala de aula e todos estão me encarando. Vejo Félix dar de ombros quando olho pra ele e então arrumo coragem para me virar e encontrar os olhos de Adrien no fundo da sala, impassível, completamente indiferente, ele parece tão argh superior. Se eu fizer o trabalho acompanhado de uma pedra, talvez ela tenha mais emoção que ele. Eu não acredito. Simplesmente não acredito. Se o universo é tão misericordioso porque parece que eu sempre tomo no c-

Rejeitados | MLB • AdrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora