- Terminar o serviço? - Perguntei.
- É melhor perguntar diretamente. - Falou Breu olhando para os pés.
- Por que é que só ele pode me explicar?
Todos fugiram de meu olhar engolindo seco - Jack é melhor que o procure, ele terá repostas que você espera a anos. - Disse a fada voando e tocando em meu ombro. - Se quiser que eu ajude a acha-lo.
- Não, Acho que sei onde encontra-lo - Soltei a mão de Breu - É melhor que eu fale com ele sozinho.- Breu ficou em silencio mas eu sabia que ele entendia. - Obrigado.
Falei e voei para a saída.
Aquilo havia destruído a comemoração, mas estava ansioso para falar com o homem misterioso e entender tudo. Era frustrante ver que sempre alguém me escondia algo.
Para falar a verdade eu não tinha a menor ideia da onde ele foi mas iria procura-lo em cada casa, em baixo de cada pedra que existisse. Ninguém mandou ativar meu espirito curioso.
já era tarde e o vento sobrava frio, provavelmente iria chover. As pessoas corriam para tirar as roupas do varal e fechavam as janelas por conta dos pingos grossos que caiam.
Eu voava perturbando todos, levando embora jornais e até os chapéus da cabeça das pessoas. Era divertido ver os mesmos correrem atrás.
Enquanto planava sendo carregado pelo furioso vento avistei a casa de James, ele não estava, todavia sua irmã brincava com o cachorro enquanto sua mãe a chamava para que entrasse.
- Jack! - Exclamou a menininha. - Coelhinho da pascoa. - Disse ela.
Ainda lembro do dia que recolhemos os dentes morrendo de medo que deixassem de acreditar na fada e depois preparamos tudo para a pascoa junto da criança que entrou de penetra.
Isso já fazia mais de um ano, quase não visitava James e sua irmã, mas sabia que eu não era o favorito da menininha.
- Oie Sophie - Exclamei lançando uma bola de neve em sua cabeça.
- mamãe Jack Fost. - Gritou a menininha apontando para o céu.
A mulher que cuidava da casa apenas olhou pela janela esperançosa de ver algo, todavia não teve sucesso. - Filha entra logo!
A menina começou a chorar enquanto eu partia.
{...}
Já havia procurado em todo canto da cidade mais de uma vez, o último lugar que faltava era o parque onde eu morri, então voei para lá esperançoso.
De longe avistei James correndo com um livro na cabeça para se proteger da chuva.
- Jack! - Gritou o menino erguendo a mão ao alto.
- oi James, algum problema? - Perguntei e ele apontou para trás.
- Eu conheci seu amigo, nos tomamos café e depois viemos para o parque, Todavia começou a chover, eu não queria deixa-lo sozinho, ele parecia um tanto.... Triste. - Disse o garoto tremendo de frio. - Mas minha mãe ligou para mim, se puder ficar com ele.
Eu sorri. - Muito obrigado, estava o procurando faz tempo. Agora vai para casa antes que fique resfriado. - O menino acenou com a cabeça e correu.
- Jamie! - Gritei e o menino olhou para trás. - Irei em sua casa depois. - Quando disse o garoto abriu um sorriso de orelha a orelha.
- Certo! - Ele correu saltitante.
Parei de voar levantando a cabeça para o céu e apreciando a chuva. Mas um som de passos chegou ao meus ouvidos chamando minha atenção para algo do outro lado do lago. De longe eu vi um homem com um guarda-chuva preto caminhando em torno da água.
- Dalua? - Disse e ele derrubou o guarda-chuva no chão. - Eu estava te procurando.
Ele tinha uma face sóbria e perdida.
- Jack erros podem ser perdoados? - Perguntou olhando para o chão, e eu parei meu caminho.
- É obvio, eu estou noivo de um antigo psicopata - Ri cocando a cabeça despreocupado.
Não demorou muito para ele marchar em minha direção segurando-me pela gola da camisa. Seus dentes rangiam e seu cabelo preto caia sobre o rosto.
- Você não entende, Eu fiz muita coisa que tenho vergonha, por mais que eu faça meu melhor para resolver,sinto que todos ainda não me querem por perto. Eu sou o culpado de sua vida indesejada, a culpa é minha de sua morte.
As palavras se embaralhavam em minha mente. - De minha morte?
Ele caiu ajoelhado. - Me desculpa, eu sou um covarde. - Ele falou e eu finalmente entendi
Homem da lua, o ser que eu conversava sempre que me sentia solitário ou quando me sentia sem proposito, por mais que ele não me respondesse era bom saber que tinha alguém me olhando e me ouvindo. Pelo menos eu sabia quem era. Jack Frost, foi a única palavra que ele dissera.
Eu estava sem palavras. A chuva só aumentava então andei até onde o guarda-chuva havia caído e peguei colocando a cima de Dalua que me olhou curioso.
- Você é o homem da Lua né? - Perguntei e sua face ficou assustada.
- Como sabia? - Perguntou se levantando.
- Eu suspeitava. - Disse o abraçando forte. - Não preciso que me conte o passado pois ele já passou, eu me sinto mais que satisfeito com minha vida. Tudo aconteceu como devia acontecer, se eu não estivesse aqui Breu ainda estaria dominado por pesadelos e todos infelizes. Acho que há coisas que não devem ser evitadas.
Ouvi soluços. - Obrigado por me perdoar. - Disse me abraçando mais forte.
- E você não teve culpa, eu que fui irresponsável ao brincar com minha irmã naquele local, mas pelo menos eu a salvei. - Falei o soltando. - O coelhão achou que foi embora.
Dalua arregalou os olhos. - E como ele ficou? - Perguntou pegando o guarda-chuva de minhas mãos.
- Péssimo, só faltou ele lançar o boomerang em nossas cabeças. - O moreno Gargalhou com minha fala.
- Eu imagino, mas ele não tem culpa de duvidar de mim, passei muito tempo fora. - Falou olhando para o céu. - Onde ele está?
- Na toca eu acho. - Falei e ele deu um sorriso falso, parecia ser desespero.
- Eu preciso ir lá, todavia quero que me acompanhe. - Disse ele e eu balancei o cabelo com a intenção de seca-lo.
- Eu não tenho nada haver com isso. - Falei virando as costas para ir embora mas ele segurou minha touca.
- Eu também não tinha quando te emprestei meu quarto para que....
-Tá, tá, tá, venceu, irei com você! mas preciso pegar um globo com o Norte, ele nos leva a qualquer lugar que quisermos.
Dalua segurou minha cintura e no mesmo instante estávamos no polo norte, ele apenas me soltou e fechou o guarda-chuva que estava em suas mãos.
Aquilo era impressionante, quando percebi suas roupas já estavam secas e seu cabelo todo para trás.
- Norteee. - Gritou alegre enquanto subia as escadas.
Esse era Dalua de sempre.
Ao olhar em volta avistei Breu deitado no sofá, ele devia estar feliz de não ficar sozinho. sobrevoei para não fazer barulho, ao chegar perto percebi sua face tranquila. Acariciei sua bochecha suavemente sorrindo em seguida quando o mesmo segurou minha mão. -Jack? - Disse e eu peguei um biscoito mordendo em seguida. - Já chegou?
- Sim, e já estou de saída. - Falei enfiando um biscoito em sua boca e virando as costas.
- vai onde? - Perguntou ele engolindo e se levantando rapidamente.
Rapidamente coloquei um dedo sobre a boca em sinal de silencio. Dalua desceu as escadas carregando o globo. - Obrigado Norte! - Exclamou ele jogando o mesmo em uma parede. Lá se abriu um grande portal dando para o covil do coelho.
- E aí, está preparado? - Perguntei logo atrás de Dalua com um sorriso maligno.
Ele engoliu seco olhando dentro do portal. - Estou. - Disse e no mesmo instante eu o empurrei dentro dizendo: -vingança por não ter me salvado no lago!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Jack end breu
Fanfiction" Ele pode mudar". Era isso que o guardião pensava e desejava com todo seu coração. Mas será que esse era o desejo do espírito do medo? No entanto Jack tinha paciência, pois a esperança é a última que morre, e o Amor sempre destrói todas as barreira...