05. Os segredos do Estúdio 13

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#BruxinhoFofinho

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Fala, pirralho. — Era assim que Yoongi atendia todas as chamadas de Jeongguk, que ligava porque sabia que o amigo não era de olhar o aplicativo de mensagens com frequência.

Ainda era noite de quarta-feira e Jeongguk estava deitado na cama, de corpo fresco, cheirando ao sabonete que substituiria a fragrância natural do seu lobo por algumas horas. Depois do que Jimin disse sobre sabonetes industriais, sentia-se enjoado de ter qualquer cheiro, menos o seu.

— A gente tem a mesma idade, cala a boca. — E essa era a mesma resposta que Jeongguk dava ao escutar a palavra "pirralho", com algumas alterações, mas sempre entregando tudo o que Yoongi buscava: a sua irritação. O que só piorava quando ele dizia que deveria ser chamado de hyung por ter nascido alguns meses antes, Jeongguk só deixara de revirar os olhos porque tinha medo de que eles nunca mais voltassem para o lugar devido à alta frequência daquela ação.

O que você quer? Eu tô no bar com o pessoal agora — disse, com a voz meio abafada pelas vozes que conversavam animadas ao seu lado.

— Pela Grande Lua Cheia, Yoongi. Hoje é quarta-feira.

Já apresentei o meu trabalho, agora é só curtição. — E soltou aquela risada de quem estava feliz por ainda ter dois dias naquele lugar maravilhoso. Yoongi estava na cidade mais universitária do país, onde todo jovem sonhava em estudar, a cerveja era barata e os bairros eram repletos de repúblicas. — Você deveria ter vindo, o pessoal daqui é muito legal.

— Se eu tivesse ido, não teria conhecido a minha alma gêmea. — Jeongguk virou-se na cama, olhando para o teto e pensando nos beijos que deu em Jimin.

Do que você tá falando?

— Tive um imprinting.

O QUÊ? — Yoongi gritou e o estrondo de uma cadeira sendo arrastada ecoou na linha telefônica, como se ele tivesse se levantado de súbito. — É sério?

— Mas é claro que sim, nunca brincaria com uma coisa dessas, você sabe. — Yoongi não sabia das preces na praia, só Jimin. Só sabia da recusa do lobo de Jeongguk e dos supressores. Por diversas vezes, chamou a atenção dele para os riscos de usar a medicação por tanto tempo, mas também entendia a dor dos cios solitários e, então, a conversa ficava por isso mesmo.

Pela Grande Lua Cheia... — E Jeongguk ouviu a voz de Yoongi um pouco embargada, seguidas de algumas fungadas.

— Você tá chorando?

— Eu tô um pouco bêbado, ok? — disse, alterado. — Mas quando isso aconteceu?

— Na segunda-feira.

E você só me conta hoje, seu ordinário? A coisa mais legal que aconteceu na sua vida, depois de me conhecer, e você me esconde?

— Eu não escondi nada, só esqueci de te contar. As coisas andam bem intensas por aqui, tá bom? — Jeongguk analisava os recentes acontecimentos e era como se um ano inteiro tivesse se passado. — E eu preciso da sua ajuda.

Pode mandar — Yoongi disse, andando para longe das dezenas de mesas de plástico que cercavam o bar.

— Promete que não vai desligar o telefone na minha cara e deixar de ser o meu amigo? — perguntou, não pela primeira vez na vida.

Minha nossa, prometo, Jeonggukie. — E toda vez que isso acontecia, Yoongi o chamava pelo apelido carinhoso porque era o máximo que conseguia fazer para demonstrar o seu amor, além de frequentar a praia lotada em dias de fim de semana.

Nem tão cético assim × jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora