08. As primeiras resoluções

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#BruxinhoFofinho

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Jeongguk nem abrira os olhos, mas já estava acordado e sabia que Jimin não estava ao seu lado. Ouviu a voz dele cantarolar alguma música que, obviamente, não conhecia enquanto guardava um papel na gaveta. E ficou quieto, observando a luz da manhã incidindo diretamente sobre a escrivaninha, os pés sobre o tampo e as mãos tocando uma guitarra imaginária.

E lembrou-se da noite anterior, a mágoa que sentiu junto daquela cena ao acordar só fazia tudo piorar. Não conseguiria ficar sem Jimin. Não queria ficar sem ele.

Ele percebeu que havia acordado e veio cantando ao seu encontro, engatinhando na cama e sentando-se em seu colo. Rodou a cabeça, ainda segurando a guitarra inexistente e Jeongguk achou que ele sabia que estava chateado pela letra da música que cantava.

Maybe, maybe, maybe, maybe, maybe, dear. I guess I might have done something wrong. Honey, I'd be glad to admit it. Ooh, come on home to me. — E foi jogando-se lentamente para trás, a voz engasgando-se ao tentar voltar para frente e percebendo que não era tão flexível assim. — Bom dia — disse, rindo, olhando para a cara assustada de Jeongguk. — É Janis Joplin.

— Bom dia — respondeu, acariciando as coxas expostas pelo short do pijama. — Gostei de ser acordado assim, só preciso me acostumar. — Jimin deu uma risadinha e deitou-se sobre o peito do alfa, dando selinhos no pescoço dele. — Tem algo que você queira falar para mim?

— Hmmm... — Jimin pensou por um instante e logo voltou a se sentar. — Ah! Está com fome? Trouxe café da manhã pra você. — Mordeu os lábios, tímido. Levantou-se e pegou a bandeja apoiada na escrivaninha e trouxe para cama.

Jeongguk sentou-se e encarou a bandeja sobre o seu colo. Tinha até um ramo de alecrim para deixar tudo ao redor mais cheiroso e droga, aquilo o lembrava do cheiro do cabelo de Jimin e era simplesmente perfeito.

— Isso tem algum motivo? — Tentou novamente, mas Jimin parecia ficar cada vez mais confuso.

— Não... — respondeu, franzindo o cenho ao tentar buscar algum motivo além dos que havia listado em pensamentos enquanto arrumava a bandeja. — Só quis mimar um pouco o meu alfa.

Jimin o olhava com os olhos cheios de expectativa, ele era tão lindo que Jeongguk preferiu deixar para lá. Precisava conversar com alguém que o dissesse que aquilo não era tão importante, se não acabaria fazendo merda. Sua falta de experiências em relacionamentos começava a afetá-lo e ele não sabia o que fazer.

— Fofinho. — Olhou para o ômega e acabou dizendo sem pensar, acariciando a bochecha dele, fazendo-o sorrir e olhar para baixo. — Eu amei, amor. Vou comer tudinho.

— O que não seria nenhuma novidade — disse, brincando. Deitou-se ao lado de Jeongguk e o ouviu rir, comendo os pedaços de manga que pareciam ter mel de tão doces e cheirosas que estavam.

— Eu vou acabar saindo de forma. Não estou fazendo nenhum exercício. Ontem só comi e fiquei deitado assistindo filme — disse, de boca cheia.

— Achei que quisesse se recuperar de todo exercício que fizemos por cinco dias seguidos. — A fala de Jimin fez Jeongguk se engasgar com a gargalhada. — Mas você pode dar voltas pelo quintal até o apego passar — completou, a risada saindo em meio a frase, como uma criança animada ao contar algo divertido.

— Talvez eu vá mesmo. Como um hamster correndo na gaiola.

Deu um gole no café, o amargo adocicado substituiu o doce único da manga. Era gostoso estar ali ao lado de Jimin. Comer na cama com o corpo nu debaixo do cobertor possuía uma intimidade que parecia antiga. A perna de Jimin estava apoiada no joelho, naquela velha pose que deixava o pé flutuando no ar. Ele rodava o tornozelo só parar ouvir os estalinhos dos ossos e Jeongguk podia prever todas as vezes que Jimin começaria a fazer aquilo, como se já o conhecesse de vidas passadas e, bem, aquilo era uma verdade. Jimin ainda ria do seu comentário quando Jeongguk perguntou:

Nem tão cético assim × jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora