Nem tão cético assim × jikook

01. O ômega que precisa de um alfa

#BruxinhoFofinho

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Era manhã de sábado e Jimin estava acordado desde às seis, mas só ousou abrir os olhos às nove. Naquela de nem se importar em saber que horas eram, deixou que a sua imaginação seguisse o fluxo do seu cio próximo e criasse as mais diversas situações para encontrar um alfa decente, merecedor da sua atenção e que pudesse proporcionar ao seu ômega a infame necessidade de um nó.

Odiava o seu médico, mas não negava que ele tinha razão. Não queria tomar os supressores e acabou por passar todos os seus cios na companhia do seu melhor amigo ômega, Taehyung, que estava deitado logo ao lado. O que resultou em uma cadência de cios que se tornavam cada vez piores, intensos e dolorosos. Nunca se satisfazia, os brinquedos sexuais que simulavam um nó até davam um certo alívio, mas os próximos calores arrebatavam o seu corpo como se soubesse que fora enganado.

Não foi difícil se convencer de que era um ômega precisando de um alfa, já sabia daquela necessidade muito antes de perceber os cios saindo do controle e precisar de ajuda médica. Por diversas vezes, a parte consciente do seu eu que insistia em ficar acordado devido ao incômodo do cio, tentou fechar os olhos e imaginar que fosse um alfa qualquer o fodendo no lugar de uma mero pedaço de plástico em formato fálico, mas aquela mesma parte ficava triste e vazia, porque, bem, não queria que fosse um alfa qualquer. Queria conhecer aquele cara imaginário como conhecia Taehyung, mas, ultimamente, morria de preguiça de pessoas num geral, pois até chegar ao momento em que podia confiar e perguntar se ele queria ajudá-lo com o seu cio, era uma vida inteira e ele tinha coisas demais para fazer.

E além do mais, Jimin era extremamente sensível com cheiros de alfas. O único de que gostava de verdade era o da sua mãe, aqueles que pertenciam ao resto da sua família eram minimamente suportáveis. Jimin era a própria Nojinho de Divertidamente e não faltou piadas comparando os dois quando o filme estreou. Também não é de se espantar que a sua proximidade com alfas num geral seja completamente nula, nem sabia o que era conviver com um, se deveria se comportar de modo diferente e se o seu cheiro era agradável para eles, já que nunca deu chance para que se aproximassem minimamente.

— Por que você não pede ao Namjoon? — Taehyung disse, depois de escutar as reclamações de Jimin, que perdeu as contas de quantas vezes ouviu tal sugestão. — Vocês já se conhecem e eu posso garantir que ele é extremamente confiável.

— Nós já tentamos, não lembra? — E então, Jimin relembrava ao amigo da primeira e última vez que tentou fazer aquilo com um alfa que até conhecia, afinal era o baixista da sua banda, mas não gostava nada do cheiro. Seu ômega o rejeitou na hora e nem a presença de Taehyung foi capaz de acalmá-lo. Aquele, com toda a certeza, foi um dos seus piores cios e só terminou porque a lua cheia já se despedia e o corpo precisava obedecer o ciclo do tempo, recomeçando com toda aquela matemática do corpo humano, ou melhor, do corpo lupino.

— Bom, então você precisa aceitar a minha ideia de que talvez você seja demissexual. — Não era a primeira vez que Taehyung apresentava aquela explicação e cada vez que Jimin a ouvia, sentia-se inclinado a acreditar e tentar viver a vida sob aquela condição.

— Talvez o meu lobo seja muito mais demi do que o meu lado humano — resmungou, enrolando-se ainda mais nos cobertores embebidos com o seu cheiro de ameixas negras.

— Talvez... — começou Taehyung, sentado na poltrona ao lado, os pés apoiados no colchão. — Talvez seja só o seu lobo sendo muito seletivo. Talvez ele esteja procurando por um único alfa em específico, a sua alma gêmea.