Capítulo 4: Bisnaga

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28 de outubro de 2139

Cidade Baixa

Apartamento de Joseph


Joe Keery


Senti a língua de Joseph passar entre meus lábios, úmida, traiçoeira, para dentro da minha boca, se enroscando a minha, ávida, cheia de desejo. Abri minha boca para respirar, e Joseph aproveitou para mordiscar meu lábio inferior. Gemi. A pressão em minhas calças aumentou e eu senti o volume da dele contra a minha coxa e arfei. Apertou a minha bunda e esfregou seu pau no meu, gemendo na minha boca aberta antes de enfiar sua língua novamente, como faria com sua mão dentro da minha calça. 

- Quem é minha babygirl? - murmurou ele com sua voz grave no meu ouvido, sua mão firme e precisa, porém lento. Como não teve resposta, a próxima estocada foi com mais força e gemi alto. - Quem é? Responde. 

Eu sorri e peguei em seu pescoço. Ele não recuou, ao contrário, me encarava com um sorrisinho no rosto, apertando meu pau com mais força. 

- Essa é você - falei, olhando em seus olhos, ardendo de tesão. Aqueles lábios cheios e vermelhos eram uma delícia. 

E deixei que trabalhassem no pulsar do meu desejo até que transbordasse. 


- Você realmente curte uns lobisomens, né - disse Joseph, ao meu lado na cama. 

Eu ri. 

- Você está meio longe disso. Você precisa de uma entidade que te permita virar lobo. Lobisomens já nascem com essa habilidade. Então, seje menas. 

- Diz isso porque não quer assumir que se apaixonou por um grande gostoso. 

- Grande, realmente não há como negar - pisquei, malicioso.

Joseph mordeu o lábio inferior fazendo a cara de gostoso que só ele sabia fazer. 

- Então, quando é que vai abrir o jogo pro Jamie? - falei. 

- Sobre o quê?

-  Sobre Alex. 

- Não acho que é uma boa ideia - ele se levantou da cama e vestiu o moletom. 

- Por que não?

- Porque eu prefiro resolver isso sozinho. 

- Não vai conseguir salvá-lo se ele não quiser isso. 

Joseph arrancou a cruz da cabeceira da cama e pendurou no pescoço. 

Deu as costas e se trancou no banheiro, sem dizer nada. Bisnaga, nossa labradora, latiu do lado de fora e fui abrir a porta para ela. Me ajoelhei, esfregando suas orelhas. 

- E aí, garota? Está com fome? 

E a abracei, dando um beijinho da na sua cabeça. Me levantei e a cachorra me seguiu abanando o rabo, até a cozinha.


31 de outubro de 2140

Cidade Baixa

Apartamento de Joe


Abri a porta num tranco e acendi a luz da sala com Jamie atrás de mim. Silêncio. Esperava ao menos ouvir os latidos de Bisnaga. Devia estar dormindo, provavelmente.
Desde a morte de Joseph, fiz uma reforma naquele apartamento onde moramos juntos por quase um ano. Desde a sua morte que Jamie não pisava os pés ali. Ele olhou ao redor, parecendo achar algo que o conectasse a Joseph. Não ia encontrar nada, eu providenciei isso. Não conseguiria viver sabendo que tudo ecoava sua presença. Mesmo assim, não era impossível sentar no sofá e não encontrá-lo sentado ao meu lado com a cabeça apoiada em meu ombro. 

Depois percebi que Jamie realmente procurava por algo. 

- Está atrás do cordão? 

- Sim, onde ele está? 

- Comigo - disse, tirando o colar de dentro do suéter rosa. 

Jamie espremeu os olhos, encarando a cruz feita de prata e...

- Pedra de Lua?

- Sim, por quê? 

- Desde quando esse cordão está com você? 

- Desde que Joseph morreu. 

- Nunca sentiu esse negócio esquentar sua pele? 

- Sim, mas achei que fosse só o contato contra minha pele. 

- Esse negócio está brilhando. 

Foi então, que vi alguma coisa escura sair da fresta da porta do quarto. Tive um mal pressentimento. Corri até a porta e parei antes de chegar muito perto, percebendo a poça de sangue que se alastrava, encostando no meu coturno. Abri a porta no chute, pois estava trancada, e vi alguém empoleirado na janela. Era um rapaz muito parecido com Joseph, muito pálido, cabelos loiros raspados, os olhos de chocolate sem brilho. Segurava o cetro consigo e sorriu, antes de pular para o abismo da noite. 

No chão, a cachorra que era minha e de Joseph, afogava-se no próprio sangue. 



A Ordem Obsidiana e o Cetro LunarOnde histórias criam vida. Descubra agora