Noite Estrelada

Decisão

Pov's Izuku

O que fazer quando a pessoa que você não vê há anos aparece em sua casa? Pois estou nessa situação agora, o infeliz do meu pai nunca me ligou ou veio me ver desde que foi embora, e agora está aqui como se nada tivesse acontecido. Raiva, é tudo que eu sinto. Se horas atrás eu soubesse que não veria meu Kacchan e sim meu pai, não teria ido abrir a porta. Merda!

Estou sentado de frente para ele, enquanto o mesmo toma um gole de café, que ofereci por educação porque se fosse por mim, já teria tacado o café na cara dele. Sem paciência mando mensagem para a minha tia avisando que o meu pai estava aqui e por incrível que pareça, ela já sabia que o mesmo viria. Por que eu sempre sou o último a saber das coisas?-

- Então... como vai as coisas na escola? - isso é ridículo - penso

- Normal como a de qualquer outro adolescente

- Hmm... tem namorada?

- Sou gay – falo seco e levanto o meu olhar e vejo o quão surpreso ele está

- Ah, então você gosta de homens?

- Algum problema com isso? - pergunto já irritado, só estou aqui porque minha tia pediu para espera-la chegar, porque senão já teria sumido daqui a muito tempo.

- Não, nenhum. É só que... nunca imaginei isso de você - tá, agora ele me tirou do sério

- Eu vivia correndo atrás de um garoto quando era criança e achou que eu faria o que? Que eu crescesse e me formasse numa bela faculdade e arranjaria uma namorada me casasse e tivesse filhos, é isso? Desculpa papai, mas eu gosto de pau – falo num tom arrogante e com um olhar de deboche, só pela cara dele vejo que não gostou nem um pouco do que eu disse

- Não fale assim comigo! ENTENDEU? - gritou

- OU O QUE? VAI ME BATER? NÃO É PORQUE VOCE VOLTOU AGORA QUE EU TENHO QUE TE OBEDECER. NÂO HAJA COMO SE HOUVESSE CUIDADO DE MIM DESDE PEQUENO, COISA QUE VOCE NÃO FEZ. NÃO TE DEVO RESPEITO NENHUM, ME OUVIU!

- Olha aqui seu moleq- ele é interrompido pela minha tia

- OPA! O que está acontecendo aqui? Hisashi, o que eu disse sobre agir com uma pessoa normal na frente do seu filho? - ela disse colocando a bolsa no sofá

- Você não me disse que ele era gay, Taiga.

- E qual o problema nisso? Eu não vejo nenhum, deixa ele aff.

- Bom, já que chegou tia, estou subindo pro meu quarto.

- Não vai não, senta aí porque temos muito o que conversar – falou

- Mas eu não - falei me levantando

- Izuku Midoriya, você senta aí porque estou pedindo por gentileza ou vai sentar aí pela força. Qual vai ser? - Ameaçou e logo obedeci. Nunca havia visto ela zangada, mulheres conseguem ser assustadoras quando querem.

- O negócio é o seguinte. A sua tia e eu queremos que seja o nosso espião. - Meu pai disse e eu fiquei confuso.

- Espião?

- Sim. Você queria tanto saber com o que o seu pai trabalha, né? - assenti – então, ele é um detetive que trabalha para a Interpol. Ele está em um caso, como posso dizer... um pouco complexo.

- Pera, você está dizendo que esse velho é detetive? - ela assentiu – Você não consegue fazer isso sozinho não? É tão incompetente assim? - falei olhando para ele

- Pirralho, você me respeita.

- Parem de picuinha, pelo amor de Deus. Parecem duas crianças, credo – Minha tia disse massageando as têmporas - vai aceitar?