𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮́𝐥𝐨 𝐈𝐕

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— Mãe!

Minha orelha é esmagada contra a porta de madeira, e eu não posso ouvir qualquer movimento no interior. Qualquer sinal de alguém na casa, uma sirene grita a distância, me fazendo pular.

Apenas um telefonema desesperado da minha mãe me faria abandonar minha obrigação de lidar com um jogo de cartas. Ela pode ser um pé no saco, mas ela ainda é minha mãe.

— Mãe! - Meu punho martela contra a madeira, sacudindo a argola de bronze barata, até que finalmente escuto a virada da chave.

A porta está aberta para revelar caixas empilhadas até o teto e minha mãe vestindo um maltrapilho pijama, um cigarro pendurado em seus lábios e seu cabelo despenteado como se ela apenas tivesse rolado para fora de sua cama. Ela olha para mim sob suas pálpebras, e seus olhos calmos.

Ela está perfeitamente bem, e apesar do alivio, me faz incrivelmente irritada, também.

— Mãe, qual é o problema? - Eu pergunto quando eu entro.
Imediatamente sentindo minha pele arrepiar com o abafamento dentro da casa. Prateleiras e prateleiras de metal, caixas em exposição colocadas contra a parede, às etiquetas de preços ainda presas. Jóias de Jade estão em uma pilha sobre a mesa de café. — Que diabos é isso?

— Eu estou fazendo as minhas próprias jóias e vendendo no eBay. Estes monitores foram colocados à venda na Target. Eu economizei um monte de dinheiro. - Ela sorri alegremente enquanto me mostra e se move em torno da casa, mostrando essa merda mais inútil que ela comprou porque estava 'à venda. '

Eu quero arrancar os cabelos. Ela tem desperdiçado meu dinheiro nesse lixo? Meu dinheiro suado. Estou tão quebrada que tudo o que eu posso pagar é o plano de refeição na escola. Não minha mãe. Ela tem caixas e caixas de comida instantânea, enormes garrafas de água empurradas em um canto (no caso de um desastre), e ela ainda têm cerveja.

— Eu sei que você disse para não chamá-la sobre dinheiro...

— Então você decidiu mentir para mim para arrastar a minha bunda todo o caminho até aqui, perdendo meu tempo. - Eu quero arrancar as jóias de jade estúpidas dela e jogar as miçangas no seu rosto.

Ela tem a audácia de me olhar ofendida.

— É uma emergência. Querida, eu preciso de dinheiro para pagar a minha energia... Meu aluguel. As coisas não são realmente justas.

A fúria se constrói dentro do meu peito. — Eu já te dei dinheiro. Se você decidiu gastá-lo em sucata, não é problema meu.

Eu me viro para sair. Se eu me apressasse, eu poderia não me atrasar para o jogo de cartas. Eu me joguei em um par de jeans e uma camiseta, mas mostrando que seria melhor do que não aparecer em tudo.

Sua mão magra segura meu braço. — Não vire a porra das costas para mim, Cecília! Eu preciso de você, assim como você precisava de mim quando era pequena. Isto é como as famílias têm sido por gerações. Na Itália, as famílias vivem juntas, mesmo quando seus filhos se casam. Você deveria cuidar de mim.

— Não, mãe. Você deveria cuidar de mim.

— Sim, e eu acho que fiz um bom trabalho.

Você não.

Seus olhos castanhos brilham quando ela olha para mim, uma lágrima escorrendo pelo seu rosto enrugado. Quando ela vira a cabeça, a luz pega o rosto de uma forma que me lembra de quando era mais jovem. Ela era melhor.

𝐀𝐋𝐓𝐎 𝐑𝐈𝐒𝐂𝐎 | KTH +18 [ Concluído ]Onde histórias criam vida. Descubra agora