Uma surpresa inesperada

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Feliz Ano Novo, pescoçudas!

Que 2023 seja incrível na vida de vocês.

Boa leitura e até breve!!!


GIZELLY

Eu me sentia leve e sem aquele vazio que por tanto tempo existiu dentro de mim. Rafaella me fazia bem, na verdade, ela me fazia muito bem e eu queria muito fazê-la se sentir da mesma forma. Depois daqueles dias em que não nos tocamos graças a velha da dona Carmen, passar esse dia ao seu lado foi incrível. Acho que gastaria um dicionário inteiro e ainda assim não seria capaz de explicar o que essa mulher me faz sentir.

Chegamos ao condomínio de Sebastião, mas fomos paradas no portão. Ainda dentro do carro, abaixei o vidro. Rafa me olhou com o cenho franzido, mas eu estava tão alheia quanto ela.

- Dona Gizelly? A senhorita pode me acompanhar? - estranhei o pedido do porteiro do condomínio, mas estacionei próximo a guarita e desci, sendo acompanhada por Rafaella.

- Algum problema seu Luciano? - franzi o cenho.

- Entre senhorita. - entrei no pequeno espaço.

A minha frente uma garotinha que deveria ter uns seis anos, estava sentada em um banquinho. Ela era muito loirinha, a pele branca e olhos pareciam ser verdes ou castanhos, não sei bem. Segurava um urso panda e nos olhava chorosa. Ao seu lado duas pequenas malas rosa e uma mochila vermelha. Estava para perguntar do que se tratava, quando seu Luciano começou a falar.

- Uma moça veio aqui faz umas duas horas e me pediu para entregar essa menininha somente para a senhorita. - ele deu de ombros.

O que? Aquilo era alguma brincadeira?

- Que moça senhor Luciano? - estava assustada. Rafa intercalava o olhar entre eu e a garotinha.

- Ela não disse o nome, senhorita, mas me entregou esse envelope. - ele me entregou o papel. - Juro que foi somente isso.

- Obrigada. - disse no automático. - O que faço com ela? E por que deixá-la comigo? - perguntei de forma débil.

- Tô com fome. - olhei para o pequeno serzinho. Ela me parecia familiar, mas por mais que forçasse a mente, não conseguia encaixar nada.

- Eu lhe ajudo com as malas. - seu Luciano sorriu gentil e minha cabeça estava bugando.

Vinte minutos depois

Olhava a pequena comendo um sanduíche de geleia com suco de laranja. Ela parecia presa em seu próprio mundo. Sobre a mesa o envelope que permanecia fechado. Rafa me olhava querendo explicação. Eu também as queria, mas não sabia se estava preparada para ter.

- Gi, leia logo isso. - ela mandou, enquanto dava água a loirinha.

- Tudo bem. - peguei o envelope. Não sabia o que esperar e estava com pavor de descobrir.

- Rafinha, meu amor. É você? - a voz de Carmen morreu quando entrou na cozinha. Ela olhou para a menina sentada, olhou para mim e olhou para a neta - Quem é essa menina?

- É o que queremos descobrir. - Rafa mirou a pequena e depois apontou para o conteúdo em minha mão.

- A senhora está atrapalhando. - falei de mal humor. Quando me preparava para ler o que havia no envelope, a intrometida pegou da minha mão.

Às vezes eu sentia vontade de colocar essa mulher em um avião e mandar pro Alaska.

Fechei o meu punho com força.

Dilemas do Amor | Girafa - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora