Ela não acredita em mim

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GIZELLY

Quinta-feira

- Vamos Gizelly! Você precisa levantar. - o lençol foi puxado. - Antigas do Jorge Mateus? É serio? - esqueci o celular ligado. Antes de dormir, passei horas ouvindo músicas de sofrência.

- Não, eu não preciso levantar. Juliette, me deixa, eu tô de férias. - coloquei o travesseiro sobre a cabeça - E deixa o Jorge e o Mateus em paz.

- Gizelly, você tá horrível. Vem. - abri meus olhos quando senti as mãos de Juliette sobre o meu tornozelo.

- Ju, não... - foi tudo muito rápido e quando percebi, ela me puxou da cama e eu me espatifei no chão. Me levantou e foi me empurrando até o banheiro, me jogou debaixo do chuveiro com roupa e tudo e virou de costas. A água estava muito gelada e o grito foi inevitável.

- Você...você me paga. - meus dentes batiam uns contra os outros.

- Não me venha com ameaças. Até a Alice já levantou e tá com uma baita disposição. - revirei meus olhos - Não vou te deixar definhar. Você precisa fazer alguma coisa.

- Juliette, ela não acredita em mim. Não me deixou falar sobre o que realmente aconteceu. - até agora eu me perguntava o porquê de não ter ido quebrar a cara daquele safado, mau caráter.

- E por isso vai desistir? Me poupe Gizelly Bicalho. - bufei - Não sei por que ainda não fui dar uma surra naquela garota.

- Esquece ela, Ju - desliguei o chuveiro. - Não vale a pena.

- Oxi, pois eu vou quebrar ela todinha. E vai valer muito a pena. - Juliette tapou os olhos e me deu um roupão - O que vai fazer com o idiota?

- Ainda não sei. - saímos do banheiro - Mas, ele vai me pagar por isso.

- Gi, toma cuidado. Esse cara é doente. - respirei fundo.

- Esse idiota vai me pagar. - me olhei no espelho ainda enrolada no roupão - Ah, se vai.

- Não vou te deixar desistir da única mulher que realmente vale a pena. - Ela se pôs ao meu lado  - Mesmo ela estando agindo igual idiota.

- Eu a quero tanto, Ju... - meus olhos lagrimaram. - Eu tô com tanta saudade da minha patricinha. E não chama ela de idiota.

- Vai dá tudo certo. - ela me abraçou.

****

Saímos para almoçar, pois já era tarde para o café. Alice estava quieta no banco. Juliette dirigia e parecia distante. Olhei pela janela e pela milésima vez, os olhos verdes de Rafa me acertaram com força. A forma que ela me olhou na terça- feira, me rasgou por dentro. Disse a ela que desistiria de tentar, mas depois de tanto pensar, achei melhor esperar um pouco até as coisas melhorarem. Daria um jeito de fazê-la ouvir o que Cacau me contou.

- Mamãe Gi...podemos ver um filme? - a voz de Alice me tirou do mundo em que eu estava.

- Alice, você ainda tá de castigo. - a loirinha fez bico.

- Mas, eu disse que não vou fazer mais. - Ela me olhou.

- Você disse o mesmo depois de ter cortado o próprio cabelo e ter pintado os pêlos do gato que a Manu te deu. - Juliette soltou uma gargalhada.

- Tadinho do gato. - olhei feio para ela que fez um sinal de rendição.

- Não tem acordo. Depois que terminar o seu castigo, vamos ver o filme. - decretei.

- Tudo bem. - a carinha de desapontada dela quase me fez ceder.

"Quase"

Depois que almoçamos, Juliette me fez ir ao salão. Admito que minha aparência não estava das melhores, então acho que merecia um dia de beleza. Alice também teve de passar pela tesoura. A loirinha fez um estrago no próprio cabelo. Voltamos para casa e as duas foram ver filme no quarto de Alice. Estava na sala, assistindo ao Investigação Discovery, quando a campainha tocou. Olhei as horas e já se passavam das três da tarde.

Dilemas do Amor | Girafa - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora